Capítulo 12 - A Noiva

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.. Tempos depois....

- Wuxian! Wuxian! Wuxian!

O coro da multidão engrossava em entusiasmo e alegria enquanto ela cavalgava devagar ao lado do pai e atravessava as ruas de Chester. Logo atrás vinha Mingjue, cujo rosto se desmanchava em risos de orgulho e prazer. O Belíssimo garanhão de Wuxian cabeceava inquieto, desacostumado ao passo lento e a agitação do povaréu. Fora assim desde que os prisioneiros ingleses haviam sido trocados por Sir Wang. O povo mostrava-se agradecido, e com razão: a captura de Wuxian salvara seu orgulho.

Uma chuva de pétalas de rosa foi atirada de um janela logo acima, de onde escapavam gritinhos e risinhos aflitos.

- Hum.... - fez o duque, piscando o olho para Wuxian. - Acho que você algumas admiradoras por aqui.

- Que nada, é você quem despertar a admiração de tudo quanto é mulher, pensa que não sei? ainda é um bonitão, se quer saber. Além do mais, esta coberto de pétalas, enquanto em mim só caíram algumas.

- Eu ouvi o que você disse - comentou Mingjue, com seu vozeirão alegre - e acho que é bom ficar de olho em seu pai. Caso contrário, o casamento de Cheng não será o único que teremos para festejar.

Depois de algum tempo, Willow Castle ergue-se diante deles, um castelo encantador, rodeado de extensos gramados onde pastavam ovelhas branquinhas, flocos de algodão brincando sobre o veludo verde. Para Wuxian e Mingjue, aquele local encantador parecia uma fonte de bocejos e tédio, e ambos começaram a brincar a respeito. Mas, para surpresa deles, o duque pensava bem diferente.

- Eu gostaria de me casar com a herdeira disso tudo. Penduraria minha espada e me aposentaria para viver uma vida pacata e bucólica.

Mingjue aprontou-se para soltar sua célebre gargalhada, mas ao ver a expressão séria do duque, mexeeu-se inquieto na sela.

- Está brincando, meu primo!

- Nem um pouco. Sempre planejamos ter uma castelo parecido com este, eu e minha querida ômega. Quantas vezes nos sentamos ao pé do fogo para planejar juntos! Sonhávamos em ter uma residência assim, em vez dos eternos castelos fortificados, protegidos por fossos e muralhas...

- Mas, papai! Como pode trocar uma boa e honesta luta por uma vida sem graça como essa?

- Antes eu pensava como você, meu Wuxian. Mas o tempo passa, os ossos vão ficando envelhecidos e começam a dar sinais de cansaço... Nem Mingjue aprecia mais uma briga como antes. Não é verdade meu velho?

- Não nego que ando um pouco cansado, primo. Mas jamais trocaria a excitação da véspera da batalha, tendo as estrelas por teto, pelo palácio mais luxuoso da Inglaterra.

- Muito bem! - exclamou Wuxian, triunfante - Papai, se quiser, pode ficar morando com Cheng. Mingjue e eu continuaremos como sempre!

- Ah, é assim? Quer dizer que você pode passar muito bem sem mim?

Wuxian dirigiu-lhe um olhar carinhoso.

- Você me educou bem, pai. Posso sobreviver sozinho em qualquer lugar, desde que tenha minha espada e um exército capaz para comandar.

Enquanto falava, a voz de Wuxian tremeu. Seu coração apertava-se de saudades de Wang Yibo. Era como se este tivesse levado consigo metade dela, deixando apenas um vácuo escuro. Sentia-se insegura e triste. Não tinha mais certeza do que era, diante da enormidade do sentimento que nutria pelo amado prisioneiro. Sobreviveria sem ele? Sem dúvida, mas apenas sobreviveria. Ou vegetaria, melhor dizendo. Viver, nunca mais. Viver como, sabendo que existia entre eles um amor tão impossível quanto inextinguível?

Honey Of Sin - FinalizadaOnde histórias criam vida. Descubra agora