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Sarah agitou a xícara de café em sua mão, analisando brevemente o líquido marrom antes de olhar para cima. Fernanda estava olhando para ela e Sarah sorriu, meio casualmente e meio sem jeito, do outro lado da sala. Agora que estavam na companhia de outras pessoas, Sarah estava tímida. Ela baixou o olhar e voltou para seu assento, dizendo 'olá' para a diretora de câmeras enquanto passava.
                  
A noite anterior havia terminado profissionalmente, mas Sarah ainda estava preocupada se muita gente notou que elas estavam juntas, e como isso pode ter parecido para os outros. Ela passou metade da noite repreendendo a si mesma por não ser mais cuidadosa e a outra metade querendo saber como seria beijar Fernanda. Houve outros pensamentos, também, centrados principalmente em Juliette.
                    
"Você parece cansada" disse Manoela Gavassi de repente. "Noite ruim?"
                   
Sarah tomou um gole de café e assentiu. "Não dormi muito bem."                    

"Tinha algum cara gostoso na sua cama?" Manoela riu e se sentou ao lado de Sarah. "Imagino que tenha sempre, considerando a quantidade de homens que estão aos seus pés."
                   
Sarah olhou para Fernanda, que estava a encarando de volta, parecendo entretida. Ela limpou a garganta e voltou a olhar para a produtora. "Bom, devo dizer que minha cama estava bem vazia na noite passada."
                    
Manoela fez uma expressão peculiar, como se ela não acreditasse em Sarah, e em seguida, riu. "Bem, se isso for verdade, então eu tenho certeza que não foi por falta de ofertas, né? Ouvi dizer que você e aquele diretorzinho terminaram. Uma pena. Vocês dois faziam um belo casal. Você não acha?" Ela dirigiu a pergunta à Fernanda, que havia se sentado perto delas. Sem esperar a resposta da diretora, a produtora continuou: "Você ainda está solteira?"                    

"Estou, sim." disse Sarah.
                    
"Então, eu tenho um amigo... Ele não é um modelo ou qualquer coisa do tipo, tadinho, mas ele é um amor. Tentei juntar ele com aquela ali," disse ela, apontando para Fernanda "mas não deu muito certo. O primeiro encontro não saiu exatamente como o planejado." Ela riu.                    

"A noite mais estranha da minha vida." Fernanda murmurou.                    

Sarah mordeu o lábio. "Eu... não estou realmente procurando ninguém agora." disse ela, esperando que isso fosse o suficiente para deter a mulher, mas sabendo, de alguma forma, que não era.
                   
Manoela estava cavando em sua bolsa. "Eu vou apenas te dar o número dele. Se você estiver se sentindo solitária quando se mudar aqui pro Rio, mande mensagem pra ele. Ele pode te apresentar melhor a cidade. Vocês não precisam se ​​casar ou qualquer coisa do tipo."
                    
Sarah aceitou o pedaço de papel, sem olhar para ele. "Ok..."
                   
"Ok, então." disse Fernanda, levantando de repente, "se ninguém mais tem um amigo, irmão ou primo distante que queiram tentar a sorte com a nossa atriz principal, vamos começar."
                  
Sarah colocou o número do cara em algum lugar que parecia que ela não iria esquecê-lo, embora ela soubesse que iria. Ela perdeu a comodidade de seu relacionamento falso com Arthur, percebendo então, o quão simples ele tornava as coisas.
                   
A porta se abriu, chamando a atenção de Sarah. Uma jovem mulher entrou em cena, parecendo nervosa e confiante ao mesmo tempo, enquanto caminhava até o centro da sala.
                    
Fernanda sentou ao lado de Sarah e entregou-lhe parte do script. Para a menina, ela disse: "Você pode começar quando estiver pronta. Sarah Andrade lerá com você."                   
A menina respirou por um momento, e então começou. No segundo em que ela falou, ficou claro que ela não era certa para o papel, mas Sarah leu suas falas como se a real Samantha estivesse à sua frente.

The blind side of loveOnde histórias criam vida. Descubra agora