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Juliette olhou para a estrutura na frente dela e soltou um suspiro. Encontrar o prédio de Sarah Andrade não tinha sido difícil. Era um edifício novo no Leblon e Juliette tinha passado por ele algumas vezes antes e se perguntado qual seria o custo de viver em um lugar assim. Ela observou a arquitetura elegante e moderna, as janelas altas e brilhantes e focou em manter sua respiração estável.
                   
Ela olhou a hora em seu celular. Era cedo, mas não muito cedo e depois de dois suspiros longos ela fez seu caminho em direção à portaria.
                  
"Srta. Andrade está esperando por você." ele disse, depois dela ter provado sua identidade. Ele abriu a porta pra ela.

Juliette entrou. O lobby estava ocupado com pessoas de terno falando em celulares ou um com o outro. Tinham cadeiras e sofás ali que fizeram Juliette pensar que o valor de uma mobília daquela provavelmente era equivalente a seis meses de mensalidade em sua universidade. O que estou fazendo aqui? Juliette se perguntou, enquanto se dirigia para os elevadores. Ela estava completamente fora de seu habitat natural. Ela pensou em seu próprio prédio: escuro, sujo e caindo aos pedaços, com a luz da porta da frente piscando sem parar. Qualquer dia, ela ainda vai entrar e ver que está sem nenhuma luz, e, em seguida, levaria uma semana ou mais para o proprietário se preocupar em trocá-la.
                  
Juliette apertou o botão do elevador.                   
Uma mulher em uma roupa de treino rosa se ​​aproximou. Ela arrumou os cachos loiros e perfeitos no reflexo mais próximo que encontrou e olhou Juliette de cima a baixo, com o canto do olho.
                 
As portas se abriram e uma senhora saiu gritando algo para os dois homens atrás dela, que se desculpavam severamente por qualquer infração que eles tenham cometido. Suas vozes ecoavam no lobby, misturando-se com as outras em um coro de pretensão.
                 
Juliette entrou no elevador depois da mulher da roupa de treino, que aguardou com uma expressão entediada, para ver o botão que Juliette apertaria.                    

Uma sobrancelha perfeita arqueou um pouco ao ver o botão que Juliette pressionou no painel. "Tem certeza que você acertou o andar, querida? Tem apenas um apartamento lá na cobertura."
                   
O tom dela tentou ser educado, Juliette adivinhou, mas ela não conseguiu. "Eu tenho certeza." disse ela.                   

"Eu ouvi dizer que uma estrela da Globo se mudou para a cobertura." disse a mulher a fim de jogar conversa fora, suavizando seu tom muito ligeiramente ao pensar que, talvez, ela estivesse ao lado de alguém que conhecia uma pessoa importante.
                
Juliette ofereceu apenas um sorriso tenso em resposta, e em silêncio esperou as portas abrirem no décimo primeiro andar para que a mulher fosse embora. Nada mais havia sido dito entre elas, e o passeio para a cobertura de Sarah Andrade foi felizmente livre de interrupções.
                   
As portas do elevador se abriram para um corredor iluminado e encontrar a porta da atriz foi simples. Tocar a campainha era bem mais difícil, e Juliette olhou para a hora de novo só para ter certeza de que não estava atrasada. Ela poderia simplesmente ligar e dizer que ela não pode vir, que havia surgido um imprevisto. Ela podia mudar de ideia. Havia outros artistas. Artistas melhores. Artistas muito mais adequados para este tipo de trabalho e esse estilo de vida.                  

Seria muito mais fácil pra todo mundo se Juliette mudasse de ideia antes que Sarah Andrade mudasse a dela.
                   
Mas, em seguida, a porta foi aberta e Sarah Andrade estava de repente em pé na sua frente vestindo uma blusa simples verde musgo e um short jeans. Ela parecia tão diferente que Juliette quase não a reconheceu.
                
A atriz olhava pra ela com uma expressão de quem queria pedir desculpas. "Parecia que você estava prestes a fugir de volta para o elevador."                  

The blind side of loveOnde histórias criam vida. Descubra agora