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4/5

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Juliette piscou. As formas do seu quarto estavam embaçadas e indecifráveis enquanto ela tentava fazer sentido do que a rodeava. O som do telefone ecoou pelo apartamento, e ela colocou o travesseiro nas orelhas. Ela se recusava a levantar agora. Ela ficou acordada até tarde terminando de ler Garota Exemplar, e, depois ainda escreveu um longo e-mail pra Sarah detalhando o quanto ela adorou.
                   
O telefone tocou novamente, mas foi interrompido pela voz misericordiosa de Carla dizendo: 'Sex shop de Juliette e Carla. Qual vibrador você gostaria de obter hoje?'                

Juliette relaxou ao notar que a ligação era pra Carla, mesmo. Ela estava quase voltando a dormir mas de repente Carla estava pulando em sua cama.

"Acorda, caralho!" Carla estava quase gritando. "Adivinha quem acabou de me ligar."

Juliette abriu um olho, fechou e abriu o outro. Carla estava em cima dela, a olhando com entusiasmo e Juliette nunca quis machucar tanto alguém em sua vida. Ela fechou os olhos novamente apenas para ser sacudida. Ela grunhiu. "euodeiovocêmedeixaempaz"            
     
"Juliette! Era a diretora daquele filme que eu fiz teste! Querem que eu volte e leia o script para algum outro papel!"

Juliette mal conseguiu compreender a notícia inteiramente. "Uau" ela conseguiu dizer, com a voz rouca e cheia de sono. "Eu prometo ficar muito animada com você daqui a seis horas."

Carla começou a pular na cama dela de novo e Juliette tentou se lembrar de qualquer coisa nas proximidades que poderia ser usado como arma. Ela parou de pular. "Jesus, esse quarto é mais quente do que o meu." disse Carla e um segundo depois ela estava deitando na cama. "Quero fazer conchinha com você enquanto eu conto como foi o resto da ligação." Carla estava meio suada e Juliette se segurou muito para não dar um soco nela. "Não tô nem aí se você tá com calor."         

"Eu te odeio tanto agora." lamentou Juliette, enquanto Carla se agarrava nela.                

"Então!" disse Carla, de repente. "Uma mulher chamada Andressa ou Andreza, falou algo tipo, 'Você toparia fazer cenas de nudez?' E eu falei, "Uh, depende de que tipo.' e ela estava tipo 'Bem, você teria problema em filmar uma cena de sexo?' e eu disse 'Tipo... pornô?' e ela riu e disse, 'não, não. Feita profissionalmente e sem teor pornográfico, é claro. Mas você pode ter que tirar um pouco de roupa.' E eu estava tipo, 'Ah, claro, isso é de boa.' Ela fez uma pausa. "Você está me ouvindo?"

"Sua boca está colada no meu ouvido, como eu poderia possivelmente não estar escutando?"

"Tá bom. Então, ela estava tipo 'Ah bom, bom. Gostaríamos que você viesse e fizesse a leitura para um papel diferente.' E eu, 'Ótimo!' Aí... você está pronta para ouvir?"

Juliette suspirou em seu travesseiro. "Sim..."

"Então, ela falou tipo, 'Você toparia fazer uma cena de sexo com uma mulher?'

Os olhos de Juliette se arregalaram. "Sério?"

Carla riu. "Estou te assustando estando em cima de você assim?"

"Não, tá me deixando excitada, na verdade." disse Juliette, sorrindo.

"Eu criei um monstro." Carla riu e se desvencilhou de Juliette. "Na verdade, eu estou enlouquecendo. Você parece calma." Ela fez uma pausa para endireitar o outro travesseiro. "Então, o que acha? Posso acabar tendo relações sexuais com uma garota na frente das câmeras."

Juliette se virou para olhar para a amiga. "E aí, você disse que estava tudo bem com isso?"

"Claro! Por que não estaria? Eu interpretei uma lésbica naquela peça a poucos anos atrás." Ela sentou-se de costas pra parede. "Espero que seja com alguma gostosa."

The blind side of loveOnde histórias criam vida. Descubra agora