antes eu do que o vosso amor

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Aquela noite havia sido demasiadamente especial para a jovem Diana.

Tão ingênua, a princesa das amazonas não imaginava o tamanho da responsabilidade que lhe havia sido entregue no momento que tomou o seu primeiro fôlego de vida na ilha de sua mãe. Um compromisso nobre, imutável, inevitável. A missão de proteger a terra das atrocidades do ser-humano.

O oráculo preveu as guerras futuras naquele lugar, quando a ganância devastaria de forma tão grande os corações dos homens que eles atacariam aos seus irmãos para terem o que é de todos. Não haveria lei, não haveria paz.

A decisão da partida de Diana para o mundo dos homens fora uma escolha unânime de cada um dos seres divinos. Eles sabiam que a princesa das amazonas, herdeira de Zeus, a deusa da guerra e campeã dos deuses após a morte de Ares seria a única solução para tantos problemas. A guardiã eterna, agora esposa de um rei.

Havia algo de errado na sua face quando Asger adentrou o maior aposento de todo o Palácio à procura de sua amada. Ele era como Eros e o seu amor como o do deus que transformara a jovem Psiquê em imortal para que vivessem para sempre juntos. A paixão do rei por Diana era visível no seu olhar e em todas as suas atitudes.

Ele era sincero, completamente tomado por uma paixão que queimava o seu peito de dentro para fora, causando grande admiração dos seus plebeus pelo amor que ambos compartilhavam.

Diana olhou para ele e observou o seu rosto sendo tomado por uma expressão, até então, desconhecida por ela.

Ela analisou bem o seu rosto tocando-o com as mãos até vê-lo fechando os olhos com o seu toque.

- Eu não o vi o dia inteiro. Por onde andaste escondendo-te de mim?

O rei soltou um longo suspiro permitindo-lhe formar um sorriso em resposta àquela sugestão absurda.

- Escondendo-me, minha rainha? De ti, jamais.

Asger a girou nos braços de modo que agora eles estavam ao redor de sua cintura. Diana sorriu, mas não estava satisfeita. Não era essa a resposta que procurava.

Ela endureceu o rosto soltando-se dele e se afastou.

- Você tem estado distante. Não o tenho sentido comigo. - Asger engoliu seco. - Era isso que devia fazer, não? Eu creio que aquela cerimônia não tenha sido em vão.

Ele a puxou novamente grudando os seus corpos.

Diana mal pôde reagir com o seu impulso. Seu coração acelerou-se quando ela percebeu os lábios dele a centímetros dos seus e as suas mãos pressionando-a cada vez mais, até que os seus olhos se fixaram na boca dele e ele prendeu os seus no rosto hipnotizado da sua esposa.

- Eu sou o rei, Diana. Tenho compromissos com a corte. - ele beijou-lhe a testa. - Peço-vos que seja paciente, tenho uma nação inteira para entregar o meu cuidado.

- E quando comigo estás... há algo que possamos fazer?

Diana direcionou os olhos até os dele sugerindo que o seu corpo precisava, ou melhor, queria o dele.

Ela provocou-lhe quando seu belo par de pupilas azuis tocaram suavemente a pele de seu rosto. Seus grandes olhos que costumavam deixá-lo desnorteado e sem fôlego - que fizeram-no saber que se apaixonaria no momento que os viu pela primeira vez -, foram responsáveis por fazer entender que os seus desejos carnais estavam à flor da pele, clamando para serem sanados.

Asger a beijou intensamente, empurrando-a até que sua cabeça estivesse inclinada para trás. Seu beijo era tão forte que os lábios dela estavam doendo quando ele a encostou na parede esculpida e ela cessou o beijo ao conferir as chamas de desejo queimando nos seus olhos.

Mind Vs. HeartOnde histórias criam vida. Descubra agora