Curta e comenta
*******
"Por Deus, eu odeio Shakespeare."
"Observação completamente aleatória," Carla respondeu enquanto elas esperavam o elevador chegar no décimo segundo andar.Enquanto elas entravam no corredor do apartamento da mãe de Juliette, Juliette deixou um grunhido de frustração escapar. "Desculpa, mas é esse trabalho idiota. Eu fiquei acordada a noite inteira e ainda não consegui terminar. Eu sou um fracasso pra escrever."
"Olhe pelo lado positivo; vendi duas pinturas e um desenho seu."
Juliette se animou com a notícia. "É?" Ela bateu na porta 122, que era a de sua mãe. "Quando você planejava me contar isso?"
Carla sorriu. "Eu ia esperar até você ficar com raiva de mim por algum motivo, mas aí decidi que agora era uma boa ideia.Antes que Juliette tivesse a chance de responder, a porta se abriu e antes que ela pudesse ao menos perceber, ela estava sendo abraçada. Seu meio-irmão, Miguel, beijou sua bochecha um monte de vezes antes de finalmente a soltar. "Chegou a feia!" ele anunciou.
Ele recebeu um tapa no braço. "Olha quem fala, o Sr. Horroroso." Juliette disse, brincando.Miguel era tudo, menos feio, e ela tinha certeza que ele sabia disso. Já faziam alguns meses desde a última vez que ela tinha o visto, e enquanto ele abraçava Carla, Juliette teve a oportunidade de observar o quão bem ele parecia. Seu cabelo escuro muito bem cuidado e barba bem feita. "Você tem malhado?"
Miguel piscou para ela. "Eu entrei na academia." Ele tensionou os seus braços para deixar em evidência.
Juliette olhou rapidamente para Carla que estava fazendo uma cena se abanando e deu uma gargalhada.Fátima Freire apareceu dois segundos depois. Ela secou suas mãos na saia enquanto se aproximava deles. "Minha filha." Ela cumprimentou Juliette com um beijo na bochecha e se virou para cumprimentar Carla. Depois se afastou delas e disse, "Carlos e Vinícius foram no mercado comprar algumas coisas. Eles já voltam." Ela disse as guiando até a sala de estar.
"Sentem-se, eu vou buscar alguma coisa para vocês beberem."
Juliette seguiu sua instrução e se sentou, seu olhar passeando por todo o recinto. O apartamento era visivelmente pequeno. A sala mal cabia o sofá no qual ela estava sentada; mas era o seu lar. Pinturas e fotos do Rio antigo decoravam as paredes, juntamente com quadros de Volta Redonda, cidade natal de Carlos. Juliette nunca havia ido pra lá, mas Carlos e Miguel falavam do lugar o tempo inteiro. Eles se mudaram para a capital do Rio logo depois que Carlos e a mãe de Juliette se conheceram.
"E então, como anda sua arte?"
Juliette se virou para encontrar os olhos curiosos de Miguel. Ela não queria dizer que havia chegado no fim da estrada da criatividade. "Bem," ela disse, animada, e tentou se convencer de que não era mentira. Era quase fácil ignorar o fato de que ela não tinha feito nada a semanas.
"Eu vendi umas coisas delas hoje, enquanto ela estava em aula," Carla ostentou orgulhosamente. "E um monte de gente parou para elogiar o trabalho dela.""Arte não dá dinheiro algum." Fátima anunciou, retornando da cozinha com uma jarra de suco de laranja. "Mas ninguém nunca escuta a mãe."
Juliette sorriu aceitando um copo do suco. "Eu ouço você."
"Você me ouve?" sua mãe revirou os olhos. Ela colocou a jarra na mesa de centro e se sentou ao lado de Miguel. "Quantas vezes eu já te disse pra se vestir melhor? Eu não tenho ideia do que o Lucas viu em você, sendo que você só usa essas roupas."
VOCÊ ESTÁ LENDO
The blind side of love
FanfictionSarah é uma atriz famosa e Juliette é uma estudante de artes que vende pinturas na rua. Um dia, Sarah se encanta por uma pintura de Juliette e pede para que um amigo a compre. Ela decide mandar um e-mail anônimo para Juliette elogiando seu trabalho...