Tate estava sentado no porão, a escuridão do ambiente refletindo o turbilhão dentro de sua mente. Ele mantinha os cotovelos apoiados nos joelhos, as mãos entrelaçadas, a cabeça levemente abaixada enquanto encarava o vazio à sua frente. Ele sentia algo crescer em seu peito — a terrível sensação de que Max poderia ir embora. E ele não sabia o que fazer com isso.
Por um momento, Tate fechou os olhos, tentando afastar as imagens que lhe vinham à mente, mas o sentimento de perda iminente o corroía por dentro. Ele tinha medo, um medo que não conseguia controlar. A casa o consumia, mas Max... Max era sua única salvação, e a ideia de perdê-la o deixava à beira do desespero.
Foi nesse estado de agonia silenciosa que ele ouviu uma risada leve e irônica ecoar pelo porão. Quando Tate levantou o olhar, lá estava Hayden, a amante de Ben, uma presença sempre marcada por sua provocação cruel.
—— Olha só quem temos aqui, Lord Fauntleroy —— Hayden comentou com um tom mordaz, inclinando-se contra uma parede enquanto cruzava os braços. — Escrevendo suas poesias tristes de amor no porão escuro?
Tate permaneceu em silêncio por um momento. Ele levantou os olhos, seu rosto endurecendo ao ouvir as palavras de Hayden.
——— Estou cansado de magoar pessoas — Tate disse, com a voz rouca de frustração. Seus olhos eram frios, mas havia uma vulnerabilidade por trás daquele olhar vazio.
Hayden deu uma risada curta e irônica, como se a ideia de redenção fosse uma piada a seus ouvidos.
—— Você quer que Max vá embora? Porque é isso que vai acontecer. Vivian está louca pra vender essa casa. Se ela continuar com o Ben, você sabe o que vai acontecer, né? Ele vai levar Max junto. Vão embora e você nunca mais vai vê-la.
As palavras de Hayden foram lançadas com precisão cruel, atingindo o ponto exato da angústia de Tate. Ele sentiu o estômago revirar só de imaginar Max longe, inalcançável, fora do alcance dele para sempre.
—— Mas... se Vivian e Ben se separarem —— Hayden continuou, sua voz suave e manipuladora —— Ben vai ficar com a casa. E Max... ela vai ficar com ele. E você vai ter Max só pra você. Ninguém pra dividir, ninguém pra competir.
Tate apertou a mandíbula, a tensão em seus músculos visível. Ele sabia que Hayden estava jogando, manipulando suas fraquezas, mas as palavras dela fizeram eco dentro de sua mente. O desejo de ter Max, de não deixá-la escapar, se misturava ao medo de continuar repetindo o ciclo de dor e destruição.
—— Você faria qualquer coisa pra manter ela aqui, não faria? —— Hayden provocou com um sorriso sarcástico, mas seus olhos brilhavam de satisfação.
—— Eu sei o que tenho que fazer —— disse Tate, sua voz baixa e fria. Ele respirou fundo, buscando força no meio do caos que vivia dentro de si. —— Só preciso de tempo.
Hayden, sentindo que o controle da situação lhe escapava, lançou um sorriso predatório.
—— Tempo? —— A voz dela tinha um tom provocativo. —— Você deveria se divertir antes disso.
Antes que ela pudesse completar a frase, Tate reagiu. Com um movimento brusco, ele a empurrou com violência, fazendo-a cair da cadeira e bater contra o chão do porão com um baque surdo. Seus olhos estavam cheios de raiva, mas também de uma determinação implacável.
—— Eu amo ela —— ele disse entre dentes, com uma intensidade que fez o ambiente parecer ainda mais opressivo.
Hayden ficou onde estava, a surpresa em seu rosto rapidamente se transformando em algo mais sombrio, mas ela não disse nada. Tate não esperou por uma resposta. Com passos pesados, ele saiu do porão, deixando-a sozinha.
(...)
As luzes das ambulâncias piscavam incessantemente, tingindo a frente da casa com flashes vermelhos e azuis, enquanto o som das sirenes ecoava na vizinhança. Max e Violet estavam sentadas juntas na escada, observando em silêncio enquanto a confusão se desenrolava diante de seus olhos. A noite parecia mais fria, e a tensão no ar era quase palpável.
Ben Harmon estava em pé no hall, com um paramédico ao seu lado aplicando um curativo. O rosto dele estava contorcido em dor, mas sua preocupação ia além do ferimento.
A noite, que já estava pesada, se tornou ainda mais sombria quando a família, relutante e desolada, concordou que Vivian realmente precisava de ajuda. Os olhares silenciosos e tensos trocados entre Max, Violet, e Ben confirmavam a gravidade da situação. Ninguém queria admitir que Vivian estava perdendo o controle, mas os acontecimentos dos últimos dias não deixavam muitas alternativas.
Do lado de fora, os policiais ajudavam Vivian a descer os degraus da casa. Ela estava com os olhos cheios de medo e confusão, murmurando para si mesma, como se estivesse presa em um pesadelo do qual não conseguia acordar. Seus movimentos eram hesitantes, como se a qualquer momento ela fosse recuar, mas a firmeza dos policiais não permitia isso. O som suave das sirenes preenchia o ar, acompanhando o barulho das botas dos oficiais no asfalto.
—— Eu não estou louca —— Vivian dizia, sua voz quebrando. —— Vocês não entendem... Eles estão aqui... Estão todos aqui...
Max ficou parada na soleira da porta, observando a ambulância se afastar, as luzes vermelhas piscando enquanto se misturavam com a escuridão da noite.
Foi nesse momento que ela sentiu a presença familiar ao seu lado. Tate se aproximou em silêncio, envolvendo seu braço ao redor da cintura dela, puxando-a suavemente para perto. Ele não disse nada por um tempo, apenas a manteve firme contra si, como se quisesse protegê-la.
—— Vai ficar tudo bem, Max —— ele sussurrou, sua voz baixa e cheia de uma confiança que parecia deslocada diante do que acabara de acontecer. —— Eu estou aqui. Sempre vou estar.
—— Eu sei...
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﹙✓﹚ ultraviolence, tate langon.
Fanfic🪦 | Maxine Harmon era filha de um relacionamento conturbado que havia sido levado ao fim ainda na adolescente, mas após algumas tragédias familiares, Max se viu presa ao pai biológico em uma nova vida. Agora se mudando junto do pai, madrasta e meia...