Ela era uma flor selvagem, arrancada de sua inocência e plantada no jardim sombrio de um bordel. A sobrevivência era sua única lei, até que ele chegou. Bruno Freire, um homem de mistério e desejo incontrolável, a puxou para um turbilhão de paixão p...
Reencontrar José, despertou uma mistura de emoções contraditórias. Seu olhar era tão obscuro, que nele estava visível o sangue de Solange escorrendo em cada parte de seu corpo. Ele deu um sorriso rápido, assim que disse: " Boa tarde, cunhada". Olhei para sua mão, e orei mil vezes, antes de tocar nelas. Por mais que a raiva e a mágoa tentassem emergir, eu me vi contendo cada impulso de ódio.
Uma calma se apoderou de mim, quando Mariana desceu as escadas pronta para partir. A surpresa e a cautela se mesclaram, enquanto me esforcei para manter a compostura diante daquele que mudou o curso da minha vida.
— Pegou tudo?
— Não é necessário muito coisa. — interferiu ele, com um sorriso sonso.
Mariana estava pálida, as olheiras e os inchaços por volta de seus olhos, deram a entender que ela já não dormia.
— Porta-te bem, meu amor.
— Por que?
— Vamos, mana. — Mariana suplicou, e assim o fiz, porém, antes não deixei de encará-lo com firmeza.
O caminho até a casa transcorreu em silêncio, optei por não fazer perguntas, pois era evidente o seu sofrimento. Era angustiante testemunhá-la naquela condição, sofrendo pela perda da sua única irmã.
— Estou muito feliz por estares aqui. — expressei-me, assim que Rodolfo abriu a porta do carro.
— Eu também, mana!
Um sentimento de amor invadiu meu coração, como se sua voz iluminasse todo o meu ser, e a alegria que faltava se exaltou. Ainda estava perturbada com a situação envolvendo José, sem ter certeza do que fazer, porém ter Mariana ao meu lado era a minha prioridade.
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Caminhei até a cozinha, atendendo aos desejos do meu estômago, interrompendo a conversa de Mariana com Carla.
— Vejo que já são amigas.
— Tem como não ser? — Carla diz com um sorriso nos lábios.
— Fico muito feliz por isso. Cuidado, Mariana. Além de simpática, é uma feiticeira de comida, ou pretendes engordar?
— Nem pensar, José não ia aceitar.
E de repente, toda a felicidade desapareceu, permitindo que o ódio tomasse conta de mim por inteiro. Eu tinha certeza absoluta de que isso seria muito difícil para ela, mais do que já é para mim. Era evidente que ela o amava.
— Ele não tem que gostar de nada, pois o corpo é teu, e o amor é mais que isso. — disse Carla, de uma forma inocente.
— Eu não quero irritar ele.
A chegada de Bruno me fez fechar a boca. Engulo todas as minhas palavras e retribuo o selinho que Bruno me deu assim que chegou.
— Bom dia, meninas. Qual é motivo de tantos sussuros?
— Estávamos a falar sobre o amor.
Conversamos por mais alguns minutos, e Mariana, junto com Carla, saíram para fazer as compras.
— Você viu como os olhos dela brilhavam toda vez que citava o nome dele? — pergunto inquieta.
— Amor, está tudo sobre controle.
— Eu preciso mantê-la por perto. Acredito que José não é tão ingênuo a ponto de não ter percebido que descobrimos que ele é o assassino.
— Achas que ele está a desconfiar?
—Sim, é evidente. Quando fui buscar Mariana, pude ver em seus olhos todo o ódio que ele carrega por mim.
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