Era um erro como nenhum outro. Robin não podia acreditar nas palavras que saíram de sua boca, inevitavelmente com consequências temerosas e impossíveis de serem desfeitas.
O rosto de Finney entregava tudo. Robin acreditava, até então, que Finney não se lembrava do passado que compartilharam, mas as coisas pareciam ter mudado.
Alguma desculpa. Seja esfarrapada, seja a maior invenção mundial, seja uma única palavra. Tinha de inventar qualquer coisa ou pensar positivamente: se Finney lembrasse, não tinha como ele saber que Robin também lembrava.
Billy não teria contado ao Finney, teria?
Mas Robin não pediu sigilo em momento algum.
— Robin... - Finney murmurou, piscando incansavelmente. — Robin.
— É, eu sei. - Robin suspirou, cruzando os braços. — Foi um mês longo, não?
— Do que você está falando?
Finney não tinha se lembrado? Mesmo com evidências bem em frente ao seu rosto, provas incontestáveis e falas suspeitosamente reveladoras?
Robin precisava ter muita sorte para aquela mínima possibilidade ser verdade. Talvez tenha ocorrido algo durante os seis anos que esteve fora, ou a infância de Finney não fora tão afetada por sua presença como imaginou.
Era confortante saber que Finney pôde esquecer tudo rapidamente e superar, mas uma decepção se espalhava na fagulha de esperança de uma redenção, na qual não existiria se Finney não soubesse o motivo para tal.
Queria, de certa forma, ter sido importante, mesmo que pouco, na vida de Finney Blake.
— Eu te chamei de Finn.
— Eu sei. O apelido é intrigante. - Finney respondeu, dando de ombros. Era estranho como a careta de choque havia sumido em questão de segundos, como uma máscara recém colocada.
Uma mentira, uma verdade. Robin não sabia se Finney fingia não recordar para que pudesse evitá-lo ou se Finney realmente tinha suas memórias enterradas no subconsciente, que se encontrava preso pelas garras da superproteção cerebral.
— Você gostou?
— Não é ruim, eu acho.
Robin suspirou. Independentemente de qual fosse a realidade, Finney não estava cutucando um assunto desconfortável e que poderia não existir.
Talvez pudessem sair daquela conversa de uma forma calma e pacífica, sem mais revelações ou explosões.
— Certo, eu preciso ir. - Finney anunciou, olhando o relógio acinzentado que envolvia seu pulso. A sua voz tremia e Robin conseguia ver seus lábios fazendo o mesmo.
Ele estava nervoso. Ansiedade rondava aquele quarto de uma maneira temerosa e constrangedora, implorando pela desfeita daquela tensão.
— Ah, sim, claro. - Robin balançou a cabeça negativamente, se empurrando para longe da mesa e se levantando. — Eu te acompanho.
Finney assentiu e também se levantou. Sua mochila estava presa ao encosto da cadeira, então se moveu para as costas amadeirada do assento e retirou sua bolsa.
Os dois se lembravam, e Robin sabia disso. Estava nas entrelinhas de suas expressões e gestos, a revelação temida que nenhum dos dois queria enfrentar.
Aquela conversa era difícil e exigia um nível de proximidade que talvez os garotos nunca tivessem. Assumir a culpa era fácil; conquistar o perdão, não.
E os olhares ansiosos e temerosos diziam tudo o que os dois garotos não queriam pronunciar: sentiam falta um do outro.
Pelo menos, Robin sentia falta de Finney.
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The Space Between Us
FanfictionRobin e Finney se conheceram na infância através de um simples foguete e uma árvore. Um laço de amizade foi traçado pelos dois. Mas o que fazer quando seu melhor amigo sai do país sem sequer dar uma explicação? O que fazer quando se encontra a pess...