Capítulo 27

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Black Thongkham

Meu celular tocou mais uma vez em cima da cômoda, eu pretendia ignorar ele todas as vezes que tocasse e foi isso que fiz novamente.

Chovia lá fora e por isso Porschay e Kim ficariam aqui. Porschay estava na minha cama mexendo em seu celular, havia tomado banho a alguns minutos e Kim acabava de sair do banheiro secando os cabelos.

— Seu celular tocando já está me irritando —Kim resmunga se direcionando até a cama. — Desliga essa merda ou eu vou jogar pela janela.

— Não ousaria.

Ele franze o cenho e olha para a cômoda onde meu celular tocava mais uma vez. Eu caminho até a cômoda, pego o celular e recuso a ligação, bloqueio o número e ligo o não perturbe.

— Satisfeito ou quer mais algum coisa?

— Bloqueou também? Porque seja lá quem está ligando há horas parece que não vai desistir enquanto você não a atender —Kim se levanta e caminha até meu closet. — E eu não gosto disso.

— Está com ciúmes?

— Você é meu e se não entender do melhor jeito, então vai entender do pior jeito —Kim se vira na minha direção e me entrega sua toalha. — Segure para mim.

— Ah —ouço o gritinho assustado de Porschay e logo ele aparece correndo no closet e se lança em meus braços. — Eu estou descalço, não me coloca no chão.

— O que houve?

— Um relâmpago, eu estava com o celular e me assustei —ele passa as pernas em volta da minha cintura.

— Por que está descalço?

— Não deu tempo de pegar um chinelo —ele sorri tímido. — Me leva de volta para a cama.

— Eu já estou sentindo que sou o empregado de vocês.

— Está reclamando? —Porschay me olha confuso. — Não é meu empregado.

— Sou seu amante?

— Não —ele faz careta. — É meu namorado.

— Sou?

— Sim, eu disse que você é meu namorado, então você é —Porschay me puxa para a cama junto a ele. — Quem está te ligando?

Aonde eu vim parar? Se Kim sempre foi ciumento, não quero nem ver Porschay.

— Um carinha ai —eu tento encurtar o assunto, mas pela sua cara era melhor eu nem ter dito nada. — Ele pegou meu número aquele dia no bar e eu nem me lembrava.

— Por que passou seu número para ele? —Porschay me solta e se afasta.

Ouço a risada de Kim vindo do closet.

— Porque eu estava bêbado e nem sabia oque estava fazendo —eu o puxo novamente para meus braços. — Eu nunca o respondi, nem falei com ele depois daquele dia no bar. Eu já o bloqueie.

Eu beijo seu rosto até chegar em seus lábios, onde ele me morde e se afasta.

— Porra, Porschay, isso dói.

— Se não fosse para doer, eu não fazeria —Porschay calça um chinelo e caminha até o closet. — Kim.

— Porschay, eu sinto muito.

— Aonde você quer ir amanhã? —Kim questiona.

Eu entro no closet e encontro Kim abraçando Porschay.

— Eu quero ir tomar sorvete —Porschay responde sorrindo.

— Porschay —eu o chamo. Me aproximo do mesmo e passo as pontas dos meus dedos por sua nuca e aproximo meus lábios da sua orelha e os passos levemente por ela. — Baby, não me ignore dessa forma.

Black, desgruda de mim —Porschay gruda ainda mais a Kim. Eu me aproximo do seu pescoço onde deixo uma mordida o fazendo soltar um suspiro. — Para com isso. — eu desço beijos pelo seu pescoço e vou colocando minha mão por dentro da sua camiseta. — Black.

Kim afasta Porschay de mim e eu sorrio.

— Ele tem aula amanhã, já está tarde, ele precisa dormir e descansar —Kim responde beijando a testa do mesmo.

Eu concordei.

— Agradeça que Kim te salvou, ou amanhã não conseguiria andar.

Porschay engoliu em seco e eu sorri passando os braços ao redor do seu corpo e o pegando no colo.

— Vamos dormir, criança.

Ele revira os olhos e reluta em me deixar o carregar até a cama. Eu cubro Porschay, apago o abajur ao seu lado e Kim se deita ao lado de Porschay e eu o cubro e apago o outro abajur. O quarto escureceu de repente e eu fui puxado para o meio dos dois, onde me ajeitei na cama, me cobri e logo fui usado de travesseiro por Porschay que se deitou em meu peito.

°

Me sentei na cama, encarei o relógio e marcava duas da manhã, me levantei com cuidado para não acordar Kim ou Porschay e caminhei até a cômoda, peguei um maço de cigarro e fui em direção a varanda, abri e sai.

Normalmente eu não fumo, mas quando acordo no meio da noite, dias raros, eu costumo pegar um e sair para fumar. Me sentei no sofá e joguei minha cabeça para trás enquanto soltava o ar, deixando a fumaça que intoxica meu pulmão sair entre meus lábios.

Toda essa mistura de sentimentos ainda me atormenta, consome minha alma e meus pensamentos, tira meu sono e não me deixa dormir. Não sei oque fazer sobre os dois garotos que dormem na minha cama.

Eu não sei oque fazer sobre o fato de amar eles, se amar Kim já era difícil, imagina ele e Porschay. É assustador como alguém que sempre teve o espírito livre e solteiro pode se prender tão rapidamente a alguém.

Justo eu que jurava que nunca me apaixonaria outra vez, nunca deixei de estar apaixonado e ainda me apaixonei por duas pessoas e agora estou condenado a estar rendido a cada palavra, sorriso, pedido ou ordem deles. Sem contradições ou arrependimentos.

Fumar é nojento —a voz de Porschay me trás de volta a realidade.

— Eu sei.

— Nunca te vi fumando, você não tem cara de quem fuma —ele fala, para a minha frente e encara o cigarro em minha mão.

— Eu não costumo fumar, a não ser que acorde de madrugada e isso quase nunca acontece —eu seguro em sua cintura e o puxo para sentar em meu colo. Trago o cigarro uma última vez antes de o apagar e jogar em um cinzeiro que foi colocado ali exatamente para não jogar no jardim. — E você, por que está acordado?

— Eu vi você acordar, pensei em voltar a dormir, mas não consegui —ele responde, suas mãos envolvem meu pescoço até que seus braços estejam por completo entorno dele.

— Desculpa, fiz o possível para não te acordar —eu acariciei sua cintura e deixei um beijo em seu queixo. — Mas pelo jeito não foi suficiente.

Ele se deita em meu ombro e eu acaricio seu rosto.

— Então dorme —eu beijo a ponta do seu nariz. — Se preferir eu posso te levar para a cama.

— Não —ele nega se agarrando ao meu corpo.

Me permaneço em silêncio, apenas fazendo carinho em seu braço e o observando fechar os olhos aos poucos até que ele realmente dormisse. Aos poucos ele foi encolhendo em meu peito, até estar completamente aninhado em meu corpo, então me levantei o levando de volta ao quarto, fechei a porta da varanda e o levei até minha cama onde o deitei.

Fui até o banheiro, escovei os dentes e voltei a cama, dessa vez me deitei na ponta do colchão, ao lado de Porschay, já que ele estava grudado as costas de Kim. Fechei os olhos e puxei o edredom.

After -Macau and KimChayOnde histórias criam vida. Descubra agora