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Sofia

— Senhorita. — olho para o segurança que corria ofegante.

— Me perdoa se trouxe problemas, por favor.  — adianto, enquanto ele se aproximava.

— Tá tudo bem. Só acho melhor irmos antes que haja algum problema.

— Eu não quero ir. — como um sussuro, eu disse. — E desculpe por não facilitar a sua vida, mas eu não consigo fazer isso. Eu achei que estando aqui, tudo seria um conto de fadas, só que acabei me precipitando. Prostitutas não merecem um final feliz.

— Eu sinto muito pelo o que tens passado... — revelou ele, sentado a poucos centímetros de mim. — Ninguém merece ser tratada como ele a trata. Confesso que queria ser uma ajuda neste exato momento, mas não fico de fora dessa solidão.

— O que queres dizer com isso? — antes que ele possa responder, Rodolfo nos encontra, com um olhar preocupado.

— Pai!

— O que vocês fazem aqui? — perguntou processando a situação. — O Sr.Bruno está prestes a fazer um buraco para o seu velório.

— Peço desculpas. — isso era a única coisa que saiu da minha boca. Rodolfo olhava para mim, como se eu fosse um problema, um problema para ele e para o seu filho.

— O Sr.Bruno está a sua espera no carro.
— num tom arrogante, Rodolfo anuncia.

Sem hesitar, caminho em direção ao carro, porém, olho brevemente para atrás, apreciando os gritos de um pai preocupado com o seu filho.

— Por que a demora? — foi a primeira frase que ele disse quando entrei no carro.

—  No banheiro. — minto na cara dura.
Ele me analisa por alguns segundos, retornou a sua atenção para a janela e, não demorou muito para Rodolfo entrar juntamente com Lucas.

 Ele me analisa por alguns segundos, retornou a sua atenção para a janela e, não demorou muito para Rodolfo entrar juntamente com Lucas

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— Eu vou descansar.

— Na mesa senta a família. — quase ri, com a última palavra.

— Estou sem fome, comi demais.

— E bebeste também.

— Pena que não foi o suficiente, para a aguentar a tortura desta noite.

Aproveito o seu silêncio, para seguir até ao  meu quarto. Com o corpo nu, deito -me sobre a cama, observando o nada.
Agora sim, tinha todas as informações necessárias, para entender que isto não era o início de um romance feliz.

Bruno

Observo-a subindo as escadas, enquanto me sinto um lixo por não tê-la seguido. Tudo que menos queria era exatamente o que acabei fazendo: trouxe o ambiente do bordel para o meu lar, e minhas ações apenas confirmam isso.

— Por que estás aí parado feito uma pedra? Vai atrás dela, filho.

— Deixa ela, hoje o dia foi muito cansativo.

— É o orgulho que destrói uma relação.

— E o medo também destrói? — Carla não me responde, parece que acabei confundindo ela. — Boa noite, nana!

— E o jantar?

— Acabei perdendo a fome.

Com a mão na maçaneta, fechei lentamente a porta do quarto. A mulher estava deitada de costas, respirando suavemente, indicando que estava em um sono profundo. Com cuidado, toquei seu corpo nu; a sensação de calor em seus seios despertou minha excitação, fazendo com que meu corpo respondesse.

Com um movimento ágil, cubro seu corpo, sem deixar de contemplar sua figura. Sofia carregava consigo uma fragilidade que despertava em mim uma mistura de compaixão e fascínio. Seu passado, vivido em um bordel, revelava histórias de vida além daquelas paredes. No entanto, nossa conexão era especial, única. Em meio a um mundo sombrio e desolado, éramos dois seres abandonados, encontrando conforto e esperança um no outro.

Precisava voltar ao ponto de partida. Recomeçar tudo, e parar de a tratar como uma prostituta. Tinha que dedicar -me por inteiro, esquecer os erros e os traumas do passado, e aceitar que havia um começo.

Sofia

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Sofia

O calor me desperta, abro os olhos e piscando várias vezes, percebo o lençol que me envolve. Coço o canto dos olhos e o afasto, percebendo que estou vestindo meu pijama. Dou de ombros e sigo para minha rotina de higiene matinal. Após secar meu corpo, escolho o primeiro vestido que encontro e o visto.

— Bom dia.

—  Bom dia.  Dormiu bem? —  pergunta e assento me sentando. —  Hoje a gente vai sair.

—  Outro jantar?

— Não, vamos a praia.

—  E a enorme piscina que tem aqui?

—  Quero ficar à sós.

Tudo parecia diferente. Bruno parecia diferente. Decido me calar, talvez seja apenas mais uma das tuas mudanças de humor.

—  Está bem. — respondo, para não parecer mal educada.















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