capítulo 1

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     O eco do trovão veio juntar o tropel dos cavalos, ligando céu e terra num estrondo unissono, quando os cavaleiros cavalgaram velozmente rumo aos escombros fumegantes do Castelo Jiang.
      Do alto de uma torre, por trás da quase invisível fresta da seteira, um par de olhos negros e esperançosos presenciava a chegada dos cavaleiros.  Eram os olhos de uma criança que amadurecera em poucos dias, subjugada pelo panorama de terror e destruição que se descortinar nós últimos dias. A criança vira com crescente desespero as fracas ômegas atirarem deseijetadamente flechas no inimigo, numa va tentativa de defesa. Vira-as tentar manejar as armas pesadas e sucumbir ao peso delas. Vira-as chorar e gritar de desespero e aflição.
     Wuxiana e o irmão, Cheng (alfa), haviam sido escondidos num quartinho secreto, oculto atrás da enorme lareira do castelo, numa tentativa de escapar da sanha dos inimigos, que apertavam ineroravelmente o sítio e estavam a ponto de invadir o bastião dos Jiang's. E tambem para fugir da peste que estendera sua garras negras para apanhar quem quer que ousasse sobreviver ao ataque.

_ Quem vem aí? - perguntou a vozinha fraca de Cheng . O menino jazia deitado , magro e doentio, recuperando-se de uma guerra particular que travava com a peste.

_ É o senhor nosso pai que vem para nos salvar!! - exclamou Wuxiana , cheia de orgulho. Ela grudou o olho na flecheira mas uma vez, esforçando-se para distinguir sob o tênue véu da chuva miúda as feições dos cavaleiros que se aproximavam.

_ Nie Mingjue esta com ele!! - sussurrou, triunfante, os olhos brilhando de admiração e respeito.

_ Nie Mingjue era um caso especial na vida de Wuxiana . Paladino de Eduardo I da Inglaterra e aclamado como um dos mais valentes guerreiros do mundo, era um verdadeiro herói aos olhos do ômega. E, embora vivesse ocupado com as guerras, sempre achava momentos para brincar com os dois filhos de seu primo. Um grito varreu a noite chuvosa. Wuxiana recuou, alerta, esperando que o som fosse acompanhado de novo ataque. Não temia muito as flechas, mas tinha pavor da catapultas, estas sim destruiam o que encontrasse pelo caminho. Mas como não ouviu nada mais, voltou ao posto , grudando a vista na fresta.

_  Faz um tempão que voce esta aí, mana - queixou-se Cheng _ Acho que não lhe fez muito bem ver esta batalha. É muito violenta!

    Wuxiana sacudiu a cabeça.

_  Ja estou vendo batalhas há mas de uma semana, Cheng. Agora quero ver a vitória. Quando Nie Mingjue e papai chegarem vão dar uma surra nos invasores, e eu não quero perder esta.

_  Damas não devem observar as guerras, é o que mamãe sempre diz. Ela mesma já foi dormir!

_  Não sou uma dama, já disse mil vezes! - Rebateu ela, batendo o pé. - Nem quero ser nunca!

Do esconderijo, Wuxiana presenciara quando as ômegas foram arrastadas pelos cabelos e tiveram suas roupas arrancadas brutalmente. Não entendera o que se passava depois; só sabia que elas gritavam e se debatiam em desespero, enquanto outros soldados riam e bebiam, observando os colegas lutando com as pobres infelizes.

__ Essa história de ser ômega não vale apena Cheng. Eu vou ser um guerreiro, igual Nie Mingjue!!

  O menino ficou pensativo, absorvendo as palavras da irmã.

   Satisfeita com a silenciosa aprovação do irmão, a manina voltou para seu posto de observação.

Bay Bay, até a próxima!!


Honey Of Sin - FinalizadaOnde histórias criam vida. Descubra agora