Capítulo 10: Fighting

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Depois do agradável café da manhã na companhia de Jisung os dois voltar para o quarto do rapaz. O Han se deitou em sua cama alegando que estava sentindo incomodo no braço, provavelmente por ter se movimentado demais aquele dia.

Minho estava sentado na poltrona próximo a cama, ora ou outra cochilava tentando ao máximo se manter acordado.

— Se você fosse uma planta, qual tipo seria? — Jisung perguntou, virando o rosto para encarar o Lee.

— Que raios de pergunta é essa, Jisung? — Minho arqueou a sobrancelha, virando o rosto para encarar o Han de volta.

— Estou entediado e você também está, consigo ver daqui sua baba escorrendo sempre que cochila. — Jisung respondeu rindo, resmungando ao sentir o braço doer.

— Quer que eu chame um enfermeiro? — Minho perguntou meio alarmado.

— Não, eles provavelmente me sedariam para eu não sentir dor e nisso eu acabaria dormindo... — O Han balançou o pé.

— Provavelmente uma Pteridófita.  — O Lee respondeu.

— Por quê?

— Porque elas não possuem flores ou frutos.

— Você é estranho. — Jisung falou naturalmente. Estavam conversando de maneira casual que ele só se deu conta quando saiu e ele ouviu a risada do Lee. — Desculpe.

— Não tem problema, conversar é bom que faz o tempo passar. — Minho disse calmo. — Haneul com certeza estaria impaciente se estivesse aqui.

— É um nome diferente para se dar a um cachorro. — Jisung comentou, abaixando um pouco a cama.

— Não é um cachorro. — Minho riu. — É o nome da minha filha.

— Meu deus você tem filha? — Jisung perguntou surpreso, rindo fracamente logo depois. — Não imaginava.

— Não pareço responsável o bastante?

— Não parece velho o bastante. — Jisung respondeu sonolento. — Você tem quantos anos?

— Vinte e oito.

— Sua filha tem quantos anos?

— Quatro.

— Oh, ela é super pequena. — Jisung falou, fechando os olhos devagar. — Ela deve sentir a sua falta quando você saí para trabalhar...

— Sim, ela sente... — Minho falou baixo, acompanhando o tom de voz alheio. — Mas eu sempre passo o máximo de tempo com ela quando chego do trabalho.  Ela sempre me espera acordada. — O Lee sorriu ao lembrar da filha.

— É bom ter alguém esperando por você em casa. — Jisung sussurrou.

Minho levantou o olhar para encara-lo, percebendo que o Han havia apagado. O Lee se levantou e caminhou até a cama do rapaz suspirando e o cobrindo direito, voltando para a poltrona e se sentando novamente logo depois.

*

Ao abrir os olhos tornou os fechar instintivamente devido a claridade incômoda da luz acesa, novamente os abriu se familiarizando com o cômodo hospitalar.

Minho olhou ao redor um pouco confuso, olhando para o lado e vendo Jisung acordado tomando sopa.

— Eu apaguei... — Comentou, pegando o celular para verificar o horário. Estava se aproximando das dez da noite. — Está tarde...

— Um rapaz chegou faz algumas horas, ele disse que veio trocar o turno com você. — Jisung comentou meio desanimado, mexendo sua sopa.

— Você está bem?

— Estou... — O Han ergueu o olhar para o Lee novamente. — Não queria que você fosse.

— Você fará amizade com os outros também, não se preocupe. — Minho o confortou. — Apesar de saber que estará seguro, pode me ligar caso aconteça alguma coisa.

— Certo...

Jisung respondeu e voltou a tomar sua sopa. Minho observou o rapaz em silêncio, puxando uma caneta do bolso e se aproximando da cama.

— Posso? — Perguntou, apontando para o braço engessado.

Jisung concordou confuso, vendo o policial escrever "Fighting" no gesso com sua caneta preta e depois se afastar.

— Bom, quando se sentir inseguro você pode olhar para isso e lembrar que apesar do medo constante, nós podemos conseguir vence-lo e que no final tudo dará certo.

— No final eu posso morrer, Minho. — Jisung murmurou. — E isso me assusta. Não consegui dormir direito pensando em tudo o que aconteceu hoje.

— Eu não vou deixar você morrer, Jisung. — O Lee falou convicto.

Jisung o encarou por um breve momento e depois de suspirar concordou, tentando se manter calmo.

— Não precisa ter medo eu e o meu departamento protegeremos você.

— Obrigado por tudo.

— Não precisa agradecer. — Minho deu dois tapas leves no ombro sarado do Han e se afastou. — Não pense mais nisso, durma tranquilo e se concentre na sua recuperação.

Jisung concordou, acenando com a cabeça para Minho quando o policial se despediu e deixou seu quarto.

Minho cumprimentou os colegas que estavam fazendo a segurança do quarto do lado de fora, saindo do hospital e partindo direto para a sua casa.

Estava se sentindo exausto, apesar de não ter feito praticamente nada durante o dia. Esse caso estava o sobrecarregando e o cansando, mas ele não iria desistir de encontrar uma resposta para todas as perguntas que rondavam sua cabeça. Não iria parar até prender o assassino de Taehyun.

Tudo o que queria naquele momento era chegar em casa o mais depressa possível, tomar um banho morno e aproveitar a companhia de sua filha até ela sentir sono e dormir em seus braços.

Rapidamente se lembrou do que Jisung havia falado durante a tarde e sorriu pequeno com isso. Era grato por ainda ter alguém esperando por ele em casa. Grato por ter Haneul.

Apesar de que o sentimento de gratidão era praticamente um nada com tudo o que estava acontecendo nesses últimos dias. E Minho teve certeza disso quando recebeu a mensagem de Felix antes abrir a porta de sua casa.

"Como você suspeitava, essa era a língua da vítima. A língua de Kang Taehyun."

——

Fighting/Hwaiting é uma expressão usada pelos coreanos para desejar boa sorte e afirmar que a pessoa consegue fazer tal coisa. Resumindo, é um incentivo: "Você consegue! Boa sorte"

Criminal [MINSUNG]Onde histórias criam vida. Descubra agora