O Im adentrou o escritório organizado com certa pressa, encarando os outros dois rapazes que estavam sentados no sofá de couro do cômodo. Changbin estava mexendo no celular de forma distraída, enquanto Jooheon arrumava as duas fileiras de cocaína na mesa de centro.
— Desculpe o atraso. — Pediu educadamente, dando a volta na mesa e sentando em sua cadeira. — E então?
— Tudo feito. — Jooheon resmungou, rindo. — Os três da lista já foram, o plano da bomba foi sensacional.
— Claro que sim, eu quem dei a ideia. — Changbin falou convencido.
— E quanto a gangue rival? Vocês tem novas informações? — Changkyun perguntou apoiando o rosto na mão. — Faz muito tempo que estão quietos.
— O Jungkook disse que eles parecem estar fazendo algo, mas ele ainda não conseguiu descobrir o quê. — Changbin tornou a falar. — Aparentemente é algo grande.
— Grande em um nível que vai atingir nosso território? — O Im questionou. — Não estamos em um bom momento para retaliar, perdemos muitas pessoas.
— Perdemos todas essas pessoas porque você mandou mata-los. — Jooheon falou rindo e logo em seguida cheirou uma das carreiras que preparou. — Ahh! — Suspendeu a cabeça e então suspirou, encarando o Im logo depois. — Se você resolvesse a situação de outra maneira sem precisar matar os cabeças caras da nossa gangue, conseguiríamos retaliar.
— Você sabe que eu não me envolvo na retaliação de vocês. — O Im resmungou. — Yeonjun foi apenas uma vítima do acaso, Beomgyu também.
— Beomgyu também? — Changbin riu. — Você matou ele porque ele foi obrigado a dar fim no irmão mais novo, você sabia que uma hora ou outra ele tentaria matar você.
— Nah. Vítimas do acaso. — O Im concluiu. — Mas não é isso que me importa, tente descobrir o que os venom estão tramando e fiquem de olho nos policiais. — Ele falou calmo. — Beomgyu entregou o último aviso, eles devem parar.
— E se não parar? — Jooheon falou levemente eufórico, já estava sentindo a droga fazer efeito.
— A gente mata todos eles. — O Im falou sorrindo minimamente.
*
Depois de vagar sem saber exatamente para onde ir, Minho se viu novamente na frente da casa de Jisung. O Lee suspirou e tocou a campainha com certo remorso, mas ninguém o atendeu.
O Lee tocou uma última vez, aguardando mais alguns minutos e ao se dar conta de que não seria atendido desistiu. Estava se afastando da fachada da casa quando a porta se abriu, revelando um Jisung com o rosto amassado e cabelos bagunçados.
Os olhos pequenos do Han quase saltaram para fora ao ver as roupas e o rosto de Minho sujo de sangue, tocando apressado na bochecha de Lee enquanto procurava qualquer tipo de machucado.
— Não estou machucado... — Minho resmungou. — Desculpa parar aqui assim.
— Ultimamente você tem me pedido desculpa por muitas coisas. — Jisung resmungou. — Vem cá.
Jisung puxou o policial para dentro de casa, trancando a porta e encarando o mais velho. O Han o puxou até o banheiro, pegou uma toalha molhada e limpou com cuidado o rosto do Lee.
— Eu não sei mais o que fazer. — Minho resmungou. — Jisung, eu queria muito conseguir ser melhor e solucionar todos esses casos, acabar com essa matança. — O Lee desabafou. — Conseguir prender as pessoas que estão por trás de todas essas mortes. Prender quem matou o Yeonjun. — O policial resmungou o último nome, olhando o outro que estava com uma expressão triste. — Eu só não consigo.
— Hyung, você tem feito o seu melhor. — Jisung falou calmo, receoso em usar as palavras erradas. — Não se cobre tanto. A culpa de nenhuma dessas mortes é sua e sim do cretino que está fazendo isso.
Minho se manteve em silêncio e cabisbaixo, encarando os pés descalços do mais novo. Jisung suspirou e então puxou o outro para um abraço apertado, esfregando levemente a mão nas costas largas do policial na tentativa de o consolar.
O mais velho tocou o braço do enfermeiro e o olhou tristemente, voltando a ser abraçado pelo Han.
— Tome banho para se limpar e depois me encontre na cozinha, tudo bem? — Jisung falou calmo. — Vou fazer algo 'pra você comer.
— Me desculpa por aquele dia... — Minho resmungou. — Eu não queria ferrar com tudo, quero concertar as coisas. Eu...
— Hyung. — Jisung o interrompeu. — Tome um banho, depois conversamos.
Minho concordou vagarosamente, ficando sozinho segundos depois quando Jisung saiu do banheiro para deixá-lo a vontade. O Lee encarou sua imagem no espelho e então tirou suas roupas com cuidado, dobrando e entrando debaixo do chuveiro.
Ficou parado sentindo a água gelada escorrer por seu corpo e lavar toda a sujeira de sua pele, conseguiu ver o chão sujo de sangue e então espalmou com uma das mãos o azulejo da parede, permitindo-se chorar.
Tudo estava o abalando há muito tempo, porém ele apenas guardava e ignorava esse sentimento incômodo de incompetência e medo que sentia. Não conseguia mais se ver como um bom detetive, não conseguia mais entender as coisas que vinham acontecendo nesses últimos meses. Durante todo esses tempo estava se sentindo despedaçado.
Chorou debaixo do chuveiro baixinho, permitindo-se desabar sozinho. Ele estava se sentindo destruído.
Depois de longos minutos dentro do banheiro tomando banho e recuperando sua dignidade, desligou o registro e então saiu do cômodo com uma toalha enrolado na cintura e os cabelos molhado. Encontrou Jisung na cozinha de costas para si.
— Terminei... — Resmungou.
— Separei uma muda de roupa pra você. — Jisung falou o olhando por cima dos ombros. — Está no quarto.
Minho concordou e foi até o quarto do Han, adentrando o cômodo parcialmente escuro e olhando ao redor. Se aproximou da cama de casal e então pegou as roupas separadas as vestindo com certa lentidão.
Quando terminou de se vestir suspirou, saindo do quarto do Han e indo de encontro a ele novamente na cozinha. Arrastou uma cadeira e se sentou, observando atentamente cada movimento que Jisung fazia.
— Não é como se fosse um jantar romântico, mas você precisa comer algo. — Jisung resmungou e então serviu o Lee, sentando na cadeira da frente e o observando em silêncio.
— Eu ainda vou fazer um jantar romântico pra você. — Minho murmurou. — Obrigado.
Jisung ponderou um sorriso cansado e então apoiou o cotovelo na mesa e a cabeça na palma de sua mão, observando o mais velho comer.
— Você também parece cansado. — Minho comentou distraído. — Não deveria trabalhar tanto também.
— É... — Jisung riu. — Eu fiz três plantões seguidos essa semana, estou exausto.
— Por quê?
— Um dos médicos faltou e alguns enfermeiros precisaram o cobrir devido a demanda, acabei sendo escalado também. — Jisung explicou. — Por sinal, seu amigo recebeu alta.
— Qual dos dois?
— Choi Soobin.
— Já era tempo. — Minho comentou e o Han riu. — Jisung me desculpa por aquele dia, gostaria de conversar com você sobre isso.
— Sim, também quero conversar com você sobre aquele dia. — O Han suspirou, desviando o olhar por breves segundos e voltando a encarar o Lee. — Eu quero ouvir você, hyung.
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Criminal [MINSUNG]
FanficLee Minho é um excelente policial e estava investigando o caso de Kang Taehyun, um jovem com um passado duvidoso e ações inclementes que morreu de maneira misteriosa. Durante sua investigação Minho conhece o ex companheiro de Kang, Han Jisung. Um r...