Ela era uma flor selvagem, arrancada de sua inocência e plantada no jardim sombrio de um bordel. A sobrevivência era sua única lei, até que ele chegou. Bruno Freire, um homem de mistério e desejo incontrolável, a puxou para um turbilhão de paixão p...
A quentura do líquido invade minha garganta, e nesse mesmo instante, o carro foi parado. Ajeito minha vestimenta, esperando que Bruno descesse e pronunciasse as palavras.
— Toma o remédio.
Coloco a cabeça para atrás ofegante, seguro minha bolsa, sem inverter a posição, e encontro a caixa.
— Já? — assento, e com sua ajuda, desço da enorme carruagem.
Ao entrar no local chique, fui envolvida por uma atmosfera de sensualidade e sofisticação. A decoração exalava luxo, com móveis elegantes e detalhes sensuais que despertavam os sentidos. O ambiente era iluminado de forma suave, criando uma atmosfera íntima e sedutora. A música envolvente preenchia o ar, adicionando um toque de sensualidade ao ambiente. Fixo as enormes letras que chamavam a atenção de cada um:
Hotel Bulchervirsk
— Siga os meus passos. — diz Bruno, meio que me assustando. Concordo com a cabeça, ainda analisando o local.
— Está bem. — respondo baixo.
As mesas eram decoradas com toalhas de linho macias e velas perfumadas, criando uma chique glamorosa. A vista panorâmica da cidade adicionava um elemento comovente à experiência.
— Até que enfim, irmão!
Uma mulher alta chamou a atenção ao entrar no local. Ela usava um vestido amarelado com uma abertura ousada nas costas, revelando sua elegância e estilo. Sua postura confiante e presença marcante a destacavam na multidão.
— Oi Ana.
— Estávamos a tua esperar.
— Cá estou.
— Sua namorada ou mais uma das suas concubinas?
— Concubina.
— Prazer, Ana!
— Anita.
— Ela é linda! — ela exclama. — Você tem um dom em arranjar putas lindas.
— Ana, deixa de ser invejosa.
— Não tenho inveja de ninguém, a não ser de quem não me tenha.
— Posso ir ao banheiro?
— Tá se sentido mal?
— Também tenho que te contar sobre isso?— pergunto autoritária.
— Ele vai com você. — sigo o seu dedo indicador, vendo um jovem moço, parado ao lado de nossa mesa, que não escondeu o seu constrangimento. Sem hesitar, prossigo em rumo ao meu destino.
— Vou esperar aqui.
Ao ouvir de Bruno que eu era apenas uma concubina, senti uma mistura de tristeza e desapontamento. Foi como se todas as minhas expectativas e esperanças tivessem sido quebradas em um instante. A sensação de desvalorização foi avassaladora, deixando um vazio em meu coração.
— Já senhora?
— Sim, obrigada.
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— E me conta Anita, de onde você é? — Felipe pergunta mastigando sua salada.
— Daqui mesmo. — respondo, dando um gole em meu champanhe.
— Brasil é enorme.
— É.
— Parece que a sua puta não fala muito.
Continuo olhando para minha comida, esperando alguma reação vindo de sua parte. Bruno não fez nada.
— Não exagere no álcool.
— Deixa sua concubina beber. — murmuro em seu ouvido.
— Mais, por favor. — peço, aproveitando que o garçom servia um dos homens.
— Companheiro, não precisa.
— Deixa a menina beber.
— Ela é jovem. — completa a gorda.
— Cuidem das vossas vidas que eu cuido dela!
— Não precisa cuidar de mim, tua função é só me foder, me deixa em paz. — cuspo as palavras, causando um clima pesado no nosso meio.
— Vocês se conheceram aonde?
— Num bordel. — respondo autoritária.
Eu sei que estava sendo chata, mas eu estou farta de tudo isso.
— Ham... que romântico.
— Licença... — falo me levantando e vejo que o segurança atrás de mim.
Travo de repente, quase chocando nossos corpos.
— Preciso ficar sozinha.
— Não posso, ordens do chefe.
— Só me deixa sozinha! Eu não vou lugar nenhum mesmo! — digo, mas ele não parecia convencido. — Eu só preciso de espaço, por favor.
— Está bem.
Sinto o vento a bater e isso traz um alívio momentâneo. Enquanto coloco uma mecha de cabelo atrás da orelha, meu olhar se perde no vazio. É difícil admitir, mas me sinto uma idiota. Como é possível que eu ainda suporte essa situação? A dor e a decepção parecem insuportáveis, mas de alguma forma, encontro forças para continuar.
Bruno
Mantenho minha postura, ao ver que Lucas havia regressado sozinho. Levanto discretamente durante a conversa, e pergunto:
— Cadê ela?
— Ela disse que precisava de espaço, senhor.
— E por que não a acompanhou como eu ordenei? — pergunto ainda mais irritado com o seu jeito inocente.
— Ela disse que queria ficar sozinha, senhor.
— E tu a obedeceu?! — ele não responde. — Seu merda. Vá ter com ela e a chama agora.
Juro que se não fosse pelo carinho que eu tinha por Rodolfo, este menino não estaria no nosso meio.
— O que foi? — pergunta minha irmã. — E a tua concubina?
— Ela não é a minha concubina.
— Como assim?
— Tenho que ir.
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