12. encontro.

896 118 24
                                    

                          Enquanto a noite de halloween se afundava, Maxine se questionava se, assim como a escuridão que a envolvia, ela também se perderia em meio ao que estava prestes a acontecer

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


Enquanto a noite de halloween se afundava, Maxine se questionava se, assim como a escuridão que a envolvia, ela também se perderia em meio ao que estava prestes a acontecer. As ondas do mar se quebravam suavemente na praia, e o céu, coberto de nuvens, refletia uma paleta de cinzas e laranjas.

Tate, ao seu lado, agachou-se na areia fria, reunindo palhas secas e galhos caídos, sua expressão determinada enquanto tentava acender uma fogueira. Quando a chama finalmente estalou e começou a consumir os pedaços de madeira, uma fumaça dançante se ergueu em direção ao céu.

—— Eu nunca tive um encontro assim. —— Maxine comentou, os olhos brilhando com a luz do fogo, enquanto observava as chamas estalarem e crepitarem.

—— Eu nunca tive um encontro. —— Tate respondeu, um leve sorriso nos lábios, enquanto as luzes da fogueira iluminavam seu rosto de maneira suave.

—— Nunca teve uma namorada? —— Max perguntou, a incredulidade transparecendo em sua voz. Era difícil para ela acreditar que um garoto tão bonito e intrigante como Tate nunca havia se envolvido romanticamente com ninguém.

Tate negou com a cabeça, se sentando mais perto de Max, suas faces tão próximas que o calor de suas respirações se misturava no ar.

—— Você já beijou, Tate? —— Max perguntou, quase se amaldiçoando por fazer a pergunta, mas a curiosidade era mais forte.

—— Não, mas acho que sei o que fazer. —— Tate respondeu em um tom baixo, os olhos fixos nos dela, como se estivesse tentando decifrar um mistério profundo.

Maxine se ajeitou mais perto, suas mãos hesitantes tocando o rosto de Tate, enquanto a conexão entre eles se tornava palpável. O coração dela acelerava, e ela lambeu os lábios, sentindo um frio na barriga.

—— Se eu te beijasse, o que você faria? —— Max perguntou, seu olhar fixo no dele, a expectativa pairando no ar.

Tate ponderou mentalmente, imaginando que primeiro poderia agradecer a qualquer força superior que existisse, mesmo que não acreditasse, e então, beijaria Max com tanta intensidade que temeria nunca mais sentir os lábios dela novamente.

Sem esperar mais, ele moveu as mãos até o pescoço dela e, em um movimento súbito, uniu seus lábios com força. Max fechou os olhos, deixando-se levar pela sensação. O beijo era doce e feroz, um misto de urgência e descoberta. A areia sob eles parecia desaparecer enquanto Tate a puxava para mais perto, como se quisesse fundir seus corpos.

Os dedos de Tate exploraram lentamente a roupa de Max até encontrarem sua pele quente. Max sentiu um arrepio percorrer seu corpo, uma sensação estranha e deliciosa.

—— Não, não aqui. —— Max disse, interrompendo a intensidade do momento. Ela retirou a mão dele de sua camisa, afastando-o um pouco.

Tate parou, confuso, e se sentou de novo, observando-a enquanto ela ajeitava suas roupas.

—— Me desculpa. —— Ele murmurou, a sinceridade em sua voz era inegável.

—— Tudo bem, eu só quero que seja especial. —— Max explicou, dando-lhe um beijo suave. —— Gosto de você.

—— Eu nunca senti isso por nenhuma garota. —— Tate afirmou, o olhar sério, quase vulnerável.

—— Você é gay? —— Max questionou, a confusão aparecendo em seu rosto. Poderia ser esse o sinal que não havia percebido antes.

—— O quê? Não! —— Tate respondeu rapidamente, quase se ofendendo. —— Eu só... Nunca conheci alguém como você antes.

Max apenas concordou em silêncio, apoiando a cabeça no ombro de Tate. Juntos, eles observavam a vastidão do mar sob a luz da lua, que parecia distante, mas ao mesmo tempo tão atraente.

—— Eu sempre vim aqui quando o mundo desmoronava. —— Tate disse, olhando para as ondas que se quebravam na areia. —— Olhava para o mar e pensava: 'o colégio não serve pra nada'. Kurt Cobain não terminou o ensino médio.

—— Ele abandonou duas semanas antes de se formar, não vale. —— Max brincou, tentando aliviar a tensão.

Ela percebia como o ensino médio afetava a cabeça de Tate, talvez por isso sua reputação fosse tão complicada, e suas interações, tumultuadas.

—— O ensino médio também foi uma droga pra mim. —— Max confessou, seu olhar distante. —— Não era do tipo que as pessoas queriam por perto.

—— Se tivéssemos feito o ensino médio juntos, eu iria querer você por perto. —— Tate disse, um sorriso suave iluminando seu rosto.

—— Teria sido diferente para nós dois, não é? —— Max questionou, a voz baixa, quase um sussurro.

—— É, teria sido bem diferente. —— Tate concordou, pensativo.

Nesse momento, sons de passos se aproximaram. Os dois se viraram e notaram cinco jovens se aproximando, vestidos com roupas de colegial, como se tivessem saído de um filme de terror, suas roupas rasgadas e manchadas de sangue.

—— Eu adoro esse filme, Clube dos Cinco, não é? —— Max comentou, um sorriso nervoso se formando em seus lábios.

—— A praia é grande, tem espaço pra todo mundo. —— Tate murmurou, tentando ignorar a aproximação dos jovens.

—— Bom trabalho, Tate. Esperamos anos que você mostrasse a cara, mas você gosta mesmo da casa da mamãe. —— Um dos garotos, usando uma jaqueta do time de futebol, provocou com um sorriso malicioso.

—— Não conheço vocês. —— Tate respondeu, mantendo a calma.

—— Fico surpresa que tenha coragem de dar as caras por aqui. —— Uma garota de cabelos pretos, vestida como cheerleader, comentou, com um sorriso sarcástico.

—— É a sua namorada? —— A garota loira, com roupas punk, perguntou, se aproximando.

—— Deixa ela em paz! —— Tate disparou, levantando-se e colocando-se entre Max e os outros, determinado a proteger a garota ao seu lado.

—— Não queremos ela, queremos você.

—— Vamos afogar ele!

—— Não, atirar entre os olhos!

Maxine se perguntou o que levava adolescentes a esse tipo de brincadeira de Halloween. Eram estúpidos e sem graça. Ela podia imaginar o quanto Tate era alvo de provocações na escola.

—— Já passaram da idade de trotes de Halloween, não acham? —— Max disse, levantando-se da areia, desafiando-os.

Antes que alguém pudesse responder com algo rude, Tate puxou a mochila que trouxeram e segurou a mão de Max.

—— Vamos embora. A praia tá muito cheia. —— Tate explicou, puxando-a para longe daquela confusão.

Max olhou para trás uma última vez, uma sensação estranha e gelada a envolvendo, como se estivesse sendo observada, a mesma sensação que sentia em sua própria casa, sempre à espreita.

 ﹙✓﹚ ultraviolence, tate langon. Onde histórias criam vida. Descubra agora