Black Thongkham
Meu celular tocou mais uma vez em cima da cômoda, eu pretendia ignorar ele todas as vezes que tocasse e foi isso que fiz novamente.
Chovia lá fora e por isso Porschay e Kim ficariam aqui. Porschay estava na minha cama mexendo em seu celular, havia tomado banho a alguns minutos e Kim acabava de sair do banheiro secando os cabelos.
— Seu celular tocando já está me irritando —Kim resmunga se direcionando até a cama. — Desliga essa merda ou eu vou jogar pela janela.
— Não ousaria.
Ele franze o cenho e olha para a cômoda onde meu celular tocava mais uma vez. Eu caminho até a cômoda, pego o celular e recuso a ligação, bloqueio o número e ligo o não perturbe.
— Satisfeito ou quer mais algum coisa?
— Bloqueou também? Porque seja lá quem está ligando há horas parece que não vai desistir enquanto você não a atender —Kim se levanta e caminha até meu closet. — E eu não gosto disso.
— Está com ciúmes?
— Você é meu e se não entender do melhor jeito, então vai entender do pior jeito —Kim se vira na minha direção e me entrega sua toalha. — Segure para mim.
— Ah —ouço o gritinho assustado de Porschay e logo ele aparece correndo no closet e se lança em meus braços. — Eu estou descalço, não me coloca no chão.
— O que houve?
— Um relâmpago, eu estava com o celular e me assustei —ele passa as pernas em volta da minha cintura.
— Por que está descalço?
— Não deu tempo de pegar um chinelo —ele sorri tímido. — Me leva de volta para a cama.
— Eu já estou sentindo que sou o empregado de vocês.
— Está reclamando? —Porschay me olha confuso. — Não é meu empregado.
— Sou seu amante?
— Não —ele faz careta. — É meu namorado.
— Sou?
— Sim, eu disse que você é meu namorado, então você é —Porschay me puxa para a cama junto a ele. — Quem está te ligando?
Aonde eu vim parar? Se Kim sempre foi ciumento, não quero nem ver Porschay.
— Um carinha ai —eu tento encurtar o assunto, mas pela sua cara era melhor eu nem ter dito nada. — Ele pegou meu número aquele dia no bar e eu nem me lembrava.
— Por que passou seu número para ele? —Porschay me solta e se afasta.
Ouço a risada de Kim vindo do closet.
— Porque eu estava bêbado e nem sabia oque estava fazendo —eu o puxo novamente para meus braços. — Eu nunca o respondi, nem falei com ele depois daquele dia no bar. Eu já o bloqueie.
Eu beijo seu rosto até chegar em seus lábios, onde ele me morde e se afasta.
— Porra, Porschay, isso dói.
— Se não fosse para doer, eu não fazeria —Porschay calça um chinelo e caminha até o closet. — Kim.
— Porschay, eu sinto muito.
— Aonde você quer ir amanhã? —Kim questiona.
Eu entro no closet e encontro Kim abraçando Porschay.
— Eu quero ir tomar sorvete —Porschay responde sorrindo.
— Porschay —eu o chamo. Me aproximo do mesmo e passo as pontas dos meus dedos por sua nuca e aproximo meus lábios da sua orelha e os passos levemente por ela. — Baby, não me ignore dessa forma.
— Black, desgruda de mim —Porschay gruda ainda mais a Kim. Eu me aproximo do seu pescoço onde deixo uma mordida o fazendo soltar um suspiro. — Para com isso. — eu desço beijos pelo seu pescoço e vou colocando minha mão por dentro da sua camiseta. — Black.
Kim afasta Porschay de mim e eu sorrio.
— Ele tem aula amanhã, já está tarde, ele precisa dormir e descansar —Kim responde beijando a testa do mesmo.
Eu concordei.
— Agradeça que Kim te salvou, ou amanhã não conseguiria andar.
Porschay engoliu em seco e eu sorri passando os braços ao redor do seu corpo e o pegando no colo.
— Vamos dormir, criança.
Ele revira os olhos e reluta em me deixar o carregar até a cama. Eu cubro Porschay, apago o abajur ao seu lado e Kim se deita ao lado de Porschay e eu o cubro e apago o outro abajur. O quarto escureceu de repente e eu fui puxado para o meio dos dois, onde me ajeitei na cama, me cobri e logo fui usado de travesseiro por Porschay que se deitou em meu peito.
°
Me sentei na cama, encarei o relógio e marcava duas da manhã, me levantei com cuidado para não acordar Kim ou Porschay e caminhei até a cômoda, peguei um maço de cigarro e fui em direção a varanda, abri e sai.
Normalmente eu não fumo, mas quando acordo no meio da noite, dias raros, eu costumo pegar um e sair para fumar. Me sentei no sofá e joguei minha cabeça para trás enquanto soltava o ar, deixando a fumaça que intoxica meu pulmão sair entre meus lábios.
Toda essa mistura de sentimentos ainda me atormenta, consome minha alma e meus pensamentos, tira meu sono e não me deixa dormir. Não sei oque fazer sobre os dois garotos que dormem na minha cama.
Eu não sei oque fazer sobre o fato de amar eles, se amar Kim já era difícil, imagina ele e Porschay. É assustador como alguém que sempre teve o espírito livre e solteiro pode se prender tão rapidamente a alguém.
Justo eu que jurava que nunca me apaixonaria outra vez, nunca deixei de estar apaixonado e ainda me apaixonei por duas pessoas e agora estou condenado a estar rendido a cada palavra, sorriso, pedido ou ordem deles. Sem contradições ou arrependimentos.
— Fumar é nojento —a voz de Porschay me trás de volta a realidade.
— Eu sei.
— Nunca te vi fumando, você não tem cara de quem fuma —ele fala, para a minha frente e encara o cigarro em minha mão.
— Eu não costumo fumar, a não ser que acorde de madrugada e isso quase nunca acontece —eu seguro em sua cintura e o puxo para sentar em meu colo. Trago o cigarro uma última vez antes de o apagar e jogar em um cinzeiro que foi colocado ali exatamente para não jogar no jardim. — E você, por que está acordado?
— Eu vi você acordar, pensei em voltar a dormir, mas não consegui —ele responde, suas mãos envolvem meu pescoço até que seus braços estejam por completo entorno dele.
— Desculpa, fiz o possível para não te acordar —eu acariciei sua cintura e deixei um beijo em seu queixo. — Mas pelo jeito não foi suficiente.
Ele se deita em meu ombro e eu acaricio seu rosto.
— Então dorme —eu beijo a ponta do seu nariz. — Se preferir eu posso te levar para a cama.
— Não —ele nega se agarrando ao meu corpo.
Me permaneço em silêncio, apenas fazendo carinho em seu braço e o observando fechar os olhos aos poucos até que ele realmente dormisse. Aos poucos ele foi encolhendo em meu peito, até estar completamente aninhado em meu corpo, então me levantei o levando de volta ao quarto, fechei a porta da varanda e o levei até minha cama onde o deitei.
Fui até o banheiro, escovei os dentes e voltei a cama, dessa vez me deitei na ponta do colchão, ao lado de Porschay, já que ele estava grudado as costas de Kim. Fechei os olhos e puxei o edredom.
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After -Macau and KimChay
FanfictionO que aconteceu se irmãos gêmeos, criados cada um por um lado da família de repente trocassem de lugar para fazer um plano para salvar todos os aliados da sua família de um golpe? Black e White, garotos completamente diferentes, mas tão iguais, uma...