Sacrifícios

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A notícia arrastou o mundo mágico a ladeira a baixo.
Quem iria engolir um fim trágico como esse?

Aí contrário do que muitos diziam, os anciãos do mundo mágico não eram bruxos ruins, maldosos e egoístas, pelo contrário, queriam apenas a paz.

Cercados pela dor da perda, pensaram em uma forma de talvez, mudar a tragédia que havia acontecido.
Porém era difícil, seria complicado.
Eles sabiam o que fazer, mas era difícil quando não tinham todos os ingredientes.

– Se... Sacrificamos um... Salvamos todos mas... Seria tão cruel... – sussurrou o ancião bruxo da água, encolhendo-se em sua cadeira quando os demais o olharam – Um bruxo amaldiçoado com a maldição de Par-lê a lê-tê conseguiria reverter o tempo e estaríamos todos a postos de proteger o colégio com os milhões de alunos inocentes falecidos... Uma viagem no tempo...

– Mas aonde teria um? A magia de Par-lê a lê-tê está bloqueada a séculos! Eu mesmo poderia tentar me amaldiçoar e não me importaria de morrer em prol de salvar tantas vidas. – o ancião bruxo do fogo disse, convicto de suas palavras.

Por detrás da porta, um rapaz curioso ouvia, porém trêmulo por saber que ele poderia, ele sim, ele poderia.

Com dores e sacrifícios, poderia salvar todos.
Porém a coragem parecia tão distante de si naquele instante.
Seus pés correram o mais rápido possível, o ancião da água sabia que ele era o amaldiçoado, pois ele mesmo não diria sobre se não soubesse.

Seus pés no reino da nuvem o levou para a casinha de nuvem no qual se escondia, enquanto finalmente assistia o que poderia ser seu último dia.
Se eles escolhessem o matar, não poderia fazer nada, afinal, seria uma vida em troca de tantas mas... Por quê estava com tanto medo?

Seus pés o levaram para longe de lá, seu coração parecia acelerar, porém queria tanto, ele estava com medo mas ao lembrar dos alunos que não tinham culpa de nada, seu peito pesava.
Christopher era assustador, mas em momento algum o feriu.
Pelo que Felix contou, ele morreu protegendo Seungmin e ainda assim, Seungmin morreu mesmo assim.

Seu peito pesou, lembrando do casal sobre o anoitecer, Felix e Hyunjin trocando um momento apaixonante diante do luar, enquanto as estrelas regiam suas felicidades.
Deveria pensar na alegria própria e na própria vida quando tantos estavam feridos?

Seu peito pesou tanto...

Os professores que pareceram prestar tanto em ajuda-lo, mesmo sendo fraco e sem magia, eles tiveram a paciência que seus pais não tiveram.
O diretor que o aceitou sem nem saber sua história.

As lágrimas escorriam de sua face, os móveis da casinha tremiam, enquanto o céu tremia com seu desespero.
Tudo parecia girar conforme sua cabeça rodava em pensamentos suicidas.
Deveria aceitar, era seu papel, seu destino.

Mesmo sem a intenção, uma rachadura se formou em seu peito, a magia o corrompia de dentro para fora.
Sangue escorreu de seus lábios, quando a porta da casinha de nuvem se abriu, mostrando Yongbok, Felix, Minho, Changbin e os anciões desesperados, pois sabiam o que estava acontecendo.

Jeongin estava morrendo.

Doce Magia ( Lee Felix Centric)Onde histórias criam vida. Descubra agora