A Magia é uma receita

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"A magia é uma receita, então cozinhe seu conhecimento, misture seus dons, escolha bem seus objetivos e delete a massa queimada"

Era fato, Jeongin não entendia a filosofia de Lee Yongbok, homem este que agora Jeongin já não pensava tão bem quanto até horas atrás fazia, chegando até a o elogiar. Yongbok não foi sincero consigo, isso magoou, mas e se ele tinha um motivo? Realmente era um motivo aceitável? Bem... Motivo é motivo e não deixaria de ser um motivo só por ser um motivo, certo?
Oh Deuses, estava ficando louco e era só o segundo dia de convivência com o Lee.
E nem era convivência com Lee Yongbok, mas sim com seu filho, Lee Felix, o bruxo que aparentemente não deveria ter magia alguma, mas que pelo visto possuí sim uma magia e é uma baita de uma magia.

Falando nisso, no dia anterior ele até havia dito que eram sardas normais, agora Jeongin tinha certeza que aquilo era longe de ser sardas normais, eram lindas, mas totalmente diferentes do conceito normal aos humanos.

Agora além de ter essa dúvida martelando em sua cabeça, havia o bendito bruxo metido a professor filósofo que ao invés de ensinar, passa telegramas mágicos com mensagens sem pé nem cabeça, até Felix se quebrou para pensar nisso, digo ao pé da letra, pois estava tão avoado tentando entender, que em seu vôo matinal havia batido contra uma árvore e com isso quebrou seu braço e veja só que coincidência... Eles não sabem Magia Curandeira.

Pelo pouco que Jeongin descobriu, Magia Curandeira não é separada das demais pois é tão comum quanto abrir um portal de teletransporte ou voar na vassoura.
Porém pelo pouco entendido da feição dolorosa do Lee em cada movimento seu e seus grunidos, resmungos e murmuros do quanto gostaria de ter alguma magia que desse um jeito nisso, por todos esses tópicos, Jeongin chegou na conclusão de que Lee Felix não sabia usar Magia Curandeira.

Mas não é como se fosse alguma informação tão apavorante assim, Jeongin simplesmente conheceu o primeiro bruxo próximo de sua idade, ele é simplesmente incrível em tudo e chegou na informação que ele não sabia uma coisinha simples, nada demais... Okay, estava confuso que descobriu que o Prodígio da Magia não conseguiu aprender Magia Curandeira, o que descobriu ser uma das primeiras a serem aprendidas pelos jovens bruxinhos em seus primeiros passos quando aprendem a andar.

- Temos que nos unir... - Felix disse repentinamente, causando um pequeno susto no Yang. - Apenas um iniciante e um mediano não é algo aceitável... Uma viagem bruxesca precisa ter de 4 a 7 estudantes de magia em nível intermediário...

- E você conhece alguém para suprir toda essa quantidade? - o Yang questionou confuso e preocupado.

Porém a feição de Felix era de pura raiva, arrependimento e amargura, talvez Jeongin tivesse falado algo que não deveria e isso apenas serviu para preocupar ainda mais o jovem Yang, que arregalou os olhos sem saber o que fazer ou como agir.

- Mas que merda. - Felix gruniu, voltando a caminhar, mas desta vez batia os pés como se esmagasse seu ódio a cada passo. - Eu estou puto não com você, mas sim comigo.

- N-não está?

- Óbvio que não. Desta vez não tive motivos para me irritar com você. - Jeongin se sentiu tão aliviado com isso, que agora um sorriso escapou de seus lábios diante as palavras do Lee - Eu tô puto por conhecer alguém que supriria esse papel perfeitamente. Valeria por três.

O mais novo levantou uma sombrancelha confuso novamente. Jeongin as vezes era confuso com Lee Yongbok, mas quando não era o pai, era o filho quem confundia a cabecinha cheia do pobre humano aprendiz de bruxaria.
Jeongin resolveu não perguntar, afinal, se Felix achava ruim conhecer alguém que ajudaria, então motivo deveria ter, certo?

É aquele mesmo pensamento do motivo ter motivo, então seria melhor ficar calado.

O dia sumiu, a noite surgiu e os dois viajantes aventureiros não comeram nada desde que Felix prometeu fazer a janta, estavam famintos e o Lee não parou em momento algum.
Não viam movimento, não viam animais, nem frutas ou legumes a deriva da vida, nada além de árvores que não os beneficiaria com alimentos, mas sim com o puro e importantíssimo oxigênio.

Agora para aonde iam, não há formas de descobrir... Mas agora, de uma coisa Jeongin tinha certeza... Lee Felix, desta vez, sabia para aonde iam.

- Me escute com atenção... Esse idiota parece ser só um panaca fracote, mas te mataria com um golpe, então fecha a boca e não ouse, nunca, jamais, olhar para o namorado dele. - sussurrou o Lee, repentinamente, era a segunda vez que causava um susto assim no Yang no mesmo dia.

Jeongin apenas afirmou com a cabeça, não era nem louco de contrariar, seria suicídio de qualquer forma, então mais uma vez, o melhor a se fazer, era ficar extremamente quieto.
Seus passos seguiram o Lee, até entrar em um espaço confuso entre duas árvores e sumir.
Jeongin engoliu seco, entrando em seguida e não entendendo como conseguiu se surpreender ainda mais.

Quando passou por aquele espaço, sua vista se clareou, a visão que recebeu foi de uma bela faculdade, mas não era uma qualquer.
Felix andava mais a frente, enquanto Jeongin tentava o alcançar, estava tão para trás pois estava maravilhado, observando tantas pessoas voando em Vassouras com tanta liberdade, pessoas conjurando suas magias facilmente e Felix sendo o único a pé, mais a frente como sempre.

O Yang o alcançou numa corridinha cansativa, ambos seguiram rumo a entrada da faculdade, porém o Lee não passou da porta, o que fez o Yang estranhar.

- Ué? Não vamos entrar? - Jeongin perguntou confuso.

- Ainda não... Aqui é a faculdade de Magia para Jovens bruxos de até 30 anos. Meu pai se formou aqui... Mas apenas quem completa a jornada da magia recebe o broche mágico que permite entrar na faculdade... Só viemos buscar o namorado ciumento do... Conhecido... que eu te falei. - Felix pareceu se amargurar completamente, porém Jeongin não entendeu, ainda não entendia o rapaz.

O tempo passou e o sinal tocou, bruxinhos em uma quantidade maior do que o do lado de fora dos enormes muros, cujo só uma porta era possível entrar ou sair, passavam apressados.
Os bruxos que antes estavam no lado de fora, esperaram todos saírem, para enfim entrarem.

Enquanto isso, Felix estava com sua varinha apontada ao alto, brilhando de forma radiante, coisa que novamente trouxe confusão a feição do Yang, até que este viu um rapaz com uma capa de bruxo na cor de uma castanha, tão bonita quanto uma, com um chapéu pontudinho cujo a ponta era virada ao lado, da mesma cor que a manta, porém no lenço laranja fosco na base do chapéu, havia uma figura de um vidrinho e Jeongin estava curioso sobre o significado.

- Lee Felix? Que surpresa te ver por aqui. - o rapaz era bochechudo, fofo, havia um sorriso lindo em seus lábios e sua pele era tão bronzeada quanto a de um banhista na praia, seus olhos eram dourados, o que trouxe confusão ao Yang - Olha o que temos aqui? Um novato?

- Sem enrrolar, viemos só para pegar carona. Quero ver ele. - Felix não parecia alguém compreensível nesse momento, pois estava tão rude quanto coice de mula.

- E nem me dará a chance de me apresentar a esse novo bruxinho? Que péssima educação... Enfim, prazer em lhe conhecer, jovem. Eu sou um bruxo formado em porções mágicas, o Bruxo da visão, Han Jisung. - o rapaz sorridente estendeu a mão ao Yang, que levantou uma sombrancelha, isso não fazia sentido, não existia esse tipo de bruxo, no caso, Bruxo da visão.

Pela cara de confusão estampada no rosto de Jeongin, ele estava querendo respostas.

- Ele é só um Bruxo Elemental de Terra, Jeongin. Porém ele conseguiu adequar seus dons e descobriu a vertente da clarividência no elemento Terra e por isso ele é um professor na universidade ao invés de ser aluno. - Felix explicou o máximo que conseguiu.

Jeongin ainda estava confuso, mas nada que um pouco de conversa não resolva aos poucos.

Doce Magia ( Lee Felix Centric)Onde histórias criam vida. Descubra agora