28. o erro dos outros.

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                           Ben havia tomado sua decisão, decidido a sair daquela casa de uma vez por todas

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Ben havia tomado sua decisão, decidido a sair daquela casa de uma vez por todas. Com o bebê nos braços e suas malas prontas, ele caminhou em direção à saída, seu coração pesado, mas firme. O silêncio sombrio da casa parecia segui-lo, mas ele não olhou para trás. Estava determinado a deixar tudo aquilo para trás — os fantasmas, a dor, o passado.

Enquanto ele descia as escadas, uma figura apareceu diante dele, bloqueando o caminho. Hayden, a ex-amante e uma das muitas almas presas na casa, surgiu com um sorriso cruel nos lábios. —— Você não vai a lugar nenhum, Ben —— ela disse com uma voz fria e ameaçadora.

Antes que Ben pudesse sequer responder, sentiu algo puxar suas costas com força. Em questão de segundos, outra figura fantasmagórica o pegou por trás, amarrando uma corda em seu pescoço com precisão assustadora. Foi rápido demais, e Ben mal teve tempo de reagir. Seus olhos se arregalaram em choque, o bebê escorregando de seus braços.

O próximo momento foi um borrão de dor e escuridão. A corda se apertou ao redor de seu pescoço, cortando seu fôlego, e com um movimento brusco, ele foi jogado para fora do corrimão, o corpo sendo arrastado pelo peso da corda. Ben ficou pendurado no lustre das escadas, sua vida se esvaindo num instante trágico.

A casa parecia respirar fundo, satisfeita com mais uma alma adicionada à sua coleção. Max, observando a cena de longe, sentiu um frio esmagador em seu peito. Ben, o último dos vivos na casa, agora estava morto, assim como tantos outros antes dele.

O bebê, chorando no chão, foi pego por Hayden que sorria, satisfeita com o desfecho.

(...)

Max caminhou lentamente até onde o corpo de Ben balançava no lustre. A cena era surreal, a casa envolta em um silêncio macabro, como se estivesse satisfeita com mais uma alma capturada. Constance estava perto, apoiada no corrimão, fumando um cigarro com seu habitual ar irônico, observando a situação com um misto de indiferença e sarcasmo.

—— Bem, parece que mais um se foi —— Constance comentou, soltando uma baforada de fumaça enquanto seus olhos seguiam o corpo de Ben. —— Seu idiota
desgraçado.

Max encarou Ben, agora em sua forma espectral, com os olhos vazios e a expressão de incredulidade. —— Hayden... ela me matou —— Ben murmurou, tentando processar o que havia acontecido, sua voz cheia de frustração e descrença.

Constance ignorou o lamento dele, dando uma última tragada em seu cigarro antes de esmagá-lo contra o corrimão. —— Onde está o bebê? —— perguntou com uma calma perturbadora, olhando ao redor. Seus olhos percorreram o chão e as sombras da casa, procurando a criança.

Max apenas deu de ombros, seu rosto impassível. Ela sabia que, na casa, nada estava realmente perdido — tudo ficava preso ali, de uma forma ou de outra. —— Não importa onde ele está agora —— disse ela, com um tom resignado. —— Será uma longa eternidade.

Constance riu suavemente, como se a ideia de uma eternidade naquela casa fosse um desafio a ser saboreado. —— Oh, querida, você nem faz ideia do que a eternidade realmente significa. —— Ela deu as costas, descendo as escadas em busca de seu próximo objetivo, enquanto Max e Ben ficaram ali, em meio à quietude perturbadora da mansão.

Ben olhou para Max, ainda confuso e perdido. —— O que acontece agora? —— ele perguntou.

Max suspirou, sentindo o peso do destino inescapável. —— Agora, você aprende a conviver com o que se tornou... como todos nós.

(...)

Max subiu as escadas atrás de Constance, seus passos ecoando levemente pelo degrau sombrio. O carrinho do bebê vazio, sem sinal algum dele. Max olhou para o espaço desocupado, uma pequena sombra de alívio cruzando seu rosto. —— Um problema a menos —— murmurou, mais para si mesma do que para Constance.

Constance a observou com interesse, cruzando os braços enquanto analisava o tom de Max. —— Você odeia o bebê?

Max soltou uma risada irônica, amargurada, enquanto seus olhos fixavam-se no carrinho vazio.

—— Agora eu entendo Vivian —— respondeu, sua voz carregada de ressentimento. —— É difícil amar o filho bastardo do homem que você ama.

Constance, sempre pronta para reconhecer e explorar a escuridão nos outros, arqueou uma sobrancelha. —— Então você sente o peso disso, não é? —— disse ela suavemente. —— De ser forçada a conviver com os erros e pecados dos outros.

 ﹙✓﹚ ultraviolence, tate langon. Onde histórias criam vida. Descubra agora