Um laço de distância

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Naquele dia, o sol raiava. O calor da estação do verão atingia os moradores de Denver, que usavam roupas confortáveis e frescas. 

Estavam na época das férias de verão; as crianças se encontravam no parque do centro da cidade. Um lugar repleto de árvores, perfeito para aquele dia caloroso.

Finney Blake, um garoto de seis anos, se encontrava parado em frente à uma das árvores. Olhando para um dos galhos, onde seu brinquedo tinha ficado preso, deixou as lágrimas escorrerem por suas bochechas macias e rosadas. Mordia o lábio, triste por não conseguir alcançar o foguete que se encontrava estático sobre a árvore. 

Passou o braço por seus olhos, cabisbaixo e tentando enxugar as lágrimas, mas elas não paravam de cair. Seu pai estava ocupado acompanhando sua irmã mais nova de quatro anos nos brinquedos, então não podia ajudá-lo.

Quem poderia, então? 

— Ei.

Uma voz chamou sua atenção, bem ao seu lado. Finney levantou o rosto para ver quem estava ali.

Era outra criança. Um pouco mais alta do que si, de pele levemente escura, com uma bandana amarrada sobre a testa e roupas despojadas.

— Por que você está chorando? - O garoto perguntou com um sotaque desconhecido, claramente curioso. Aqueles olhos de orbes escuras piscavam incansavelmente, demonstrando a pressa que tinha para obter uma resposta.

— Meu foguete... - Finney choramingou, apontando para a árvore. O garoto acompanhou seu gesto e olhou para o objeto preso, voltando a atenção para seu rosto em seguida.

— Você quer que eu o pegue? - A criança sorriu, colocando as mãos sobre a cintura e passando confiança. Finney o encarou com os olhos arregalados, sentindo a umidade presente em seus cílios.  

— Hum... - Soluçou. — Sim...

— Eu sou o Robin. - O garoto continuava sorrindo. — E eu vou salvar seu foguete. 

— Eu sou o Finney.

Robin assentiu, virando-se para a árvore. Finney observou aquele garoto corajoso agarrar galhos e se apoiar em lacunas presentes no tronco, resmungando de vez em quando. 

Quem... Quem era aquele garoto? Era tão incrível. Finney sentia uma confiança desconhecida, os olhos focados na figura que escalava tão apressadamente, sem reclamar de nada. 

— Ei! - Robin balançou o braço, encontrando-se sentado sobre o galho que prendia o foguete. Finney acompanhou aquela mão mexer-se para pegar o foguete, libertando-o da árvore. 

Sentiu um sorriso se abrir em seu rosto, sendo correspondido pelo sorriso de Robin. Mas a alegria ingênua dos dois garotos durou pouco, pois o galho no qual Robin estava sentado se partiu, caindo no chão e levando o garoto junto. 

Finney escutou o gemido de dor de Robin quando o corpo bateu contra o chão. Correu atrás do mais novo garoto que tinha conhecido, na intenção de ajudá-lo.

— Você está bem? - Finney perguntou assustado. Robin abraçava seu joelho, resmungando. — Eu te ajudo. 

Segurou uma das mãos de Robin, ajudando-o a se sentar. Agora, quem chorava era o garoto. 

— Meu joelho... - Robin tentava segurar as lágrimas, mas também falhava. O joelho estava ferido, sangrando e assustando o pobre garoto ferido. Ao seu lado, estava o foguete de brinquedo.

Finney pegou seu brinquedo e o deixou perto de si, mantendo sua atenção sobre o joelho de Robin. Tirou um lenço de seu bolso.

— Não chore, por favor. - Finney pediu, colocando o lenço sobre o ferimento. — Eu tenho band-aid aqui, meu pai me faz carregar para todo lado. 

The Space Between UsOnde histórias criam vida. Descubra agora