Alerta de gatilho: crise de raiva explícita.
××××
Robin havia conseguido efetivamente amassar a porta do armário da sala.
Na meio daquele intervalo, após uma briga entre crianças do terceiro e do quarto ano na qual Robin fez parte do grupo mais novo, Finney e Robin voltaram para a sala escondidos.
O motivo da briga durante o intervalo fora a boca aberta de Robin cuspindo ofensas a um grupo de garotos um ano mais velhos. Finney havia ficado no fogo-cruzado e acabou sendo xingado também pelo quarto ano.
Na raiva, Finney puxou Robin embora, mesmo que seu amigo mexicano soltasse súplicas sobre deixá-lo brigar.
— Que droga, Robin! - Finney gritou ao fechar a porta da sala. — Custa você ficar quieto uma vez?
— O que você queria que eu fizesse? - Robin rebateu com a força que uma voz infantil podia fazer. — Eles estavam falando mal da professora! E ela é muito legal. Isso é injusto.
— E daí, Robin? Absolutamente ninguém se importa. Sempre vai ter alguém para falar mal dela.
As palavras de Finney possuíam a intenção de acalmar o amigo, mas não foram bem colocadas ou usadas. Apenas conseguiram despertar a fúria de uma criança já irritada.
Os passos duros de Robin se aproximaram do corpo estático de Finney.
— Eu me importo! - Robin gritou e levantou os braços, empurrando Finney contra o armário que ficava ali.
Finney gemeu baixinho com o impacto e olhou para seu amigo, que estava a um metro de distância.
Toda aquela situação estava consumindo sua paciência desde que havia começado. Finney não iria ficar quieto com aquele comportamento irritante e explosivo de Robin.
— Mas eles não! - Finney empurrou Robin de volta no impulso que conseguiu ao tirar suas costas do armário. — Eu não vou ficar do seu lado se você ficar nos metendo em encrenca por nada.
Crianças não pensam no que dizem. Crianças não sabem o que fazem. Crianças são impulsivas, sinceras e têm medo de diversas coisas, até mesmo as mais corajosas.
Finney tinha medo das consequências, mas Robin era diferente. Finney não sabia do que Robin tinha medo, mas, seja lá do que fosse, estava ali, naquele momento, pois o garoto mexicano começara a tremer.
— Robin? - Finney tentou chamar quando o amigo ficou cabisbaixo e em silêncio. — Robin, o que houve?
Era um silêncio agonizante. Sem explicações, sem palavras, sem porquês, apenas... Apenas silêncio.
Robin levantou a mão e o rosto simultânea e repentinamente. Seus olhos estavam cerrados e lacrimejando enquanto sua boca fazia um biquinho.
Finney observou a mão do amigo e a viu fechada com força, provavelmente o suficiente para que as unhas conseguissem deixar a palma avermelhada.
Aquela foi a primeira vez que Finney sentiu medo de Robin.
— Você... Vai me bater?
Era um gaguejo inseguro e tremido. Finney suspeitava das intenções do amigo e não estava disposto a levar um soco de alguém que começara artes marciais.
— Sai da frente. - Robin lhe respondeu, derramando uma lágrima.
Finney não hesitou. Ele andou alguns passos para o lado, e Robin caminhou furiosamente até o armário.
O estrondo que saiu do soco que Robin desferiu contra o armário era quase ensurdecedor. Finney precisou piscar para absorver o que estava acontecendo e, então, Robin socou de novo.
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The Space Between Us
FanfictionRobin e Finney se conheceram na infância através de um simples foguete e uma árvore. Um laço de amizade foi traçado pelos dois. Mas o que fazer quando seu melhor amigo sai do país sem sequer dar uma explicação? O que fazer quando se encontra a pess...