Par-lê a lê-tê

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Par-lê a lê-tê é como uma prorrogação a magia, um modo de usá-la a mais tempo, mesmo que esteja exausto, a magia virá até você. Porém ela vêm com um preço... Um bem alto e caro... – o professor de conhecimentos mágicos dizia com um sorriso, tentando instigar a curiosidade dos alunos e de fato, ele conseguiu – O principal é falta de apetite e de sono, o seu usuário raramente come ou dorme, pois a magia lhe cobra pesadelos que embrulham seu estômago por um dia inteiro, chegando a falecer pela falta de apetite.

Jeongin estava curioso, o que levaria alguém a usar uma magia que corromperia seu corpo desta forma? Pior... Quem seria o doido de inventar uma magia assim?

– Nathaniell Don'nattel-lo foi o primeiro usuário e criador de tal magia, o único que conseguiu entender seus princípios e anotar em pergaminhos, pois ele não foi realmente o primeiro a usar, mas sim o primeiro a sobreviver o suficiente para raciocinar e anotar sobre, pois a magia também consome sua consciência e sua sanidade. – o professor apontou ao enorme quadro, mostrando a miragem do rosto jovial do tal bruxo – Suas primeiras vezes utilizando, serviu como conhecimento a todo o mundo da magia.

A aula não era tão chata quanto estava pensando que seria, no início, reclamou que as aulas eram de segunda a segunda, que deveria acordar cedo demais e dormir quase ao amanhecer devido aos estudos contínuos.
Porém quando parou para perceber, já havia se acostumado a dormir cinco horas e acordava disposto, estava acostumado a correr por horas no domingo e usar magia conforme perdia o fôlego, havia aprendido muito com apenas três semanas.
A magia o ajudava a se acostumar.

Jeongin havia se acostumado bem com a magia, porém havia um pequeno problema.
A magia não era dele.

Par-lê a lê-tê era além de uma magia proibida, você não aprendia a usá-la, ela usava você.
Conforme a aula de conhecimento mágico acontecia, Jeongin percebia os sintomas.

No início, apenas não sentia sono, depois não sentia fome direito, porém não teve pesadelos.
Conforme um humano comum se força a usar magia, Par-lê a lê-tê começa a atingir seu espírito, como um parasita.

A maldição nasce através de excesso de uso de magia e esforço quando não se tem magia alguma.
O caso ficava pior conforme você percebia que possuía a maldição.

O significado da mesma era "corroer a alma", ou seja, conforme utilizava a "sua magia", sua alma era destruída de dentro para fora.

A alma era nada além do que seu centro, seu núcleo, a única coisa que jamais deveria ser ferida era sua alma, pois não há cura.
Com o passar do tempo, a maldição terminava de destruir seu espírito, começando a corroer sua sanidade e sua magia.

Jeongin ainda possuía a própria alma, sabia que ela estava ali, pois de acordo com as aulas, quando sua alma fosse totalmente destruida, você sentiria uma dor tão forte que o faria desmaiar por dias ou imediatamente começaria a corromper sua sanidade.
Como um psicopata, como um suicida ou como um mundano, seria alguém insano, alguém sem escrúpulos, uma pessoa corrompida.

O Yang estava com medo, não queria terminar como o senhor Nathaniell Don'nattel-lo, que se matou quando chegou no estágio final, aonde ele teve a magia completamente destruída e se tornou incapaz de usar magia.
Ele era um bruxo estremamente poderoso, que se matou por nunca mais poder usar magia.

– Algo lhe aflinge, pequeno gafanhoto? – a voz que tanto o fazia tremer sussurrou em seu ouvido, o fazendo engolir o seco.

Não percebeu que ficou a aula inteira divagando sobre a própria vida e perdeu todo o resto da explicação justo sobre a cura.
Estava apenas ele e o esquisito do seu colega de quarto naquela sala vazia.

– Então, o trabalho em dupla é para amanhã. Vamos? – o Yang estava mais confuso ainda, Christopher o chamava para fazer o trabalho que o professor acabou de passar?

Ah sim, pelo menos isso ele escutou, teriam um trabalho sobre a maldição Par-lê a lê-tê.
O trabalho seria em dupla e para entregar no dia seguinte.

– Por acaso estava ouvindo a explicação no final? – Jeongin perguntou, baixo e tímido, vendo o mais alto o olhar pelo canto dos olhos enquanto pegava os próprios materiais.

Ter aulas em comum com outras turmas era confuso, principalmente por Christopher ser da turma de Minho, mas ao menos ele era inteligente... Mesmo que parecesse um psicopata.

– Sim... Eu sei a cura para a maldição e como ela surgiu... Que tal você falar sobre... Os seus sintomas? – o Bang o olhou com um sorriso macabro.

Seus olhos roxos estavam vibrantes, aquilo era medonho, aquele homem sabia o assustar quando queria.

– C-claro.

Doce Magia ( Lee Felix Centric)Onde histórias criam vida. Descubra agora