4.5

861 117 114
                                    

Curta e comenta

*****
                                                               
Carla estava sentada no sofá quando Juliette saiu de seu quarto na manhã seguinte. "Me diz que tem café." disse Juliette, em seu caminho para a cozinha.                    

"Não era falsificada, né?"
                  
Juliette parou e se virou para Carla, buscando em sua mente se ela tinha se esquecido de alguma conversa que elas tiveram. Sem entender, ela disse: "O quê?"       
            
Carla olhou para ela do sofá e, em seguida, suspirou, de forma um pouco dramática. "A jaqueta. Era original, né?" ela disse, como se fosse óbvio.
                   
"Esse é um daqueles momentos em que você resolve me envolver em um exercício de improvisação na atuação aleatório sem me dizer antes, e eu fico meia hora perguntando do que diabos você está falando, apenas para descobrir depois que você só está fodendo com a minha cabeça? Porque se for, eu não tenho tempo hoje."
                   
"Estou falando sobre a jaqueta da PRADA que estava em sua cama." disse Carla. "Você está namorando alguma velha, rica, poderosa que não pode ser vista com você? Puta merda, ela é alguma política?"                   

Juliette estava atordoada. "Você deduziu tudo isso só por causa de uma jaqueta?"
                 
"Ai, meu Deus, ela é uma política? Quantos anos ela tem? Não, na verdade, o quão rica ela é? Não, pera, como você conheceu uma política? Você odeia política. Espera... muitas perguntas... não consigo me concentrar."
                  
Juliette balançou a cabeça e fez o resto do caminho até a cozinha apenas para encontrar a garrafa de café vazia.                     

"Você não tinha feito café?"                    

"Eu fiz, mas bebi."                     

"Tudo?"
                
"Não mude de assunto! Você está namorando uma política!"
                   
Juliette suspirou. "Eu não estou namorando uma política."
                  
"Ah." Carla pareceu desapontada. "Então... o quê? Alguma mulher do mundo corporativo? Ela é tipo CEO de alguma coisa?"
                  
Juliette odiava mentir e, mais cedo ou mais tarde ela teria que dizer a verdade pra Carla. Mas agora não era o momento. Além disso, ela teria que falar com Sarah sobre isso. "O que faz você pensar que eu estou namorando alguém? Talvez eu só esteja ficando esporadicamente com essa pessoa."
                   
Carla bufou. "Você? Até parece." Mas ela pareceu considerar a ideia. "Posso te dar um conselho, como alguém que tem sido gay por mais tempo que você?"
                   
Juliette se encostou no balcão da cozinha e cruzou os braços. "Você não é gay."
                    
"Uh, helloooooo!" Carla ergueu o roteiro do filme e acenou ao redor. "Meu conselho é: não se contente com a primeira lésbica que cruzar seu caminho, ok? Claro, ela pode ser legal agora e tudo isso é muito novo, mas você provavelmente consegue coisa melhor. Quero dizer, olhe pra mim, eu saí do armário quando eu tinha quinze anos e a primeira mulher que beijei, Viviane, era... você sabe, feia. E agora, anos depois, eu vou fazer uma cena de sexo com Sarah Andrade. Você precisa sonhar alto. Claro, eu não estou dizendo que você vai arranjar alguém como Sarah Andrade, obviamente, mas, ainda assim, é bom ter uma meta."
                   
Juliette balançou a cabeça lentamente, tentando processar completamente todas as camadas de ironia e absurdo na fala de Carla. "Eu vou manter isso em mente, muito obrigada."                    

"Sério, Juliette, quem diabos é ela? Você está me matando aqui. Me dá uma dica. Me diz pelo menos que ela não é tão sem graça quanto o Lucas."                    

The blind side of loveOnde histórias criam vida. Descubra agora