Maxine e Ethan estavam cada vez mais próximos, a ponto de compartilharem um desinteresse crescente pela faculdade. Certa manhã, Ethan convenceu Max a matar o último período de aula e sair para explorar as ruas de Los Angeles. O clima na cidade parecia em sintonia com o tédio deles, enquanto caminhavam despreocupadamente, distantes do mundo acadêmico.
—— O que tem de tão interessante nisso? —— perguntou Max, observando Ethan tirar um pequeno saquinho de pó branco do bolso.
—— Ficar chapado em Los Angeles é praticamente uma rotina —— respondeu ele, casualmente.
Com uma expressão que misturava apatia e curiosidade, Maxine o observou. Ethan pegou um pouco da substância, colocou sobre o dedo e, sem hesitar, cheirou, sentindo a ardência invadir suas narinas. Maxine revirou os olhos e continuou andando, sem qualquer interesse em seguir o mesmo caminho autodestrutivo do amigo. Los Angeles parecia ainda mais vazia para ela naquele momento.
Enquanto caminhavam, perceberam uma movimentação incomum perto de uma escola local. Maxine, atenta, viu Violet, sua irmã mais nova, correndo para fora do prédio escolar. Algo estava errado.
—— Violet! —— Max gritou, chamando a atenção da irmã.
—— Você conhece ela? —— Ethan perguntou, surpreso.
—— É minha irmã —— respondeu Max, sem tirar os olhos de Violet.
Ela correu até a garota e notou imediatamente o corte em sua testa, o sangue manchando sua pele pálida. Sem pensar duas vezes, Maxine pegou Violet pela mão e a levou para longe da escola, ignorando as perguntas e olhares curiosos ao redor.
Quando chegaram em casa, Maxine sentou Violet na cozinha e começou a cuidar do ferimento. Ethan, visivelmente alterado pelos efeitos da droga, encostou-se na bancada e observou a cena de forma vaga. Seus olhos, apesar de dilatados, estavam distantes, como se estivesse em outro lugar.
—— A casa não é tão assustadora por dentro ——comentou Ethan, tirando outro pacote de pó branco do bolso e começando a preparar mais uma linha sobre a mesa de mármore.
Maxine o encarou, exasperada, e empurrou seu ombro antes que ele conseguisse terminar. —— Não faz isso aqui! —— ordenou ela, irritada.
Ethan riu, como se aquilo fosse uma brincadeira inofensiva, e soprou a fileira de cocaína. O pó se dissipou pelo ar, mas o desconforto permaneceu. Violet observava tudo em silêncio, mas Max podia ver a raiva crescendo na irmã.
—— Quem fez isso com você? —— Max perguntou enquanto continuava a cuidar do ferimento de Violet.
—— Foi a Leah, aquela vagabunda —— respondeu Violet, claramente enfurecida. — Eu já te falei dela!
—— Puta merda, Leah? —— Ethan murmurou, a ficha finalmente caindo. —— A vadia é minha prima.
—— Sua prima? —— Violet repetiu, incrédula.
—— Sim, uma vaca desagradável —— respondeu Ethan com naturalidade. —— E também uma viciada.
A conversa tomou um rumo desconfortável, mas Maxine estava mais preocupada com Violet. Ela sabia que sua irmã não conseguiria enfrentar Leah sozinha.
—— Devia falar com a Vivian e pedir para te transferir de escola —— sugeriu Max, tentando encontrar uma solução prática.
—— Não, eu não tenho medo dela —— Violet respondeu, decidida. Pegou sua bolsa de cima da mesa e saiu da cozinha, subindo as escadas com passos pesados.
Max suspirou, exausta. Ethan, ainda flutuando em seu estado alterado, riu da situação e se levantou, cambaleando em direção à porta de trás.
—— Acho melhor você ir —— Max disse, tentando esconder a irritação.
—— Te vejo na faculdade —— respondeu ele, saindo pela porta lentamente, ainda com aquele sorriso perdido no rosto.
(...)
Apesar das advertências de Ben, Maxine continuava a se encontrar com Tate. Havia algo sobre ele que ela não conseguia ignorar, uma atração estranha que misturava curiosidade e desconforto. Cada conversa com Tate parecia dissipar a sensação de perigo que ele emanava, como se a proximidade tornasse mais fácil suportar a inquietação.
Naquela tarde, Tate estava sentado no quarto de Maxine, servindo de modelo para um de seus desenhos. Ela adorava desenhá-lo, seus traços enigmáticos, o olhar frio, a postura relaxada, tudo nele parecia digno de ser imortalizado no papel.
—— O que você faria se alguém fosse muito cruel com alguém que você ama? —— perguntou Maxine, enquanto dava os últimos retoques no desenho.
Tate refletiu por um momento. Não conseguia imaginar ninguém, além de Maxine, a quem quisesse proteger. Se alguém a ferisse, sabia que sua reação seria violenta.
—— Alguém está sendo cruel com você? —— perguntou, a voz baixa, mas carregada de preocupação.
—— Não comigo —— respondeu Max. —— Com minha irmã, Violet. Leah, a prima do Ethan, está fazendo da vida dela um inferno.
Tate franziu o cenho, o desconforto visível em seus olhos.
—— Nós podemos ajudá-la —— disse ele.
—— Como? —— Max perguntou, intrigada.
—— Dando um susto tão grande nessa Leah que ela nunca mais ousaria atormentar Violet —— respondeu Tate, com um sorriso frio.
Max o olhou, considerando a ideia. Não era uma pessoa violenta, mas havia algo em Tate que a fazia acreditar que ele poderia resolver a situação de forma definitiva. —— Ethan disse que ela é viciada em drogas —— acrescentou Maxine.
—— Perfeito. Diga a ela que você tem drogas em casa e a convide para buscar —— sugeriu Tate, aproximando-se mais de Max.
—— Mas eu não tenho drogas! —— Max exclamou.
—— Não precisa ter. Só precisa fazer ela acreditar que tem —— explicou ele, inclinando-se ainda mais, prendendo Maxine na cadeira com as mãos nos braços dela.
Os rostos dos dois estavam tão próximos que Max sentiu o coração acelerar. Já tivera namorados antes, mas a sensação com Tate era diferente, perigosa, envolvente. Ele a olhou nos olhos, e por um breve momento seus olhares se encontraram, íntimos e intensos. —— Você confia em mim?
—— Eu confio em você —— Maxine sussurrou, mal acreditando nas próprias palavras.
Tate sorriu, satisfeito com a resposta, mas antes que qualquer coisa acontecesse, passos ecoaram no corredor. Max se afastou rapidamente, o coração batendo acelerado.
—— É melhor você ir agora —— disse ela, arrumando os cabelos e se levantando da cadeira.
Tate concordou em silêncio, caminhando em direção à porta, mas lançou um último olhar a Maxine antes de sair, deixando-a sozinha no quarto. Max voltou ao seu desenho, mas não conseguia se concentrar. Algo estava faltando, sempre faltava.
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﹙✓﹚ ultraviolence, tate langon.
Fanfiction🪦 | Maxine Harmon era filha de um relacionamento conturbado que havia sido levado ao fim ainda na adolescente, mas após algumas tragédias familiares, Max se viu presa ao pai biológico em uma nova vida. Agora se mudando junto do pai, madrasta e meia...