Max pairava no quarto, sentindo a estranha leveza de sua nova realidade agora morta. A luz do sol entrava pelas janelas, filtrada por uma poeira que dançava no ar, mas a beleza do momento era ofuscada pela revelação que acabara de descobrir. Ao seu lado, Tate estava ali, tão familiar, tão amado, mas agora marcado pela verdade que ela não podia ignorar.—— Você sabia desde o começo, não é? —— Max disse, a voz embargada pela mistura de dor e traição. —— Sabia que estava morto e mesmo assim não me contou. —— O peso de suas palavras pairava no ar, e a tensão entre eles era palpável.
Tate inclinou a cabeça, uma sombra de sorriso se formando em seus lábios. —— Seria estranho contar, não? 'Oi, eu sou o Tate, estou morto. Quer ficar comigo? —— Ele fez uma pausa, o sorriso se alargando. —— Soaria um pouco desesperado, não acha?
Max revirou os olhos, mas não pôde deixar de sentir uma pontada de humor em meio ao caos. Tate sempre soube como aliviar a tensão com seu jeito. Mas logo o riso se desfez, dando lugar a um ar de seriedade. Ela sentia a gravidade da situação se instalando entre eles, mas antes que pudesse pensar mais sobre isso, Tate se aproximou, seus lábios encontrando os de Max.
O beijo suave, mas carregado de emoção. Ela sentiu o calor que sempre associou a ele, e por um instante, o mundo ao seu redor desapareceu. O beijo se aprofundou, e Tate começou a beijar seu pescoço, o toque fazendo com que a realidade voltasse com força total. Ela estava morta, e mesmo assim, ali estava ele, tão próximo, tão real.
—— Ficaremos juntos pra sempre agora —— Max sussurrou, o coração pesado com a nova verdade. A ideia de uma eternidade ao lado de Tate era tanto uma benção quanto uma maldição.
Tate se afastou levemente, seus olhos brilhando e profundos penetrando os dela. —— Sim, pra sempre.
(...)
Ben acordou em um sobressalto, Violet estava no hospital visitando Vivian, um impulso de preocupação o fez recorrer a uma ideia. Ele agarrou o braço de Max, arrastando-a pela escada enquanto dizia que precisavam ir ao hospital buscar Vivian.
—— Max, precisamos ir agora —— ele ordenou, sua voz tingida de urgência.
—— Por favor, eu não quero ir! —— Max implorou, a expressão de terror em seu rosto. Mesmo se quisesse, ela não poderia.
—— Eu não confio mais em você e no Tate —— Ben disse, a frustração e a dor transparecendo em suas palavras. —— Você precisa entender que não posso arriscar te deixar aqui sozinha e ele aparecer.
Max tentou desesperadamente argumentar. —— Eu não vejo o Tate há semanas! Ele não está mais aqui! —— Mas sua voz soava fraca, quase sem convicção, enquanto a verdade se entranhava em sua mente.
Ele a empurrou em direção ao carro, mas a tensão cresceu e, de repente, Max desapareceu de sua visão, como se a casa a tivesse engolido para dentro de novo. Uma onda de pânico a tomou, e ela se viu de volta no interior, sozinha, ouvindo a porta do carro se fechar com um estrondo atrás de si.
Ben ficou parado, gritando. —— Max! Onde você está? —— A sensação de confusão e desespero o envolveu.
Max voltou para o quarto, a mente ainda girando com a conversa que teve com Ben. Ao entrar, viu Tate sentado à mesa, os olhos fixos no notebook, digitando freneticamente. Ele parecia perdido em seus próprios pensamentos, mas sua presença a fez sentir um misto de conforto e inquietação.
—— Um dia, Ben saberá que eu morri —— Max disse, quebrando o silêncio, sua voz suave e cheia de pesar.
Tate levantou os olhos para ela, um sorriso triste se formando em seus lábios. —— Vai demorar —— ele respondeu, a confiança em sua voz soando quase como um aviso. —— Até lá, você e eu temos um mundo só nosso.
Ela hesitou, olhando em seus olhos profundos, mas sentiu uma sombra de tristeza. —— Mas nós nunca teremos filhos, Tate. Nunca teremos uma vida normal. Nunca poderemos sair dessa casa.
Ele franziu a testa, a expressão se transformando em determinação. —— Isso não é verdade —— disse ele, sua voz cheia de paixão. —— Eu vou encontrar uma maneira. Por você, eu darei um jeito. Vamos ter filhos, Max. Você e eu. Juntos, sempre.
A intensidade de suas palavras a envolveu, mas a realidade de sua situação ainda a atormentava. —— Você realmente acha que isso é possível? —— Max perguntou, o ceticismo quase visível em sua expressão.
—— Claro que é —— Tate respondeu, quase fervorosamente. —— Se isso é o que você deseja, eu faço uma maneira de fazer acontecer.
(...)
Tate levou Max até um dos quartos da casa, a atmosfera carregada de uma tensão estranha. Ao abrir a porta, foram recebidos por uma cena inesperada: Chad e Patrick, o casal que morreu ali antes, estavam lá, cercados por latas de tinta e decorações coloridas, preparando um quarto de bebê para gêmeos. Os dois homens estavam ocupados, mas a presença de Tate e Max imediatamente atraiu sua atenção.
—— Quem mandou vocês decorarem o quarto? —— Max perguntou, a curiosidade e a incredulidade em sua voz.
Chad virou-se, um brilho de irritação nos olhos. —— A casa é nossa —— ele respondeu, com um tom desdenhoso. —— Estamos esperando gêmeos.
Max não conseguiu evitar uma risada nervosa. —— E a mãe de aluguel vai ser alguma das enfermeiras mortas no porão? —— Ela provocou, seu tom sarcástico evidente.
A expressão de Chad mudou, o sorriso desaparecendo. —— Na verdade, será a sua madrasta —— ele disse de forma ameaçadora, um sorriso malicioso se formando em seus lábios.
Tate se aproximou, seus olhos escurecendo com a raiva contida. —– Vocês estão pensando em roubar os bebês? —— ele perguntou, a voz baixa e ameaçadora.
Patrick, observando a interação, riu com desdém. —— Vocês podem ser babás quando os bebês nascerem —— ele disse, cruzando os braços com uma expressão arrogante. —— Já que isso vai ser o mais perto de uma família que vocês vão conseguir.
—— Calem a boca —— Tate gritou, sua frustração explodindo em um instante. A tensão no ar era palpável, e Max sentiu um frio na barriga diante da hostilidade que se desenvolvia.
Max olhou para Tate, a preocupação tomando conta de seu rosto. Os dois saíram do quarto, e a porta se fechou atrás deles, cortando o contato com a hostilidade daquela cena.
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﹙✓﹚ ultraviolence, tate langon.
Fanfiction🪦 | Maxine Harmon era filha de um relacionamento conturbado que havia sido levado ao fim ainda na adolescente, mas após algumas tragédias familiares, Max se viu presa ao pai biológico em uma nova vida. Agora se mudando junto do pai, madrasta e meia...