origens insanas

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Asger.

O príncipe filho do rei da belíssima e histórica cidade de Atenas, lar de culturas intensas, incomparáveis, únicas.

Abençoados pelos deuses, o povo grego vivia em total devoção aos moradores do Olimpo por sua graça e misericórdia concedida através dos séculos. Viviam em harmonia, entoando louvores e cantigas aos deuses ou praticando suas celebrações regadas à dança e música ao menos uma vez por semana nos templos dedicados aos seres divinos.

O povo de Atenas - e de todas as outras cidades da Grécia Antiga -, costumavam viver em grande alegria em comunhão com eles mesmos, mesmo que o seu exército estivesse constantemente envolvido em batalhas, transformando o país, muitas vezes, em palco de combate. O rei Cingétorix, perdera o seu pai no campo de batalha quando ainda criança, e sua mãe reinou com graça e compaixão durante quase três décadas. Ao assumir o trono, Cingétorix foi responsável pela consumação de um tratado entre os principais rivais para que não houvessem batalhas sangrentas e rejeitadas pelo público em geral. Tratado esse que viria a ser rompido anos depois com a morte de sua rainha Endellion, assassinada brutalmente - e com covardia em abundância - quando uma espada lhe fora cravada entre a segunda e a terceira vértebra pelo filho do rei da Sérvia. O filho de Abria e Eratos era um rei generoso e de bom coração, mas a morte de Endellion lhe provocara os piores sentimentos que ele jamais poderia pensar em reproduzir no profundo de seu coração, prometendo vingança ao rei servio.

Devastado pela dor, Cingétorix se exilou em um dos países do norte, surpreendendo a população grega - de maneira positiva - ao trazer uma camponesa nascida em uma pequena aldeia no extremo limite sul da Noruega.

A mulher alta de cabelos tão claros como o sol ao amanhecer no horizonte de seu país e os olhos tão azuis quanto o oceano, deixava imposto aos gregos que vinha de algum povo nórdico - até então não sabiam onde o rei havia se isolado.

Cingétorix era tão apaixonado por Astrid quanto fora por sua primeira rainha, e ela era tão parecida com Endellion quanto ele poderia se lembrar - não fosse a pele clara como a neve e os cabelos e olhos quase transparentes, o contrário da antiga monarca morena e esbelta -, mas a bondade e humildade em Astrid eram comparáveis ao coração puro de Endellion.

O casamento do rei e a coroação da nova rainha de Atenas fora marcada por uma grande celebração reunindo todo o reino. Uma festa memorável, certamente, não seria esquecida tão cedo.

A união matrimonial entre Cingétorix e Endellion foi gloriosa, mas o curto período não permitira que gerassem os futuros herdeiros do reino. Diferente de Astrid, que dera luz ao primeiro filho em menos de um ano desde a cerimônia, e o nascimento do menino de olhos claros como os da mãe e os cabelos escuros como o de seu progenitor fora celebrado com tanta música, dança e bebida que mais se assemelhava às antigas festas decorrentes no Olimpo quando mais um dentre eles nascia. Bem, era o príncipe, não bastaria menos do que isso.

Seu nome era Asger, o primogênito de Cingétorix, a esperança para o fim das guerras, a união entre gregos e noruegueses, pois agora o povo de sua mãe era mais bem vindo do que nunca nos limites do país.

Asger cresceu com sabedoria e graça, sendo ensinado desde cedo as culturas de ambas as ligações que o obtiveram como continuação. Com ênfase nas histórias mitológicas dos dois povos, Asger era conhecedor do nome e história de todos os deuses, e sempre lhe fora ensinado a ser devoto aos deuses de seus avós.

Aos oito anos de idade já era fluente em quatro línguas, em processo de aprendizado de outras duas. Era um menino amado, tão bom quanto os pais, talvez mais querido pelo povo do que o próprio Cingétorix jamais fora. Era uma criança, todos amam crianças.

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