25. o nascimento do anti cristo.

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                    Quando Ben, Vivian e Violet voltaram para casa, a tensão já era palpável

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Quando Ben, Vivian e Violet voltaram para casa, a tensão já era palpável. Vivian e Violet ficaram no carro, enquanto Ben subiu com passos rápidos até o quarto de Max. Ele a encontrou sentada na cama, com os olhos cheios de uma tristeza que ele não compreendia.

—— Precisamos ir embora agora, Max. É sério —— Ben disse, aproximando-se dela com urgência.

Max balançou a cabeça lentamente, evitando o olhar do pai. —— Eu não vou, Ben.

A confusão no rosto de Ben foi imediata. Ele segurou o rosto de Max com as duas mãos, forçando-a a olhar para ele, preocupado com o que parecia uma súbita mudança de comportamento. —— O que deu em você? O que está acontecendo?

Max tentou manter a compostura, mas as lágrimas começaram a cair de seus olhos. —— Eu não posso sair daqui, —— Sua voz tremia. —— Eu... estou presa aqui.

—— Você está drogada —— Ben disse, a voz tingida de frustração e medo. —— Você está falando besteira.

Max soluçou, sacudindo a cabeça. —— Não, Ben. Eu estou morta. Eu... morri na banheira. Afogada. Eu... eu não posso sair desta casa.

Ben olhou para Max, o choque e a negação dominando seu rosto. Ele não sabia como reagir, incapaz de aceitar o que ela estava dizendo. —— Max, isso é...

Antes que ele pudesse processar o que Max tinha acabado de revelar, gritos soaram do lado de fora. Ele virou-se rapidamente para a porta, ouvindo Vivian e Violet correndo para dentro da casa.

—— A mamãe ai ter o bebê! —— Violet gritava desesperada, enquanto Vivian ofegava, segurando o estômago em evidente dor.

Ben ficou dividido entre o horror das palavras de Max e o caos emergente com Vivian. A realidade parecia desmoronar ao redor dele. Ele queria entender, ajudar Max, mas a crise imediata com Vivian exigia toda sua atenção. Mas Max sabia que, mesmo se ele quisesse, não poderia salvá-la agora. Ela estava condenada àquela casa, àquela prisão. E agora, outra tragédia estava prestes a acontecer.

Foi como se o caos tivesse finalmente encontrado o seu lar naquela casa. As luzes apagaram de repente, mergulhando tudo em uma penumbra sinistra. O ar ficou pesado, frio, e aos poucos, os fantasmas começaram a aparecer, como sombras saindo das paredes, seus passos silenciosos e gestos meticulosamente coordenados. Entre eles estava Charles Montgomery, o antigo cirurgião da casa, que com uma voz calma e assustadoramente serena, chamou as enfermeiras que haviam morrido ali.

Vivian estava no centro de tudo, deitada em um velho sofá improvisado como mesa de parto. Seus gritos de dor ecoavam pelos corredores, como se o próprio edifício estivesse compartilhando de seu sofrimento. As mãos frias das enfermeiras fantasmas se aproximaram de seu corpo, preparando-se para realizar o parto. Tudo era uma mistura insana de vida e morte, uma batalha por novos corpos que, ironicamente, já pertenciam à casa muito antes de nascerem.

Ben, completamente paralisado pelo horror do que via, não conseguia mover-se. Ele assistia, impotente, enquanto as figuras sobrenaturais se agitavam ao redor de Vivian, preparando-se para trazer os gêmeos ao mundo, como se este fosse um ritual antigo e predestinado.

Max, por outro lado, já não podia ser abalada pelo medo.

Caminhou lentamente pela sala, seus passos ecoando entre as paredes mal-assombradas. Ao se aproximar de Constance, que estava de pé ao lado, a velha mulher lhe lançou um olhar cheio de significado. Constante já sabia.

—— Bem-vinda, nora —— Constance disse em um sussurro cheio de veneno e poder.

Max sentiu um arrepio percorrer sua espinha. As palavras da mulher ecoaram em sua mente. Ela sabia que seu destino estava selado, que agora fazia parte daquela casa e de tudo o que acontecia ali.

Não havia mais saída, não havia mais fuga.

Tate estava por perto, observando tudo com um olhar intenso. Ele sabia o que aquilo significava — a conexão entre Max e a casa, entre Max e ele. Para Tate, isso era a realização de seu desejo mais profundo. Eles estavam juntos, e nada, nem mesmo a morte, poderia separá-los agora. Enquanto os gritos de Vivian continuavam e os fantasmas se agitavam ao redor, Max olhou uma última vez para Constance, compreendendo que, em algum nível, ela havia sido preparada para aquele momento desde o início.

(...)

Max permaneceu imóvel na porta, observando em silêncio o nascimento dos gêmeos. As sombras na sala tremeluziam com a luz fraca das velas, projetando figuras fantasmagóricas ao redor de Vivian, enquanto os fantasmas faziam o parto. O primeiro bebê havia nascido morto, seu corpo pequeno e frágil entregue aos cuidados frios de Nora Montgomery. Mas o segundo bebê, um menino, respirava.

Foi então que Chad apareceu ao seu lado, surgindo como uma presença silenciosa e amarga, com um sorriso cínico no rosto. —— Acabou, não é? —— ele disse, sua voz impregnada de ressentimento. —— Um dos bebês morreu, e os nossos planos se foram junto com ele. —— Ele olhou para Max com uma expressão de amarga resignação. —— Agora, estou condenado a passar o resto da eternidade com um homem que não me ama,... mas pelo menos, não sou tão condenado quanto você.

Max virou o rosto lentamente, sentindo o peso das palavras de Chad antes mesmo de ele as completar.

Ele continuou, a voz carregada de sarcasmo. —— Você vai ficar aqui pra sempre com um homem que te ama, mas que é um monstro —— Ele fez uma pausa, deixando as palavras pesarem.

Ela piscou, sentindo um calafrio percorrer sua espinha. —— Isso não é verdade —— Max sussurrou, tentando negar o que sabia que estava por trás das palavras de Chad. Mas sua voz vacilava.

Chad riu, um riso seco e cruel. —— Não é verdade? Ele matou você, Max. Ele matou Patrick. Ele matou a mim. E você está presa a ele agora. Sem contar que ele estuprou Vivian ——  As palavras foram ditas sem misericórdia, uma revelação que explodiu na mente de Max como um choque brutal.

Max sentiu o chão desabar sob seus pés. Sua mente girava com a realidade insuportável que Chad acabara de revelar. As peças finalmente se encaixaram — a obsessão de Tate, seus segredos, seus atos violentos. Ela tentou negar, mas agora era impossível. Ela já sabia, no fundo, que algo estava terrivelmente errado. Mas ouvir as verdades ditas assim, friamente, era outra coisa.

Ela olhou para o bebê recém-nascido e depois para Chad, sentindo o peso de sua condenação cair sobre seus ombros.

—— Eu vou sempre estar presa a ele, não é? —— Max murmurou, sua voz quebrando.

Chad apenas deu de ombros, sua expressão carregada de resignação amarga. —— É a maldição dessa casa. Aqui, ninguém escapa.

 ﹙✓﹚ ultraviolence, tate langon. Onde histórias criam vida. Descubra agora