Página 15

115 17 0
                                    

Meu subconsciente tinha certeza que Bruno não era um homem inofensivo, como qualquer homem que passou por momentos delicados durante a sua infância. Desse modo, infligia as pessoas com a sua empáfia, crendo que assim receberia o respeito que lhe era pertencente. Conquanto, existia sempre um ponto de interrogação, por este comportamento estar presente comigo?

— Sofia.

Assento para Lucas, que sentou -se ao meu lado.

— Não deverias estar aqui.

— Não tenho medo de sofrer as consequências, por ti. —  no fundo eu sabia que ele exercia um sentimento por mim. Todavia, não o queria distante de mim, sei que como uma mulher comprometida este comportamento estava errado, mas Lucas era o homem que permanecia ao meu lado, em situações difíceis.

— Não quero criar nenhum problema.  — respondo, ignorando indiretamente a sua confissão.

— O Bruno saiu a pouco tempo, então não precisas se preocupar com isso. — senti  uma decepção ao saber que o seu orgulho sempre estará no meio do nosso relacionamento, e que nem ele, com um mínimo esforço, poderia combater.

— Menos mal.

— Discutiram por minha causa? —  olhei para ele, e com a ajuda da pequena clareza que tocou em meu rosto, Lucas notou a mancha em minha bochecha.

— Sim.

—  A culpa é minha! — expressou-se, andando de um lado para o corpo. Este comportamento era estranho, pois não precisava deste todo espetáculo. O tapa não foi por ele, mas sim por mim. Bruno morria toda vez que pensava que um homem poderia transar comigo, e sei que o irritava, saber que existiu outros antes dele.

— A culpa não é sua, não te preocupes.

Justifiquei, e foi em vão, pois Lucas disse em num tom obsessivo: Aquele idiota tem que morrer.

— Lucas! Calma, merda. Não precisa de todo esse escândalo, não tens nada a ver com a nossa discussão.

Tudo que eu dizia era um paradoxo para os seus ouvidos, aumentando o seus pensamentos negativos. Lucas saiu batendo forte os pés, sem dizer nenhuma palavra.

Dez horas da noite

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Dez horas da noite.

Nenhuma posição me satisfazia, até que Bruno entrasse por aquela porta e pronunciasse a palavra. Aquela palavra mágica. Constantemente pegava meu celular, esperando uma ligação ou mensagem dele. Nunca passou pela minha mente que ele pudesse estar me traindo, até agora.
O som de passos me despertou. Encolhi meu corpo e fechei os olhos. A porta se abriu e fechou, e seu perfume confirmou que era ele. Logo em seguida, outra porta se abriu e se fechou: a porta do banheiro.

Por que era tão difícil para ele pedir perdão?

Com a maturidade levanto da cama. Ele olhou surpreso para mim, mas não parecia chateado e muito menos bêbado. Ele estava sóbrio.

— Faz mal ao bebê dormir tarde. —  disse, desabotuando sua camisa.

— E para mim não faz mal? —  olhou de canto para mim, e voltou a prestar atenção nos pequenos botões brancos. —  Quer ajuda? —  ele assente. Solto a maçaneta, e seguro os minúsculos botões, desabotuando um de cada vez, sem quebrar o contato.

— Sofia...

— É difícil pedir perdão? — pergunto, ao chegar na última, revelando seu abdômen.

— Não... —  Bruno sussurou, fixando seus olhos em meus seios. — Por que estás assim vestida?

— Por que estás a demorar para me foder?

Foi como um pedido, que não demorou para ser  correspondido. Bruno colocou-me por cima do balcão, beijando ferozmente os meus lábios. Acariciou meus seios com sua mão direita, e com a  esquerda levantou meu vestido de cetim.

UM ANO DEPOIS

— Amor, eu vou sair com o Rodolfo.

— Para onde vão?

— Tenho alguns assuntos para resolver.

— Quais assuntos que o seu marido, não pode tratar por você? — ele fazia questão de romantizar este nome.

— Assuntos básicos, marido.

— Quer que eu me arrependa por ter te dado essa liberdade? — perguntou, colocando seu dedo no meio do jornal.

— Não.

— Então não abuse da minha confiança.

—  Um ano, Bruno. Por que raios você não consegue aceitar que chegou a hora de eu ficar livre?

— Podes ir. — friamente disse, voltando sua atenção nos pedaços de papéis.

Permaneço em silêncio e continuo com Rodolfo. Já faz um tempo desde que Bruno amoleceu seu coração e me permitiu ser uma mulher livre, e nosso casamento também serviu como um motivo. No entanto, ele não estava satisfeito com isso; eu sabia que o corroía por dentro toda vez que Rodolfo me levava a algum lugar.

— Obrigada!

— Eu espero aqui, senhora.

Ao chegar ao café, encontrei Mariana à minha espera, vestindo as roupas que ela escolhera para a noite de núpcias. Como sua irmã, não pude deixar de notar a ansiedade em seus olhos e a insegurança em seu sorriso. Enquanto observava sua expressão nervosa, um turbilhão de pensamentos invadiu minha mente. Eu queria vê-la feliz, mas uma parte de mim questionava se ela estava realmente pronta para esse próximo passo. A responsabilidade de protegê-la e orientá-la sempre foi minha prioridade, e a incerteza sobre suas escolhas me deixava inquieta. Mesmo desejando o melhor para ela, uma sensação de desconforto crescia em meu peito, como se algo estivesse fora de lugar.

















Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Para Além Da AtraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora