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"Estou feliz por estarmos fazendo isso." Lucas disse, abaixando o volume do som no carro.

Juliette desviou a atenção da janela para olhar para o seu namorado.

"Isso o quê?"

"Isso. Indo jantar na casa dos seus pais." Ele disse olhando para ela brevemente antes de retornar a sua atenção para a estrada. "Eu sinto falta da gente. Eu sei que estive ocupado com alguns projetos, mas no próximo semestre as coisas vão ficar mais tranquilas até a formatura."

"Aham." Juliette disse, se virando para a janela novamente. Seu humor estava péssimo durante toda a tarde. Tudo começou com um convite para um jantar que ela estava doida para recusar, mas ela havia sido convencida, primeiro por sua mãe, e depois por Lucas. Depois de finalmente concordar, eles brigaram pra decidir se deviam ou não ir no carro dele. Juliette achava a ideia ridícula já que seus pais moravam perto da estação de metrô, mas ele queria mostrar o novo sistema de som caríssimo e outras 'paradas' de carro que ela não entendia. Então ela cedeu de novo.

Agora, como era de se esperar, eles estavam presos no trânsito, e Juliette estava muito ocupada pensando nos prós e contras da possibilidade de sair do carro e encontrar com ele na casa de sua família, para se preocupar se ele estava feliz ou não.

"Você acha que o carro vai ficar de boa na rua da casa dos seus pais?"

Juliette virou sua cabeça lentamente na direção de Lucas. "O quê?"

"Bem," Lucas se endireitou no seu assento, "me lembrei que a sua família não mora na área mais legal da cidade." Ele deu de ombros. "Mas no final das contas, foi por isso que eu investi num bom sistema de segurança, né? Vai ficar tudo bem."

Juliette revirou os olhos e olhou para longe.

"Juliette, você está bem?"

"Estou."

"Você ainda está com raiva por que a gente veio de carro? Ah para, vai. Você sabe que eu odeio andar de metrô. Não tá legal assim?"

"Ficar parada no trânsito é legal?"

"Os carros vão se movimentar, já já. E além do mais, a gente tem a oportunidade de conversar. Eu estava pensando no que vai acontecer depois que eu me formar. Estava me questionando se você havia pensado nisso."

"Nisso o quê?"

"A gente. Eu vou fazer intercâmbio. Você vai ficar aqui."

"E...?"

"Bem, eu achei que - Calma aí." Ele colocou as mãos no bolso para procurar o telefone que estava tocando. "Fala meu brother, e aí? Não... Eu estou com a minha mina. O que houve...? Hoje? É, acho que sim... Claro, claro... Depois do jantar?... Certo, eu te encontro mais tarde."

Juliette esperou pacientemente por uma explicação depois que Lucas desligou o telefone. Embora a conversa entrecortada não dissesse muita coisa, experiências passadas diziam.

"Era o Ricardo. Ele convidou a gente para uma boate hoje."

"E?"

"Eu disse que nós vamos depois do jantar. Beleza?"

"Não, não tá 'beleza'. Por que você sempre faz isso? É tão difícil assim pra você me perguntar se eu queria ir a outro lugar essa noite?"

"Você quer ir?"

"Não!"

Lucas fez uma careta. "Por que não? Eu achei que você não tinha nada para fazer hoje."

"Não é essa a questão, eu só não quero ir."

"Tá, mas por que? Eu achei que você gostava dos meus amigos. Nós só vamos beber alguns drinks e depois vamos embora, eu juro. Eu quero dormir na sua casa hoje, de qualquer forma."
Juliette respirou fundo e contou até dez. Dois segundos depois o carro começou a andar de novo e Juliette havia perdido o vapor. Mais tarde, ela prometeu a si mesma. Nós falaremos sobre isso mais tarde.

The blind side of loveOnde histórias criam vida. Descubra agora