quinta-feira

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Soobin cozinhava Jjajangmyeon quando o interfone tocou. Era o Sr. Kim, da portaria, avisando que tinha um daqueles infratores da pista de skate o procurando. 

Sr. Kim soltou um muxuxo no telefone quando Soobin respondeu que o garoto era seu convidado, e que poderia o deixar subir.

— Francamente Sr.Choi, aconselho a rever suas companhias.

E desligou.

Soobin pouco ligou, Sr. Kim era sempre carrancudo, e deixava claro sua antipatia pelos jovens que frequentavam o skatepark.

Era quase 8 da noite, o que fez Soobin pensar que o garoto era realmente pontual.

Pouco tempo depois ouviu duas batidas em sua porta. Limpou as mãos no avental que usava e se dirigiu a porta, abrindo-a e dando espaço para o garoto entrar.

Beomgyu sorriu em comprimento, entrou com aquele jeito acanhado, que Soobin já havia sacado que era mais artifício para fazer com que as pessoas o achassem meigo. 

Aos poucos estava aprendendo os truques do menino.

Ele deixou o skate e o tênis do hall de entrada.

— O cheiro está muito bom — comentou por alto, adentrando o apartamento.

Soobin fechou a porta e o seguiu, ajeitando os óculos. Beomgyu usava uma calça cargo e camiseta de banda. 

— Obrigado. Espero que goste de Jjajangmyeon, falta pouco para ficar pronto — Soobin respondeu, passou pelo mais novo e foi em direção a cozinha, o garoto o seguiu. Beomgyu parecia ter acabado de tomar banho, seu perfume cheirava a lavanda e algodão, era sutil e meio andrógeno.

Soobin ficou pensando o quanto gostaria de deitar juntinho dele e sentir aquele cheiro até dormir.

— Eu gosto sim — respondeu o garoto sobre  a comida, enquanto se sentava em uma banqueta de frente ao balcão da cozinha — Gosto de tudo que você fizer. 

Aquilo soou tão dócil que Soobin sorriu automaticamente, enquanto voltava sua atenção para a panela.

— Você nem experimentou minha comida Beomgyu — brincou — Como pode saber se é boa?

— Não importa, é você quem fez, então eu vou gostar — o garoto disse num tom fofo, claramente querendo agradar Soobin — E você fica bonito de avental, parece um pai jovem. 

Soobin apostava que Beomgyu usava um pouco de aegyo como uma arma de sobrevivência. Sendo tão bonito, e agindo dessa forma, talvez fosse mais fácil conseguir o que queria. 

Ou talvez o menino só estivesse tentando agradecer a gentileza, e aquele era seu jeito natural.

Soobin limpou as mãos novamente e foi até o menino. Apoiou a barriga na bancada e se inclinou para deixar um afago nos cabelos do garoto. Bagunçou o cabelo comprido como faria em uma criança. 

— Você ficou com essa ideia de pai na cabeça — disse já arrumando os pratos — Mas obrigado pelo elogio.

Beomgyu riu, aquele riso tímido e gostoso.

— Mas é sério! Você parece aqueles pais que as mães ficam babando quando vão buscar o filho na escola. 

— Acho que só me falta o filho então.

Beomgyu abriu a boca para falar alguma coisa, mas desistiu. Em vez disso, apenas sorriu e concordou.

Assim que ficou pronto, Soobin pediu para que o garoto se servisse, sentaram-se para comer na mesa balcão de Soobin. Beom comia devagar e aos poucos, totalmente concentrado em seu prato. O mais velho não estava com tanta fome, então comeu pouco e quando terminou, se concentrou em apenas admirar o skatista novamente. 

Antes tarde do que nunca (Soogyu)Onde histórias criam vida. Descubra agora