Capítulo 56: Um mês

484 107 186
                                    

Um mês havia passado desde a última vez que tinha visto ou tido notícias de Jisung. O Lee estava tão abalado com tudo aquilo que sequer conseguia focar em seu trabalho. Ainda não havia parado para analisar o laudo que Soobin o disponibilizou, sequer conseguiu investigar Park Jimin também.

Ultimamente sua atenção estava focada apenas em encontrar Jisung e tentar animar a filha que a cada dia parecia pior. Haneul não queria comer, não estava falando e sequer desenhando. Ela queria passar a grande parte do tempo trancada no quarto sozinha e até deixou de ir para a creche devido as crises de choro que estava tendo. O policial não sabia mais o que fazer.

Começou a levar a garotinha para ser acompanhada por uma psicóloga, mas até então não havia tido nenhuma reação positiva dos tratamentos.

— Gatinho, ainda acordado? — Jisoo perguntou ao aparecer na sala escura e ver o Lee sentado no sofá, beijando o pescoço dele que se afastou ouvindo ela rir. — Deveria tentar dormir.

— Não consigo dormir com você invadindo a porcaria do meu quarto toda noite. — Minho murmurou irritado. — Quando você vai embora?

— Acha mesmo que vou embora? — Ela questionou, bebendo água. — Eu não vou, principalmente agora que está solteiro e tenho minha chance novamente.

— Você não tem chance alguma. — Minho retrucou. — Não estou solteiro.

— Ainda não superou que o gayzinho não vai voltar? — Ela falou calma, inclinando o corpo na direção do Lee enquanto deixava os seios expostos devido o decote da camisola. — Você deveria aproveitar melhor as oportunidades que a vida está lhe proporcionando...

Minho riu e a empurrou, vendo ela o olhar irritada. Sem dizer mais uma palavra sequer o Lee se levantou e se trancou no quarto da filha, deitando no chão enquanto observava a garotinha dormir calmamente.

Ora ou outra Haneul balbuciava alguma coisa, aparentemente sonhava. Minho sequer percebeu os olhos pesarem e o sono lhe atingir enquanto observava a pequena Lee.

*

Jisung se espreguiçou ao bocejar, virando o corpo para o lado enquanto encarava a cortina da janela de seu quarto. Levantou ainda meio sonolento da cama, praticamente se arrastando até a cozinha.

Conseguiu sentir o cheiro forte do café recém feito, sentindo os braços do maior o abraçar. O Han se virou para o médico e então sentiu os lábios macios de Changkyun selar os seus em um selinho rápido.

— Oi. — Resmungou, afastando o Im com as mãos. — Quando pretende ir?

— Está me expulsando? — O rapaz perguntou com uma falsa voz de desapontamento.

— Estou.

Havia algumas poucas semanas que estava saindo com o Im, desde o ocorrido com Minho o médico cirurgião que ele bem conhecia voltou a dar em cima de si - ele já fazia isso na época em que o Han ainda namorava o Kang -, mas parou quando Jisung e o policial engataram em uma relação. E bom, o enfermeiro decidiu dar uma chance a ele.

Não gostava de Changkyun, ele tinha manias estranhas e o Han sempre se irritava na presença dele, mas uma coisa que ele sabia fazer era foder bem. E Jisung não queria um namorado, queria um ficante fixo para sexo casual.

— Assim você me magoa, doce. — O Im fez bico.

— Sem apelidos, já falei.

— Quando iremos assumir nosso namoro, hm?

— Changkyun eu já falei que não pretendo namorar com você. — Jisung murmurou e o olhou, bebericando o café que o mais velho preparou. — Deveria estar satisfeito com o pouco que temos, não crie expectativas.

O Im sorriu de lado e então suspirou, concordando.

— Vou indo, diferente de você ainda tenho um plantão a cumprir. — Falou ao rir.

— Tchau.

Jisung suspirou ao ouvir a porta se fechar, jogando o café preparado fora e correndo para o banheiro. Enfiou dois dedos na garganta e se forçou a vomitar, encarando seu reflexo no espelho logo depois.

Ele estava acabado.

Fez seu próprio café e depois de tomar seu desjejum e tomar um banho quente se arrumou para sair. Iria visitar um asilo para cuidar de alguns idosos que conheceu nas semanas seguintes do seu término. O lugar não ficava tão longe da casa do policial, mas como os horários não batiam eles felizmente não se encontravam.

Estava caminhando calmamente com as mãos no bolso ate ver a figura de Jisoo e Haneul na calçada contrária. Observou atentamente elas duas e então percebeu que a mulher arrastava a criança pelo braço, vendo a garotinha se debater tentando fugir do aperto.

Jisung sequer percebeu quando os pés se moveram na direção delas, atravessando a pista correndo e conseguindo alcançar a mulher que adentrou um beco sujo e pouco movimentado.

— O que está fazendo? — Questionou, puxando o braço de Jisoo com força, vendo ela o olhar surpresa.

— Papai! — Haneul falou chorosa, tentando se livrar da mulher e correr para Jisung.

O Han paralisou ao ouvir a garotinha o chamar assim, tentando se aproximar da pequena Lee que rapidamente foi puxada por Jisoo que o impediu.

— Calada, Haneul! — A mulher falou irritada e a criança a obedeceu, chorando silenciosamente. — Pensei que você havia sumido definitivamente do mapa!

— Quem é expert em fazer isso é você. — Jisung falou enquanto ainda mantinha as mãos no bolso, pressionado um dos botões laterais do celular com números de emergência. Deu dois cliques no botão, ligando para Minho.

Sim, ele havia colocado o número do Lee como um de emergência para o contatar em situações como aquela, mas nunca de fato havia precisado usar. Pelo menos não até aquele momento.

A ligação permitia que o número discado obtivesse a localização, Jisung agora agradecia os céus mentalmente por ter baixado aquele aplicativo. Precisava apenas que Minho o atendesse para que sua localização entrasse no radar do policial.

— Vai procurar sarna para se coçar, Jisung. — A mulher falou. — Nos deixe em paz.

— Solte ela. — Pediu. — Ela esta com medo, não percebe?

— Você não sabe de nada, vai embora enquanto estou te dando a chance. — Jisoo murmurou. — Não quer morrer aqui, certo?

Jisung negou com a cabeça rindo, encarando o rosto da mulher seriamente logo depois. Que porra de brincadeira era aquela? Ela não deveria estar falando sério.

O enfermeiro sequer teve tempo para reagir, sentiu um golpe forte o acertar por trás e tudo que ouviu antes de desmaiar foi o grito abafado de Haneul juntamente a imagem borrada dela se debatendo.

Criminal [MINSUNG]Onde histórias criam vida. Descubra agora