marcas de mordida

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|| Torre da Liga da Justiça ||

Diana demorou dois ou três segundos analisando o que acabara de vivenciar.

Ela não podia reunir a força (ou seria coragem?) necessária para dizer qualquer coisa. Estava torcendo para que Bruce o fizesse antes que ela surtasse e corresse para longe do próprio dormitório. Mas ele não o fez. Ao invés, permeneceu parado esperando que ela tomasse a frente.

A brincadeira de jogar um para outro não durou muito tempo porque Bruce não tinha tanto tempo disponível para ficar longe de Gotham. Não naquele dia com a quantidade grande de casos do detetive que andava sendo desgastante.

Bruce aproximou o rosto dela puxando-o pelo queixo até que tivesse o seu ouvido na altura dos lábios. A sua respiração forte fez a pele do pescoço dela se arrepiar mais uma vez enquanto ela fechou os olhos e derrubou a cabeça levemente para o lado com os braços ainda sobre os seus ombros.

- Eu tenho algum motivo para voltar aqui mais tarde?

Diana sentiu seu corpo relaxar e uma sensação boa de conforto tomando conta de todo o seu ser. Especialmente quando Bruce pressionou mais forte a mão oposta em sua cintura.

- Eu tenho certeza...

O sorriso pendurado nos lábios de Bruce era encantador. Não era sedutor ou forçado como os que ele costumava entregar a outras mulheres, era mais claro, sincero.

Bruce tirou devagar os braços de Diana de cima dos seus ombros e fez um toque engraçado em seu nariz fazendo-a abrir um sorriso divertido.

Diana juntou as mãos atrás das costas apertando os dedos uns contra os outros. Ela estava tentando controlar o nervosismo e a tensão enquanto ele vestia o capuz e a luva novamente. Ela mordeu os lábios lentamente enquanto assistia-o. Os movimentos dele pareciam extremamente chamativos ao seu ver, provocando um tipo de emoção, há muito, enterrada no seu estômago.

Ela não esperou que ele fosse dizer mais alguma coisa e também que ele fosse sair tão apressadamente a ponto de nem se dar ao trabalho de lançar-lhe um olhar atencioso ou um sorriso cúmplice. O dela desapareceu à medida em que ele saiu do cômodo e a intensidade da pergunta aumentava na sua cabeça: o que foi que eu fiz?

|| Batcaverna || horas mais tarde ||

Mesmo com o gosto dos lábios de Diana completamente preso na sua boca, Bruce tentava não concentrar a sua atenção no que havia acontecido mais cedo. Não que isso fosse muito difícil para ele, o que acontecia era que ele mesmo não queria esquecer.

No monitor à sua frente, ele estudava o caso das irmãs Becker. Desaparecidas há quase dois anos, os avanços nas buscas não paravam de seguir, embora deixassem-no frustrado diariamente por, apesar das pistas, ainda não ter descoberto o paradeiro das garotas.

Alfred trouxe uma xícara com café forte e puro pela terceira vez consecutiva, a pedido do próprio Bruce para que pudesse se manter focado. Sua cabeça estava doendo devido a exposição contínua em frente as luzes fortes do computador e a escuridão da caverna.

A imagem de uma ligação vinda do Departamento de Polícia de Gotham City tomou conta da tela do computador servindo como um sinal de salvamento para o cérebro cansado de Bruce. Era o comissário Gordon, com sorte, trazendo boas notícias sobre o caso das garotas.

- Boa noite, Bruce.

- Comissário Gordon. Alguma notícia?

- Sim! Estive trabalhando ao lado de alguns homens e o nosso principal suspeito agora virou principal acusado.

Bruce se arrumou na cadeira mostrando que suas concentrações agora estavam inteiramente voltadas ao comissário.

- Luke Marston. Quarenta e seis anos. Ele tem uma fazenda no distrito de East Town.

Mind Vs. HeartOnde histórias criam vida. Descubra agora