Capítulo 9 - Ellen Gardner

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É claro que Julie e eu tivemos uma noite incrível, depois de tê-la conquistado com pouquíssimas palavras. Só de olhar para ela, eu já sabia que ela seria ótima na cama, mas diferente de saber foi de fato experimentar. Ela não precisou de muito esforço para me levar ao delírio, o que me deixou intrigada e preocupada.

Depois de tudo o que passei com Olívia, não tinha muito interesse em me apaixonar novamente, não mesmo. Descobri que amar só traz sofrimento e eu não estava disposta a sofrer por uma mulher.

Julie estava extremamente apaixonada pelo novo lançamento e quase me senti tentada a dar um par de presente para ela, mas depois comecei a pensar que talvez isso fosse tudo o que ela queria. Ela confessou que teria que trabalhar muito para conseguir comprá-lo e se esse fosse o motivo de ela ter passado a noite comigo, eu não poderia ceder dessa maneira.

Eu percebia que ela era muito diferente de outras mulheres que fiquei, parecia ter ingenuidade em sua maneira de falar, mas algo me fazia temer ceder aos meus desejos.

Eu nunca gostei de fingimento, até porque minha própria vida diante dos meus pais já era uma verdadeira encenação, então isso já era o suficiente. Por isso, buscava ser completamente verdadeira e entregue quando eu podia ter momentos com outras mulheres.

Sim, eu tinha minhas questões, mas era verdadeira e sincera em cada uma das minhas ações. Não seria diferente com Julie. Ela era o tipo de mulher que demandava carinho, cuidado, e ao mesmo tempo, sedução e luxúria. E foi exatamente esse combo que tentei oferecer a ela em nossos momentos.

Depois daquele dia, ficamos um tempo sem nos falarmos. Eu pensava nela em muitos momentos, mas não queria que ela pensasse que eu estava apaixonada ou coisa do tipo, a última coisa que eu precisava era que ela se apaixonasse por mim. Não queria machucá-la, mas um relacionamento não seria possível.

Por isso decidi que demoraria a voltar a entrar em contato e foi o que fiz. Quando mandei mensagem para ela convidando-a a passar a noite comigo novamente, ela prontamente aceitou e aquilo fez uma ligeira massagem no meu ego, me sentia viva e todo meu corpo acendia com uma simples memória daquela mulher.

Nosso tempo juntas foi, mais uma vez, extraordinário. Julie verbalizou para mim uma fragilidade que me deixou curiosa, instigada a conhecê-la cada vez mais. Ela tinha medo de se envolver demais comigo e eu perder o interesse nela, mas pelo o que eu estava percebendo, seria muito difícil perder o interesse nessa mulher.

Eu não me apaixonaria fácil, claro que não, isso nem estava nos meus planos. Depois de Olívia, não me sentia disposta a me entregar tanto para alguém e acabar machucada no final. Mas certamente eu não queria fazer com ela o que fizeram comigo, então não, eu não a abandonaria friamente. Ainda mais se nossa química continuasse a se desenvolver de forma tão sutil e deliciosa.

Nos encontramos mais uma vez e tivemos mais uma noite incrível juntas, mas dessa vez, fizemos um sexo mais carinhoso e romântico do que urgente e agitado. Dormimos como crianças depois de um dia inteiro de brincadeiras, era como se chegar ao clímax desativasse todas as tensões acumuladas durante dias. Eu me sentia relaxada.

Na manhã seguinte, Julie acordou primeiro que eu, mas disse que eu podia dormir mais um pouco já que ela ia tomar seu banho matinal e foi o que fiz, mantive meus olhos fechados enquanto, de muito longe, ouvia o som da água bater em seu corpo.

Estava quase pegando no sono profundo de novo quando ouvi o som da campainha tocar. Não podia ser verdade! Fiquei sem ação por um instante, eu sabia exatamente quem estava na porta querendo entrar e não podia, de forma alguma, deixar que ela visse Julie ali. Fui desperta do meu desespero quando ela saiu do banheiro enrolada em uma toalha, falando algumas palavras comigo que não fui capaz de decifrar.

À sua disposição (Romance sáfico)Onde histórias criam vida. Descubra agora