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José


Parecia uma eternidade sem a presença de Mariana ao meu lado. Apesar de ser apenas uma companheira, eu sentia um vazio em sua ausência. Ela me oferecia algo que a sua irmã nunca foi capaz de proporcionar. Graças a mim, não serei pai novamente. Não suportaria ter outro filho em meus braços e viver com a culpa de mais uma vida perdida por minha causa.

Solange estava grávida, uma informação que só foi descoberta dois dias após a sua morte. Ela sabia demais. Foi por isso que eu a matei. Ainda me lembro do seu rosto quando a bala penetrou em seu peito. Apesar dos momentos de luxo que compartilhamos, eu não permitiria que ninguém ultrapassasse os meus limites.

Agora, desejo apenas sorte para essa intrometida da Sofia. Ela se mete onde não é chamada e pagará o preço por isso, assim como a sua amiga. Ela acredita que eu não sei das suas visitas aos familiares das vítimas, questionando sobre a morte de Solange. Mas coitada, ela não chegará onde deseja.

— Alguma novidade? — perguntei enquanto saboreava o meu vinho.

— Não, senhor, nada de novo.

— E como Mariana tem se adaptado? — perguntei, olhando para ele.

— Ela tem se relacionado bem com os outros, especialmente com Sofia.

— A sua patroa não disse nada? — perguntei, surpreso.

— Não, senhor, nada foi mencionado.

— Bom... assim terei tempo suficiente para tirá-la de lá e me livrar daquela mulher! — disse, voltando a olhar pela janela.

Sofia

— A cobiça é uma traição? — perguntou Mariana, com um sorriso malicioso.

— Por quê?

— Você sabe a resposta, Sofia.

— Não é nada...

— Vamos, diga. — amarrei a ponta do seu cabelo para prender as tranças e a soltei.

— Eu vi o Lucas nu. Eu apenas vi, não fizemos nada! — ela justificou, entendendo o meu olhar.

— Não se preocupe, não tem importância. É por isso que você está aqui? — ela assentiu. — E como ele reagiu?

— Ele me expulsou.

Fiquei completamente surpresa ao descobrir que Lucas reagiu de maneira agressiva quando Mariana o viu nu. Meus olhos se arregalaram de surpresa e preocupação, enquanto tentava processar o que acabara de ouvir.

— Como assim ele te expulsou? — perguntei, minha voz carregada de incredulidade.

Mariana abaixou a cabeça, envergonhada, e respondeu com tristeza na voz:

— Foi um mal-entendido, Sofia. Eu só vi, não fizemos nada. Mas ele ficou furioso e me mandou embora.

Meu coração apertou ao imaginar o que Mariana havia passado. Me aproximei dela e a abracei, demonstrando solidariedade e apoio.

— Não se preocupe, Mariana. Isso não foi culpa sua. Ele não deveria ter reagido dessa forma. Você não merece passar por isso. Estou aqui para te apoiar.

A expressão de surpresa e preocupação permaneceu em meu rosto, enquanto tentava encontrar palavras reconfortantes para ajudar Mariana a lidar com a situação.

— O que isso importa? Eu sou comprometida, esqueceu? — ela disse, com um tom de irritação.

— Nunca me esqueço — respondi, tentando encontrar as palavras certas.

— Sempre soube que você não gostava de José, mas sério? — ela continuou, ainda surpresa.

— Eu só quero que você esqueça aquele verme, Mariana. É o meu maior desejo desde que te vi de mãos dadas com ele — expliquei, sentindo meu coração acelerar.

Ela ficou irritada e falou com convicção:

— Eu amo aquele homem! E se você não suporta me ver com ele, então me esqueça!

A porta foi bruscamente fechada, deixando-nos perplexos. Saí do quarto e fui atrás dela, mas parei no meio das escadas. Era melhor deixá-la sozinha, era o que ela precisava na...

— Vai correr tudo bem — ele disse, tentando me tranquilizar.

Ficamos ali, abraçados, na esperança de que tudo se resolvesse e que Mariana encontrasse a felicidade que tanto buscava. No entanto, a surpresa e a incerteza pairavam no ar, deixando-nos com um sentimento de apreensão sobre o que o futuro reservava para nós.

Prometi a mim mesma que estaria ao lado de Mariana, independentemente das circunstâncias. Mesmo que discordássemos em relação a Antônio, o amor e a amizade que compartilhávamos eram mais fortes do que qualquer desavença. Eu estava determinada a apoiá-la, mesmo que isso significasse enfrentar desafios e obstáculos ao longo do caminho.

Enquanto aguardávamos a oportunidade de conversar novamente com Mariana, mantive a esperança de que, com o tempo, ela pudesse compreender minha preocupação e saber que meu desejo era vê-la verdadeiramente feliz e segura.

















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