Solange
Quase vinte e duas horas se passaram e ainda não vejo sinal de Sofia. Preocupada, imagino como ela deve estar se sentindo ao chegar em casa depois desse tempo todo. Preparo a cama para Mariana e saio do quarto, notando as meninas sussurrando entre si. Fico curiosa para saber o que estão conversando, mas decido respeitar sua privacidade e não interferir.
— Então é verdade? — pergunta Flor, fazendo com que eu parasse de caminhar.
— O que é verdade?
— Deixa de ser sonsa, a sua amiga não voltará.
— Tudo que sai da tua boca é uma mentira.
— É isso mesmo que você ouviu! — Flor diz. — Parece que Bruno a comprou por um bom preço! E quem diria, com esse bumbum de palha.
Os risos dessas vadias eram frustrantes.
— Ela vai voltar, a Anita não foi embora.
— Coitada dela! — Grace se aproxima. — Que parte de que ela foi embora você não entendeu! Sua idiota.
— A Sofia foi-se embora?
— Fica calma,Mari...
— Ela nos abandonou?
— Nunca. Deve ter alguma explicação.
— Clichês!
— Vai ficar tudo bem!
Sofia
Os raios solares invadiram meu quarto através das frestas da janela, despertando-me para a realidade de que não havia fechado as cortinas na noite anterior. Por um momento, parecia um sonho, embora eu não pudesse dizer que era um sonho agradável. A consciência de deixar minhas únicas irmãs naquele inferno partia meu coração.
Decido sair da cama e me aproximo da janela, onde vejo um homem cortando algumas plantas. Sua presença traz um sopro de normalidade e tranquilidade para o meu dia, mesmo que apenas por um breve momento. Observo-o trabalhar, admirando sua habilidade e concentração, enquanto me pergunto sobre a vida que ele leva fora daquele jardim.
— Entre.
— Licença... Bom dia senhorita.
— Bom dia, tia.
— Podes me chamar de Carla mesmo.
— Está bem. — respondo simpática.
— O Sr.Bruno a espera no seu escritório.
— Ok, obrigada.
Tomo um banho rápido e visto às peças de roupa que vi na cama, provavelmente chegaram hoje cedo.
— Sente-se, como foi a sua noite?
Minha vontade era matar esse homem.
— Como acha que foi?
— Imagino.
— Perdão.
Não posso ser ingrata.
— Eu não sabia que tinhas um grande afeto por certas pessoas do bordel.
— Eu entendo. Já se passaram algumas horas, e provavelmente elas devem estar a pensar que alguma coisa aconteceu.
— Anita, não te tortures assim, por favor. Não te preocupes que arrumarei um jeito de tirar elas daquele lugar.
— Muito obrigada. Posso pedir um favor?
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Para Além Da Atração
RomanceEla era uma flor selvagem, arrancada de sua inocência e plantada no jardim sombrio de um bordel. A sobrevivência era sua única lei, até que ele chegou. Bruno Freire, um homem de mistério e desejo incontrolável, a puxou para um turbilhão de paixão p...