16. eu te amo, max.

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                        Quando Maxine abriu os olhos, a ela sentia o corpo pesado, os músculos doloridos, como se estivesse acordando de um sono profundo e conturbado

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                        Quando Maxine abriu os olhos, a ela sentia o corpo pesado, os músculos doloridos, como se estivesse acordando de um sono profundo e conturbado. O mundo parecia distante, como se ela estivesse presa entre a realidade e um sonho inquietante. Sua respiração era fraca, e o peito doía, lembrança da água gelada que encheu seus pulmões.

Maxine piscou devagar, sentindo a cabeça rodar, quando notou um pequeno movimento na janela. Um passarinho, com penas macias e de cores delicadas, pousou no parapeito. Ele inclinava a cabeça de um lado para o outro, parecendo observar o interior do quarto com curiosidade.

— Eu adoro pássaros.

A voz de Tate, baixa e familiar, cortou o silêncio. Maxine piscou, surpresa, seu olhar se movendo lentamente para ele. Tate estava ali, em pé ao lado da cama, suas feições agora calmas, quase suaves, como se nada do que havia acontecido antes tivesse sido real.

Max engoliu em seco, a garganta arranhando com o esforço. —— Por quê? —— ela perguntou, a voz fraca, mal saindo dos lábios.

Tate deu de ombros levemente, os olhos ainda fixos na pequena criatura na janela. —— Porque eles podem voar para longe —— ele disse, o tom quase sonhador, como se estivesse compartilhando um segredo profundo. ——Quando tudo dá errado, eles simplesmente abrem as asas e vão embora. Longe de tudo.

Maxine o observou em silêncio, a mente lenta demais para processar as implicações do que ele dizia. A vontade de se levantar, de correr, de fugir daquele quarto, daquela casa, de Tate, estava lá, mas o corpo dela não respondia. Seus olhos a seguiam, percebendo cada movimento mínimo que ela fazia, como se pudesse sentir a distância invisível que se abrira entre eles.

—— Algo mudou em você —— Tate murmurou, quase como se estivesse falando mais consigo mesmo do que com ela. Ele inclinou a cabeça, os olhos estreitados, tentando compreender o que era. —— Você não é mais a mesma comigo, Max.

—— Você tentou me matar! —— a voz dela saiu áspera, cheia de dor e incredulidade. Como ele podia agir como se nada tivesse acontecido?

—— Não! —— Tate negou rapidamente, os olhos arregalados, como se estivesse chocado por ela sequer pensar isso. Antes que ela pudesse dizer mais alguma coisa, ele se ajoelhou ao lado da cama, desesperado, o rosto a poucos centímetros dela. —— Eu nunca faria isso, Max. Eu jamais machucaria você de propósito. A casa... a casa me consome às vezes, me faz fazer coisas. Mas eu... eu nunca faria isso de verdade.

Maxine o olhou, sem saber ao certo no que acreditar. Ela tinha sentido o pânico, a água fria, a pressão sobre sua cabeça enquanto afundava na banheira. Mas agora, olhando para Tate, ajoelhado ao lado dela, com o rosto distorcido pelo medo e arrependimento, algo a fazia querer acreditar nele, apesar de tudo.

O olhar assustado dele era tão sincero, tão carregado de dor, que uma parte dela, por mais irracional que fosse, queria aceitar o que ele dizia.

Tate estendeu a mão, sem tocá-la, mas como se quisesse fazer isso. —— Eu te amo, Max. —— A voz dele era cheia de urgência, quase quebrando. —— Eu nunca deixaria nada e ninguém te machucar. Nem a casa, nem qualquer outra coisa. Eu te amo mais do que amo a mim mesmo, você entende? — O desespero em sua voz era palpável. — Você é tudo pra mim. Eu só... só preciso de você aqui. Por favor, não vá.

Maxine estava apavorada, mas algo dentro dela queria acreditar nele, queria acreditar que ele poderia protegê-la de tudo, inclusive de si mesmo. Mesmo que ela soubesse, no fundo, que talvez ele fosse a coisa da qual mais precisava se proteger.

Sem pensar muito, apenas seguindo um impulso, ela se moveu na cama, puxando os lençóis ao lado e sussurrou suavemente.

— Vem aqui, deita comigo.

Tate hesitou por um segundo, mas depois se levantou devagar, como se estivesse inseguro. Maxine o abraçou por trás, seus braços envolvendo o corpo dele, como se tentasse protegê-lo e a si mesma do caos que os cercava. Ela sentia o peito dele subir e descer, cada respiração pesada com emoções que ele não conseguia expressar em palavras.

Ela encostou o rosto na nuca dele, seu cheiro familiar a acalmando por um breve momento, embora seu coração ainda estivesse em disparada. Max beijou sua bochecha de leve, um gesto silencioso de consolo, talvez para ele, talvez para ela mesma.

—— Estou triste —— Tate murmurou, sua voz baixa, quase um sussurro.

Maxine fechou os olhos, não sabia se poderia continuar assim, com o medo e o amor entrelaçados de uma maneira tão perigosa. Mas, por aquele momento, tudo o que ela conseguia fazer era segurá-lo, como uma criança assustada tentando encontrar conforto no escuro.

—— Eu também estou —— ela respondeu, com a mesma suavidade.

 ﹙✓﹚ ultraviolence, tate langon. Onde histórias criam vida. Descubra agora