Capítulo 37: Pressentimento Ruim

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O resto da semana passou voando. Era sexta feira e desde a madrugada desastrosa onde Dahyun apareceu de repente na casa do Lee, ocasionando no mal entendido dele com Jisung, ele não havia mais falado com o enfermeiro. A última vez que havia o visto e trocado rápidas palavras foi aquele dia no hospital, na terça.

Jisung ignorava qualquer tipo de contato que o Lee tentava ter com ele, ignorando ligações e mensagens. Minho até chegou a ir na casa do Han na tentativa de conversar, ele o atendeu e disse que precisava de um tempo sozinho e desde então continuava "sumido".

Durante todos esses dias que o Han evitava contato, Minho se sentiu um miserável. O Lee se arrependia das palavras escolhidas e da atitude infantil que teve, sentia falta de ouvir a voz de Jisung ou até mesmo de receber algum emoji do enfermeiro no privado de seu chat.

Ele estava com saudades de Jisung.

Não agiu dessa maneira porque quis, estava apenas inseguro consigo mesmo, com receio da reação que seus conhecidos teriam com a notícia. Durante toda a sua vida ele gostou e se relacionou apenas com mulheres, nunca imaginou que um dia se interessaria por um homem e por esse motivo sentia medo em assumir abertamente um namoro com um cara. Entretanto, se soubesse que Jisung se chatearia tanto com a situação, teria feito tudo diferente.

— Você não vai falar? — Hyunjin questionou, deitado no sofá do Lee enquanto mexia no próprio celular. — Deixei de ir trabalhar para ficar com você e ouvir o que você queria me falar, quero te ajudar como você sempre me ajudou, mas você precisa confiar em mim e dizer o que te incomoda.

— Bom... Eu 'tô juntando forças 'pra ouvir seus xingamentos, na verdade. — Minho riu sem graça. — Fiz merda.

O Lee admitiu e automaticamente o irmão o olhou, largando o celular e se sentando no sofá meio alarmado.

— O que você fez?

— Sabe o Jisung...? — Minho começou incerto, percebendo que o irmão prestava atenção em si e estava completamente focado no que ele falava.

— Sim, sei.

— Eu comecei a sair com ele, sabe? No começo foi porque eu queria algumas informações e provas para saber se ele tinha algum envolvimento na morte do ex companheiro ou não, mas depois era porque eu gostava da companhia dele... — Minho falou baixo, desviando o olhar envergonhado já que estava confessando seus sentimentos para o irmão. — Ele é bem direto e um dia me disse que estava saindo comigo porque tinha interesse em mim, acabei falando que o interesse era mútuo e então começamos a sair mais.

— Hm... Prossiga.

— Ele gosta de Haneul e ela gosta dele, isso me cativou ainda mais e eu passei a gostar ainda mais dele e me interessar conforme passava mais tempo com ele e o conhecia. — Minho revelou, coçando a garganta. — A gente começou a se relacionar né, meio que namorar...

— Uau. — Hyunjin comentou, sorrindo. — Isso é bom!

— Sim, mas eu estraguei tudo. — Minho falou eufórico jogando o corpo para trás e se recostando na poltrona que estava sentado. — Ele veio dormir aqui no início da semana, mas Dahyun apareceu de madrugada do nada meio bêbada e falando algumas merdas. E foi aí que cometi meu erro.

— Você beijou ela?!

— O que? Claro que não! — Minho se defendeu e fez careta. — Mas eu acabei falando que ele era meu amigo, por medo de assumir a ela que estava namorando com ele e o rumor se espalhar entre meus conhecidos. E bem, foi na frente dele.

— Caralho! Você é burro seu filho da puta?! — Hyunjin começou, levantando e começando a andar pela sala com as mãos na cabeça. — Desculpa mãe! Meu deus isso não foi uma merda, foi uma catástrofe!

— Agora ele não quer falar comigo e não quer me ver, não sei o que fazer. — O Lee choramingou.

— E com razão né porra. — Hyunjin falou. — Se eu fosse ele fodia a sua vida, ele foi maduro demais.

— Existe pessoas maduras, Hyunjin. Você é o único que não é. — Minho retrucou, bufando.

— Nem você né. Você agiu pior que um adolescente. — Hyunjin jogou na cara do irmão, cruzando os braços. — Mas eu consigo entender. É algo novo para você e você ainda está se descobrindo, esse lance de se assumir em uma relação homoafetiva é realmente complicado e bem delicado.

— O que você acha que eu devo fazer? — Minho perguntou. — Eu estou desesperado, tanto que 'tô pedindo conselho a você.

— Hahaha. Nossa como você é engraçado. — Hyunjin falou, rindo falsamente. — Bom, é bem improvável que Jisung perdoe essa merda que você fez, mas você pode tentar falar com ele.

— E você acha que não já tentei? Eu já tentei várias coisas, não é atoa que vim te pedir conselho como última opção!

— Me deixe terminar de falar, caralho. — Hyunjin reclamou, irritado. — Você pode fazer uma surpresa 'pra ele. Tipo, preparar um jantar ou alguma coisa que os dê privacidade, mostrando a ele que você quer se desculpar e está muito arrependido.

— Eu já pensei nisso, mas como vou conseguir preparar um jantar 'pra conversar com ele sendo que ele não quer falar comigo? — Minho questionou.

— Ora faça a moda antiga. Mande cartas. — Hyunjin deu de ombros. — Só não desista, caso você realmente goste dele e esteja disposto a reconquistar o que vocês estavam tendo.

Minho analisou a situação e concordou em silêncio, ficando pensativo pelos minutos decorrentes. Hyunjin novamente se deitou, voltando a focar sua atenção no joguinho do celular.

O policial se levantou e caminhou na direção do quarto, disposto a começar a escrever a cartinha que iria enviar para Jisung. Ficou trancado no cômodo enquanto escrevia, terminando alguns minutos depois e selando a carta.

Seu celular tocou e ele largou o envelope selado para o atender, ouvindo a voz grave de Felix soar pela linha.

"Minho, preciso que venha até o necrotério."

— Aconteceu alguma coisa? — Minho questionou confuso, ouvindo um suspiro cansado soar.

"Você vai ver quando chegar aqui. Não demore, por favor. Até "

E com isso Felix desligou, deixando um Minho completamente confuso e alarmado com a ligação. Automaticamente o Lee teve um pressentimento ruim, mas tentou o ignorar enquanto pegava a carta e suas chaves.

Criminal [MINSUNG]Onde histórias criam vida. Descubra agora