A universidade, com seu ar estéril e corredores gélidos, não trazia a menor inspiração a Maxine. O contraste entre a arte, com toda sua grandiosidade e transcendência, e aquelas pessoas vazias e indiferentes que vagavam pelos salões a deixava quase enjoada. Para ela, a beleza da arte jamais poderia florescer em um ambiente tão insípido.—— Você é nova aqui, não é? —— Uma voz interrompeu seus pensamentos. Maxine ergueu os olhos e viu um rapaz de cabelos castanhos longos e desgrenhados. Ele exalava uma energia descontraída, quase fora de lugar naquele cenário.
—— Sim, acabei de me mudar —— Maxine respondeu, tentando manter a conversa polida.
—— Sabia! Você não tem cara de quem é daqui —— comentou o rapaz, com um sorriso genuíno que parecia iluminá-lo. —— Pode levar isso como um elogio.
Maxine forçou um sorriso, mais por educação do que por concordância.
—— Ok, vou fazer isso —— respondeu com uma simpatia contida.
—— Ethan Mckay —— ele se apresentou, estendendo a mão com um ar casual, sua aparência de hippie destoando ainda mais do ambiente universitário.
—— Maxine Harmon —— disse Maxine, apertando a mão dele.
Os minutos arrastaram-se até o sinal da última aula soar. Maxine soltou um suspiro de alívio. Ao lado de Ethan, que falava sem parar sobre trivialidades, ela caminhou pelos corredores com a mesma sensação de sufocamento que a assombrara desde sua chegada.
—— Posso te acompanhar até em casa —— sugeriu Ethan quando chegaram à porta da faculdade.
Maxine hesitou por um instante. Não estava interessada em envolvimentos, mas a ideia de fazer um amigo não parecia tão ruim, considerando o quão solitária vinha se sentindo desde a mudança.
Eles caminharam pelas ruas de Los Angeles, e Ethan preenchia o silêncio com suas observações e comentários sobre a cidade. Ele parecia conhecer cada rua, cada esquina, como se o mundo fosse um palco montado para ele. Maxine limitava-se a sorrir e responder aqui e ali, perdida em seus próprios pensamentos.
Quando chegaram em frente à imensa casa vitoriana, Ethan parou abruptamente.
—— Não acredito! —— exclamou, os olhos arregalados.
Maxine revirou os olhos, já antecipando o comentário sobre a aparência da casa. Aquela velha mansão atraía olhares de curiosidade por onde passava.
—— Vai, pode dizer que é estranha —— ela disse, resignada.
—— Você mora na casa dos assassinatos! —— Ethan completou, a voz carregada de excitação.
—— A casa do quê? —— Maxine franziu o cenho.
—— Tá brincando? Te venderam essa casa e nem contaram sobre o que aconteceu aqui? —— Ethan parecia genuinamente chocado.
VOCÊ ESTÁ LENDO
﹙✓﹚ ultraviolence, tate langon.
Fanfiction🪦 | Maxine Harmon era filha de um relacionamento conturbado que havia sido levado ao fim ainda na adolescente, mas após algumas tragédias familiares, Max se viu presa ao pai biológico em uma nova vida. Agora se mudando junto do pai, madrasta e meia...