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UMA SEMANA DEPOIS

Sofia

Nenhuma mulher estava preparada para a maternidade, e eu fazia parte delas. Bruno agia como um cavalheiro; já passaram-se uma semana que ele não saía de perto, e que cuidava de mim com todo amor e carinho.

Dez horas da noite: este era o horário em que os enjoos decidem em atacar. Puxo o autoclismo, pela sétima vez, sem interferir na posição em que me encontrava. Analiso a água que sugava todos os restos alimentares que estavam na sanita, e assim, passo água em minha boca.

— Certeza que não queres ir para o hospital?

— Eu estou bem.

— Estás pálida, amor.

— É normal estar assim. Eu acabei de vomitar pela sétima vez, então é óbvio que estarei pálida. — Bruno não parecia convencido, e a preocupação ainda estava em seu semblante.

— Quer que a Carla prepare um chá verde?

— Já está tarde, não quero incomodar.
— regresso para cama, sentando lentamente nela.

— Não é incômodo nenhum, amor.

Respiro umas três vezes, interferindo no meu desejo ilimitado por vomitar, e o celular de Bruno toca.

— Oi Koran.  Alguma novidade? — interroga ele assim que o coloca em seu ouvido.
— Sim... o que tem? .... Como assim foi vendida?

Arregalo meus olhos.

— Quem foi vendida? — pergunto, levantando na mesma hora.

Bruno ficou pálido na hora. Um sentimento obscuro preencheu-me, fazendo com que o meu coração palpitasse repentinamente.

—  O que aconteceu, porra! Fala alguma coisa. — perguntava, a medida que sua aparência mudava para pior.

Bruno olhou para mim, e eu pude sentir. Aconteceu alguma coisa, e a pequena gota foi a prova disso.  Coloco a mão em meu peito, desejando profundamente que não fosse aquilo que eu pensava. Por favor, não.

— Está bem, depois falamos. — finalmente disse, e desligou na hora. Suspirou, limpando a pequena gota d'água que escorria de seu olho.

Ele não precisava dizer, mas ele disse:

— Solange morreu. — revelou, deixando suas lágrimas caírem, de uma vez por todas.

Gritei, com a única força que sobrou em mim. Não queria acreditar, mas eu sabia que era verdade, desde o início eu sabia que era verdade. Deitei meu corpo no chão, enquanto Bruno permaneceu em pé, também abalado com a notícia. O silêncio instalou -se neste quarto; meus olhos encheram-se de lágrimas, segurei minha barriga, e encolhi meu corpo no chão frio e húmido.

— Senhor! — Rodolfo abriu a porta, apoquentado. Viu-me deitada no chão, e olhou para Bruno, que encontrava-se assentado no pequeno sofá.
























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