Antes tarde do que nunca (Soogyu)

Dias de luta, dias de glória

A notícia da morte de Bogum chegou 3 semanas depois, junto a Mikaza, que trazia consigo apenas a roupa do corpo e uma mala de mão. 

Era madrugada, caia um leve sereno. Mikaza bateu firmemente na porta de Minyoung, como se reivindicasse algo que era seu. Coincidentemente Beomgyu dormia na casa da mãe naquele dia. Não dormia de fato, pois pressentia o mal agouro, uma sensação de perda, uma compressão no peito. 

Quando ouviu as batidas na porta, sabia que ela havia chegado. 

Durante todo aquele tempo junto a Soomin, temeu aquele momento. Seria muito difícil se desprender da menina, que agora já lhe era tão familiar, como fora seu irmão um dia.

Cuidava da sobrinha como seu bem maior. O amor que tinha por seu irmão, tinha em dobro por Soomin.

Mas sabia que ela não era sua.

Nas 3 semanas que se passaram, a chegada daquela criança trouxe mudanças na vida de todos, começando pelo dia que a trouxe para aquela casa. 

Naquele dia, Beomgyu conseguiu atravessar todo o ressentimento que o possuía, e cedeu seu perdão a Sejun. Sabia que seu pai sempre possuiu um ódio maior que si próprio, e com o tempo foi definhando em si mesmo. Seu próprio sofrimento e arrependimento lhe mostraram o quanto errou com os filhos, com a esposa. A Beomgyu, agora, só cabia lhe dar a oportunidade de recomeçar. De tentar ser diferente com a neta.

E Sejun, por incrível que pareça, estava se mostrando um avô carinhoso, prestativo. O que não deu a seus meninos como pai, daria a Soomin como avô. 

E Beomgyu estava feliz de ver aquela mudança, de poder se reconectar com o pai de alguma forma. 

Agora Beomgyu dormia lá com frequência, e todas as noites, Sejun o procurava, e pedia que tocasse um pouco de música para si. Houve um momento que reprimiu o máximo o gosto pela música que seus meninos tinham. Agora, gostaria de recuperar o tempo perdido, e apreciar aquele talento o máximo que podia.

— Toque aquela que você sabe que eu gosto Beomgyu, aquela que sua mãe gosta de dançar…

Então Beomgyu tocava Can't Help Falling in Love quase todas as noites, e todas as vezes seus pais dançavam juntos, com saudosismo do sentimento que já possuíram um dia. 

Sua mãe, sempre abatida todo aquele tempo, agora parecia possuir uma aura de esperança em volta se si, um calor, algo diferente. Parecia uma vontade de fazer, de ser melhor. 

Não era nem preciso dizer que cuidava de Soomin com primor, e a menina já demonstrava amar muito a avó.  

Vez ou outra, Soobin também estava por lá. Ele nunca ficava para dormir, mas permanecia até a noite, até o momento de ver as luzes apagarem, e a casa ir dormir. 

A verdade é que ele era tão apaixonado por Soomin quanto todos alí. Ia cedo, para brincar com ela, ajudava no banho, na mamadeira, nas fraldas, e nas compras.

Soobin arcou com todo os gastos necessários para acomodar Soomin. Além de tudo que trouxe, comprou um berço novo para a menina, simples mas seguro, aconchegante. Comprou fraldas, leite e roupas. 

Fizeram do antigo quarto de Bogum, intocado até aquele momento, o novo quartinho da bebê. Soobin se dispôs a reformar o quarto, deixar mais agradável para uma criança, mas Minyoung ainda não estava pronta para se desprender daquele espaço.

Dessa forma, apenas limparam tudo, trocaram algumas coisas de lugar, e adicionaram tudo de novo que Soomin tinha.

E por mais que o tempo tenha sido breve, Beomgyu já estava se acostumando com aquela rotina.