Meu subconsciente tinha certeza que Bruno não era um homem inofensivo, como qualquer homem que passou por momentos delicados durante a sua infância. Desse modo, infligia as pessoas com a sua empáfia, crendo que assim receberia o respeito que lhe era pertencente. Conquanto, existia sempre um ponto de interrogação, por este comportamento estar presente comigo?
— Sofia.
Assento para Lucas, que sentou -se ao meu lado.
— Não deverias estar aqui.
— Não tenho medo de sofrer as consequências, por ti. — no fundo eu sabia que ele exercia um sentimento por mim. Todavia, não o queria distante de mim, sei que como uma mulher comprometida este comportamento estava errado, mas Lucas era o homem que permanecia ao meu lado, em situações difíceis.
— Não quero criar nenhum problema. — respondo, ignorando indiretamente a sua confissão.
— O Bruno saiu a pouco tempo, então não precisas se preocupar com isso. — senti uma decepção ao saber que o seu orgulho sempre estará no meio do nosso relacionamento, e que nem ele, com um mínimo esforço, poderia combater.
— Menos mal.
— Discutiram por minha causa? — olhei para ele, e com a ajuda da pequena clareza que tocou em meu rosto, Lucas notou a mancha em minha bochecha.
— Sim.
— A culpa é minha! — expressou-se, andando de um lado para o corpo. Este comportamento era estranho, pois não precisava deste todo espetáculo. O tapa não foi por ele, mas sim por mim. Bruno morria toda vez que pensava que um homem poderia transar comigo, e sei que o irritava, saber que existiu outros antes dele.
— A culpa não é sua, não te preocupes.
Justifiquei, e foi em vão, pois Lucas disse em num tom obsessivo: Aquele idiota tem que morrer.
— Lucas! Calma, merda. Não precisa de todo esse escândalo, não tens nada a ver com a nossa discussão.
Tudo que eu dizia era um paradoxo para os seus ouvidos, aumentando o seus pensamentos negativos. Lucas saiu batendo forte os pés, sem dizer nenhuma palavra.
Dez horas da noite.
Nenhuma posição me satisfazia, até que Bruno entrasse por aquela porta e pronunciasse a palavra. Aquela palavra mágica. Constantemente pegava meu celular, esperando uma ligação ou mensagem dele. Nunca passou pela minha mente que ele pudesse estar me traindo, até agora.
O som de passos me despertou. Encolhi meu corpo e fechei os olhos. A porta se abriu e fechou, e seu perfume confirmou que era ele. Logo em seguida, outra porta se abriu e se fechou: a porta do banheiro.Por que era tão difícil para ele pedir perdão?
Com a maturidade levanto da cama. Ele olhou surpreso para mim, mas não parecia chateado e muito menos bêbado. Ele estava sóbrio.
— Faz mal ao bebê dormir tarde. — disse, desabotuando sua camisa.
— E para mim não faz mal? — olhou de canto para mim, e voltou a prestar atenção nos pequenos botões brancos. — Quer ajuda? — ele assente. Solto a maçaneta, e seguro os minúsculos botões, desabotuando um de cada vez, sem quebrar o contato.
— Sofia...
— É difícil pedir perdão? — pergunto, ao chegar na última, revelando seu abdômen.
— Não... — Bruno sussurou, fixando seus olhos em meus seios. — Por que estás assim vestida?
— Por que estás a demorar para me foder?
Foi como um pedido, que não demorou para ser correspondido. Bruno colocou-me por cima do balcão, beijando ferozmente os meus lábios. Acariciou meus seios com sua mão direita, e com a esquerda levantou meu vestido de cetim.
UM ANO DEPOIS
— Amor, eu vou sair com o Rodolfo.
— Para onde vão?
— Tenho alguns assuntos para resolver.
— Quais assuntos que o seu marido, não pode tratar por você? — ele fazia questão de romantizar este nome.
— Assuntos básicos, marido.
— Quer que eu me arrependa por ter te dado essa liberdade? — perguntou, colocando seu dedo no meio do jornal.
— Não.
— Então não abuse da minha confiança.
— Um ano, Bruno. Por que raios você não consegue aceitar que chegou a hora de eu ficar livre?
— Podes ir. — friamente disse, voltando sua atenção nos pedaços de papéis.
Permaneço em silêncio e continuo com Rodolfo. Já faz um tempo desde que Bruno amoleceu seu coração e me permitiu ser uma mulher livre, e nosso casamento também serviu como um motivo. No entanto, ele não estava satisfeito com isso; eu sabia que o corroía por dentro toda vez que Rodolfo me levava a algum lugar.
— Obrigada!
— Eu espero aqui, senhora.
Ao chegar ao café, encontrei Mariana à minha espera, vestindo as roupas que ela escolhera para a noite de núpcias. Como sua irmã, não pude deixar de notar a ansiedade em seus olhos e a insegurança em seu sorriso. Enquanto observava sua expressão nervosa, um turbilhão de pensamentos invadiu minha mente. Eu queria vê-la feliz, mas uma parte de mim questionava se ela estava realmente pronta para esse próximo passo. A responsabilidade de protegê-la e orientá-la sempre foi minha prioridade, e a incerteza sobre suas escolhas me deixava inquieta. Mesmo desejando o melhor para ela, uma sensação de desconforto crescia em meu peito, como se algo estivesse fora de lugar.
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Para Além Da Atração
RomanceEla era uma flor selvagem, arrancada de sua inocência e plantada no jardim sombrio de um bordel. A sobrevivência era sua única lei, até que ele chegou. Bruno Freire, um homem de mistério e desejo incontrolável, a puxou para um turbilhão de paixão p...