Capítulo 59: Era uma vez

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— Oi, papai. — Haneul correu até o Han e o abraçou ao vê-lo adentrar sua casa.

Semanas haviam passado desde o ocorrido e tudo voltava ao normal aos poucos, Haneul no início continuava um pouco estranha devido ao choque da situação e evitava falar qualquer palavra, mas com muito esforço e paciência da parte dos adultos que a acompanhavam de perto, ela aos poucos voltou ao comportamento normal.

E desde então segue chamando Jisung de "papai". Deu uma leve confusão no começo porque sempre que ela o chamava assim Minho respondia pensando que a garotinha estava falando com ele e ficava enciumado com a proximidade dos outros dois, mas realmente estava feliz com aquela mudança.

Com o depoimento que Jisung precisou dar, Park Jimin foi afastado do cargo e segue foragido. A ex esposa de Minho também está sendo procurada, devido a fuga da mulher tudo pareceu estar calmo.

O departamento não tem recebido mais chamados de ataques ou homicídios, os dois bairros estavam calmos e voltando a serem pacatos como antigamente. E bem, a relação dele e Jisung também estava normal, até se arriscaria em falar que estavam bem mais próximos depois do ocorrido.

— Oi, amor. — Jisung a pegou no colo, caminhando com ela para a cozinha. — Minji, tudo bem?

Apesar da calmaria, ninguém de fato havia descoberto da morte de Changbin. A mulher acreditava que havia sido descartada por ele e que ele havia ido para o Japão, precisou ouviu dos dois filhos um "eu avisei". Agora, estava conhecendo uma nova pessoa.

E por mais que Minho descobriu que o corpo encontrado não era o de Shin Hoseok, não havia falado nada a ninguém. Precisaria de provas e não as tinha, resolveu ignorar o caso já que de certa forma ele havia sido arquivado.

— Tudo. — Ela respondeu. — Já vou indo, preciso encontrar meu amigo.

— Amigo... — Minho murmurou, revirando os olhos. — Vê se pegue pelo menos um coroa, quer levar outro pé na bunda?

Hyunjin que estava no sofá riu, gargalhando ainda mais alto quando a mãe agarrou a orelha do irmão e a puxou com força fazendo o Lee gritar assustado. Felix e Jisung que observavam a situação negaram com a cabeça, suspirando.

— Fiz brownie. — O Lee mais novo comentou quando viu Jisung mexer nas panelas. — Nós já vamos.

— Só por que cheguei? — Jisung questionou em um tom brincalhão, fazendo eles rirem.

— Não é isso, sabe que não podemos perder nosso voo. — Hyunjin quem respondeu, beijando a bochecha do namorado. — Vejo vocês mês que vem.

— Boas férias! — Jisung falou acenando para os dois.

— Aproveitem bem a estadia em Paris. — Minho se despediu com um abraço. — Só não voltem casados.

— Oh droga, esse era meu plano. — Felix falou e riu.

— Vocês vão querer a maldita carona ou não? Estou atrasada! — A mulher os apressou da porta.

— Essa menopausa... — Hyunjin comentou, negando. Os outros riram. — Tchau princesa.

— 'Xau titio! — Haneul o abraçou apertado e o deu um beijinho demorado na bochecha, repetindo o ato com Felix.

E então as visitas foram embora, sobrando apenas Jisung, Haneul e Minho na casa. O Lee se espreguiçou e bocejou, encarando os outros dois.

— Está na hora, né? — Questionou e a garotinha saiu correndo para o quarto gritando um "Eba" animado.

— É a sua vez de ser o ursinho puff. — Jisung avisou, correndo para o quarto da garotinha também.

O Han adentrou rapidamente a barraca improvisada que eles fizeram e deitou ao lado da garotinha, enxergando o Lee aparecer vestido com a fantasia do ursinho puff logo depois enquanto segurava o livro com as mãos.

Antes das coisas se normalizarem, Haneul não conseguia se sentir bem em casa, muito menos dormir sozinha. Adquiriram aquele hábito de contar histórias fantasiados até que a garotinha dormisse e revezavam os dias.

Minho mudou o setor do trabalho então conseguia passar mais tempo em casa com a garotinha que ainda não havia voltado para a creche, e Jisung não fazia mais plantões, cumpria apenas a carga horária e chegava em casa próximo das nove da noite.

— Era uma vez...

*

Era mais uma manhã e como sempre, Minho saía cedo para o trabalho e deixava os outros dois dormindo. O Lee agora trabalhava no setor da verificação de objetos encontrados nas cenas dos crimes. Ele precisava listar tudo e guardar, basicamente era isso. Quando voltava para casa era duas da tarde e então Jisung saía para trabalhar no hospital de sempre.

Tinha tudo para ser apenas mais um dia normal e tranquilo como os outros, mas assim que chegou percebeu que havia uma caixinha de entrega em sua mesa. Olhou ao redor não vendo ninguém, apenas ele e Lucas trabalhavam naquele setor atualmente visto que não precisava de muita demanda.

Com um misto de curiosidade e medo ele se aproximou, vendo que havia seu nome na caixa. Depois de respirar fundo ele moveu as mãos trêmulas, rasgando o lacre do esparadrapo e abrindo a caixa com certo pesar.

Conseguiu ver dentro dela algumas fotografias e papéis que pareciam cartas, revirou a caixa e encontrou um pen drive. Pegou uma das folhas em mãos, percebendo que havia um nome, idade e uma data.

Kim Dahyun, 24 anos, 18 de setembro.

Curioso ele pegou um outro papel, vendo que tinha as mesmas informações, porém com o nome da vítima de um outro caso.

Choi Yeonjun, 26 anos, 29 de agosto.

Minho começou a verificar cada um do papéis, percebendo que havia o nome, idade e a data exata da morte de cada uma das vítimas dos casos que estavam interligados ao de Kang Taehyun e ele estava tentando solucionar antes de finalmente desistir.

Entretanto, havia também outros nomes e datas muito distintas aos casos que ele estava tentando investigar, ele sequer tinha acesso ou sabia quem eram aquelas pessoas. As fotos eram das vítimas, todas tiradas em polaroid.

No fundo da caixa tinha uma mensagem escrita com uma caneta preta. "Assista ao vídeo e você vai saber".  Minho pegou o pen drive completamente aflito, conectando rapidamente ao notebook e vendo uma pasta com diversos vídeos.

Meio relutante ele levou o cursor do mouse até o primeiro vídeo, vendo quatro garotos com fardamento do colegial na margem de um rio. Assistiu sem entender ou sequer conseguir ver direito quem eram, a imagem estava mal gravada. Acabou se assustando ao ver que um dos garotos foi empurrado pelo amigo para dentro do rio, vendo um crocodilo o morder e levar para debaixo da água na mesma hora.

A cena se repetiu com os outros dois garotos, eles também foram empurrados e mortos pelos animais famintos, enquanto o colega que os empurrou parecia rir. Minho sentiu sua mente fazer "click" tão rápido como se uma chave imaginária virasse em sua cabeça, prendendo o ar inconscientemente.

Não podia ser verdade.

——

Olá! Passando para avisar que este é o penúltimo capítulo de Criminal :(

Não irei prometer, mas talvez irei fazer um capítulo bônus caso eu ache que alguma informação dos casos tenha ficado vago, se não houver necessidade esse capítulo não vai existir. Irei ver essa questão quando for revisar o último capítulo. Xoxoxo.

Criminal [MINSUNG]Onde histórias criam vida. Descubra agora