Amor pelas ruas

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Havia luzes e fumaça por todas as partes. Por sorte o lugar era aberto, tornando possível respirar e, ainda bem, enxergar. Enquanto passavam, dezenas de pessoas se viravam e os comprimentavam de maneira enérgica. Muitos estavam bêbados demais para considerar que estavam passando vergonha.

Soobin, ainda abraçado a Beom, apenas acenava com a cabeça.

Foram abrindo abrindo passagem em meio ao turbilhão caótico, se afastando o máximo possível da música que estrondava os autos falantes do paredão. Beomgyu queria pegar alguma coisa para beber.

Se aproximaram do bar improvisado.

Soobin geralmente odiava open bar. Bebida barata e quente, servida em copos plásticos horrendos. Mas estava pouco se importando no momento.

— Ei, cara! — Beomgyu gritou para o "barman", tentando se fazer entender  — Me dá qualquer coisa que esteja gelada aí!

No fim, acabou com um copo de vokda, energético e muito gelo. Estava de bom tamanho.

Soobin, que não gostava de misturar, virou apenas um shot de tequila, que colocaram num copinho plástico de café. Era o suficiente para aquecer.

Permaneceram mais afastados do centro. Aos poucos, os 4 foram se entrosando, brincando uns com os outros e se soltando com a música. Era perceptível que algumas pessoas em volta queriam se aproximar. E aos poucos, alguns conhecidos de Beom, ou dos outros meninos, se achegavam de mansinho. Puxavam conversa, e se mantiam até mesmo contidos na presença de Soobin. Beomgyu parecia gostar da situação.

— Esse aqui é o Soobin hyung — o apresentava, como quem exibe um espécime raro — Ele tá comigo.

As pessoas se curvavam levemente, em um cumprimento formal. Soobin ria e dizia que não precisava daquilo. Alguns lhe ofereciam seus pods, e Soobin recusava educadamente, dizia que preferia o estilo clássico. Nessas, um dos garotos tirou do bolso um maço de Lucky Strike e fez questão de acender um cigarro para o mais velho.

Soobin, por si próprio, estava achando tudo estranho.

— Você é tipo uma celebridade aqui cara — Taehyun comentou, segurando seu copo como se fosse uma xícara de chá — Aquelas garotas alí devem sonhar com você toda noite.

Indicou com a cabeça uma panelinha de meninas que os rodeavam. Quando notaram a atenção de seu grupo, começaram a cutucar umas às outras e a derem risada. Nenhuma parecia ter mais de 18 anos. Uma delas mandou um tchauzinho.

— Sério isso? — questionou Soobin, se virando para os rapazes novamente — Porquê?

— Já te falei — começou Beom, que parecia um pouco irritado com a ousadia da garota — Elas devem ter várias fotos suas fumando na varanda. Sem camisa.

Taehyun e Kai deram risada. Soobin, na verdade, ficou com medo de que Beom realmente estivesse certo.

— E você também é o único naquele condomínio que parece gostar da gente aqui. Não é mais um riquinho esnobe, louco pra que a polícia feche esse lugar  — Kai completou, no que pareceu ser um elogio e um incentivo ao mesmo tempo.

— É, isso também — Beom ponderou — Mas quer saber? que se foda esse povo. Vem — disse, agarrando sua mão — Eu realmente quero ir dançar.

Beomgyu lhe arrastou para a multidão de pessoas no centro do skate park. Com certeza havia máquinas de gelo seco pelo lugar, porque uma neblina branca preenchia todo o ambiente, se misturando às cores neon das luzes. Haviam realmente investido naquela festa.

O mais novo parou quando achou que havia espaço suficiente para os dois. Virou-se para Soobin e circulou seus ombros com os braços. Sorriu de forma bonita, se colocou na ponta dos pés e deu um beijinho de esquimó em Soobin. O mais velho riu, e ambos começaram a dançar desengonçadamente ao som de Love in this Club .

Antes tarde do que nunca (Soogyu)Onde histórias criam vida. Descubra agora