Criação do Morro

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Leonardo Soares, Lv.

Já se passaram alguns dias desde o aniversário da Louise, nós se divertimos muito lá na ilha do meu pai, só nós quatro já que o Arthur veio embora mais cedo. Nós parecíamos crianças brincando pela grama de lá, fizemos competições de pulos e os caralhos a quatro tá ligado? Foi um final de semana gostosinho de passar, só com os de verdade mesmo, eu merecia essa folga.

Ao voltar para o morro as incomodações também voltaram, tive que ir para reunião com os cara do CV para ver sobre os carregamentos de porte de arma. Enquanto eu estava lá em Angra, eu deixo o Felipe no comando por uns dias e pelo jeito ficou tudo nos conformes, esse cara é brabo! pena que não é uma bom pai para Lu.

- patrão tá dando briga de mulher lá no beco da 5 -menor entra na boca dando o papo.

Nem respondo o muleke e já subi na moto indo até lá. Tá me tirando? tá achando que a favela é o que? judô??? a vão se fuder, vou colocar ordem nesse porra!

Meu pai dominou isso aqui durante anos, ele colocou regras e durante anos todos o respeitaram e agora por que ele faleceu e mudou o patrão, vão desobedecer? se fizerem o contrário do que eu mandar eu vou logo mandar para a salinha que se resolvemos melhor.

- separa as duas agora! -digo descendo da moto.

Caralho irmão... quem tá brigando é a Fernanda e Kayla puta que pariu.

- SAEM AS DUAS AGORA! -grito. - e vêem comigo agora! -entro na boca que tem aqui e elas me seguem.

- Léo....- Nanda tenta se justificar porém não deixo.

- Eu quero saber qual é a de vocês com barraco no meio da minha favela? tao achando que tão aonde???? hein???? me respondem porra!

- Leonardo tu me conhece, tu sabe que eu sou tranquilona até mexeram comigo e essa escrota veio me chamar de sem pai sendo que nem sabe minha história - kayla começa falando.

- hum, prossiga -digo.

- Me chamou de puta e mais um monte de esculacho por que na cabeça dela eu tô com o Wendel por causa da fama e dinheiro dele, sendo que tu me acompanha e sabe da história - ela contínua.

- eu não menti - Nanda diz.

- A hora que eu mandar tu Falar, tu fala tendeu? - seguro firme o rosto da Fernanda enquanto falo.

- Mas pelo o Wendel eu nem esquento cabeça, não me rebaixo a esse nível para brigar por macho mas ele veio falar do meu pai sendo que nem sabe nada e isso foi do nada Léo, eu tava passando na rua e ela veio falar essas merdinhas - por fim kayla termina de falar.

- Não se faça de vítima Kayla - Fernanda diz e mais uma vez aperto firme o rosto dela.

- Agora passa a visão do teu lado da história -digo.

- Não tem o que falar, eu fiz o que fiz por fazer, não gosto dela e acho ela uma vagabunda mesmo que coitado do Wendel tá caindo no golpe dela - Nanda começa falar e eu encaro ela.

- Meteu o pai da garota na história por que? -pergunto.

- Por que quis, ela não tem família e quando achou vocês ela se mudou pra cá, baita interesseira nojenta

Eu juro que tentei de todas as formas possíveis não defender somente a Kayla por que iriam dizer que fiz isso por que ela é amiga da Louise mas olha o que essa garota tá falando, ela merece apanhar e muito!!!!

Agarro firme o rosto dela e acerto um tapa em cheio na cara dela.

- Kayla, Vaza daqui! -digo olhando fixamente para a Fernanda.

- Deixa que eu bato Léo, tu é homem - kayla diz.

- Kaylinha aqui na favela não tem essa de homem não bater em mulher, agora mete o pé daqui antes que sobre pra tu - digo e ela me obedece.

- Agora você - agarro ela pelo braço e levo para os fundos da boca. - os meninos vão te dá um trato - jogo ela em um canto e chamo os menor. - só não matem -digo.

Esse é um lado meu que jamais eu quero que a Louise conheça, ela sentiria medo de mim, e isso que eu fiz hoje foi nada perto das outras coisas que já fiz.

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Louise Borges Nogueira

É louco né você sentir falta de uma pessoa que já se foi e começar a falar sozinha por dentro de casa como se tivesse falando com a pessoa né? eu faço isso sempre e eu sinto como se me ouvissem. Todo dia eu sinto falta da minha mãe e do meu tio DG, toda vez que eu tô pensando em desistir eu falo com eles e eu juro para vocês que parece que eles estão me ouvindo e me abraçando porque aquela vontade que eu tenho de desistir passa na hora.

Hoje eu tava aqui lembrando dos momentos com o tio, lembrando dos conselhos que ele me dava e justamente agora eu queria muito que ele tivesse aqui, queria poder falar assim para ele "tio eu acho que eu tô gostando do Léo" e eu tenho certeza que ele ia sair pulando e comemorando. Queria que ele tivesse aqui para me dar um conselho e dizer se eu tô ou não no caminho certo, queria também que a minha mãe tivesse aqui junto e me aconselhasse da melhor forma possível.

Infelizmente com a minha mãe eu não tive assunto sobre garotos e etc porque ela faleceu quando era nova ainda eu não tinha nem 10 anos porém com tio DG era constrangedor mas a gente conversava, na maioria das vezes ele ficava com ciúmes mas tudo bem.

Queria o tio aqui para eu falar para ele, "tio eu acho que eu não sou mais tão ingênua e eu acho que eu tô abrindo meus olhos e vendo as coisas que tá na minha cara, na minha frente... principalmente o Leonardo".

- aí ai tio será que me entrego e deixo rolar ou fico aqui me privando de tudo com o medo do que vão falar? - falo entre suspiros.

A caneta que estava em cima da minha cômoda começou a rolar e cair no chão e tipo tá de noite não tava a janela aberta, não tinha vento.