movimento perigoso

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As dores nas costas de Bruce eram mais que evidentes pelas marcas dos hematomas naquela manhã.

Faziam exatamente duas semanas desde o 'encontro' entre Diana Prince e Bruce Wayne e até então, ele sequer imaginava que ela já havia ligado alguns pontos, embora deixá-lo pensar que ainda tinha tudo sobre controle soava mais divertido do que dizer a ele.

A noite havia sido complicada para Bruce após o momento em que Coringa resolveu que queria brincar com o morcegão.

Não era para ser tão difícil lidar com o palhaço, mas Batman precisa confessar que os seus joguinhos psicológicos e os seus golpes certeiros, vez ou outra, acabam por atingi-lo mais do que o necessário em um combate. Especialmente quando a rainha do crime de Gotham está envolvida.

Bruce precisou de alguns analgésicos deixados por Alfred antes de se levantar de uma vez por todas, sentindo que essa havia sido a pior escolha da sua vida. Porém, enquanto Bruce discutia consigo mesmo a dúvida de se era realmente necessário sair da cama naquele dia, Diana aproveitava da bela visão de seu novo quarto.

Agora que a Liga da Justiça havia se apresentado oficialmente ao mundo e provado que é um grupo do bem, a Waye Enterprises ficara responsável pela reforma daquele antigo prédio e agora, era o principal ponto de encontro dos heróis, onde boa parte deles se abrigavam já que precisavam manter horários em plantão ou em missões. Ali parecia ser um lugar mais propício para as suas seguranças. Além disso, eles precisavam estar sempre em alerta para qualquer emergência que J'onn, o marciano agora responsável pelas escalas e monitoramentos, pudesse solicitar.

Diana era um dos membros que optaram por morar no prédio. Isso porque ela não era uma meta-humana como os outros, vindo de países, cidades e até mesmo planetas distantes criados por famílias tradicionais, logo não tinha exatamente onde ficar.

Ela até já tinha feito algumas amizades que a fizeram se perguntar como viveu até hoje sem conhecer pessoas como essas. Especialmente Clark, que tem se mostrado um ótimo parceiro para conversas, e Shayera, a Mulher Gavião, que parece ter um coração quebrado e ao mesmo tempo apaixonado conferindo-lhe uma personalidade frágil sem deixar de ser excêntrica. É assim que ela mesma a define.

Diana respirou fundo mais uma vez  e sorriu sentindo a brisa gelada invadir suas narinas até ouvir batidas na porta.

Era Superman, dizendo que faltavam alguns minutos para o pronunciamento de J'onn.

"Provavelmente nada importante." Ela sussurrou sendo encarada pelo amigo.

- Algum problema?

Clark cruzou os braços debruçando os ombros na porta. Uma das sobrancelhas erguidas prontas para dizer que ele estava desconfiado.

- Por que algo me diz que não gosta de ouví-lo?

Diana revirou os olhos.

- Não é bem isso...

Quase que impaciente, ela finalmente achou o copo de vitamina inacabada que havia trazido mais cedo e passou por Clark convidando-o a caminhar para a sala principal.

- Não é ele. Eu gosto muito do J'onn, mas odeio ter que ficar sentada por horas ouvindo tantas coisas. Você sabia que o meu ouvido grego ainda pode se confundir?

Clark riu pensando que realmente deveria ser complicado.

- Pelo menos você não precisa encarar dezenas de jornalistas lhe dizendo o que fazer.

Diana sorriu: - Realmente. Eu os mataria antes de finalizarem a frase.

O Homem de Aço gargalhou com o comentário ao adentrar o cômodo. Ele mesmo, o filho de Krypton, se perguntava como conseguia se manter calmo diante dos seus superiores.

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