Capítulo 38: Choi Beomgyu

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Capítulo +16, pode contar informação/cena sensível para determinado público


Não demorou mais de trinta minutos para o Lee cruzar a cidade e chegar ao necrotério, encontrando Seungmin que estava sentado do lado de fora da sala em uma cadeira com os olhos fechados e a cabeça recostada na parede. O Kim notou a presença alheia, abrindo os olhos e o encarando por alguns segundos. 

— Oi, doce. — Tentou sorrir, mas estava cansado demais para aquilo. — O que veio fazer aqui?

— Felix me ligou e pediu para eu vim com urgência. — Respondeu, confuso. — Aconteceu alguma coisa?

— Hm. Imagino que seja relacionado aos dois cadáveres que foram encontrados hoje cedo.

— Dois?! — Minho falou alto, surpreso. — Duplo homicídio, Seungmin? 

— Dupla execução, eu diria. — O Kim resmungou. — Entre, Felix vai te explicar melhor. Estou em meu horário de descanso. 

Minho concordou e ia entrar, mas o Kim o parou e pegou em um armário os equipamentos necessários para só então liberar de fato a entrada do Lee dentro da sala. O policial olhou em volta, arrepiando-se com o frio do cômodo grande e fazendo uma careta ao ver todos os instrumentos que eles utilizavam ali. Conseguiu ver as duas mesas de necropsia com os cadáveres cobertos em cima.

O Lee mais novo logo apareceu com as luvas sujas de sangue e uma expressão cansada devido aos olhos caídos por trás dos óculos de proteção. Felix rapidamente chamou o policial, indicando a ele as duas pranchetas que tinha algumas informações dos dois corpos. 

— Não se assuste. — Pediu tentando soar calmo, mas aquilo desesperou ainda mais o Lee junto a sensação estranha que estava apertando seu peito desde que Felix ligou para si.

Minho passou rapidamente os olhos nos papéis impressos, ficando boquiaberto com os nomes escritos na folha. Felix conseguiu ver a dúvida no olhar do mais velho, retirando os panos que cobriam os dois corpos e vendo o Lee recuar alguns passos com os olhos arregalados. O corpo de Hueningkai estava tão branco quanto a neve com uma abertura torácica e seus órgãos visíveis.  

— Ele... — Minho engoliu em seco. — Ele foi encontrado assim?

— Não. Eu quem fiz a incisão para ver se os projetis tinha atingido algum órgão, ele foi baleado. — Felix explicou, apontando para uma orla na cabeça do Kamal. — Vinte tiros a queima roupa.

O Lee então desviou o olhar para o cadáver da mulher, percebendo que todos os seus membros estavam costurados. Aparentemente alguém a esquartejou e então a costurou novamente, juntando seus membros, menos a cabeça. Minho estava assustado, nunca imaginou que iria encontrar Dahyun em uma sala de necrotério daquela maneira. 

— Além de esquartejada os olhos dela foram retirados e a boca costurada como no caso de Kang Taehyun. — Felix comentou, mostrando a cabeça decapitada e vendo a careta do Lee mais velho. — Dedos intactos. Pés mutilados. E a coxa... — Felix suspirou, puxando com certa força a perna esquerda do cadáver devido a rigidez cadavérica. — Tem um dado ''desenhado''.

Minho se aproximou para ver melhor a marca, conseguindo perceber que aquele dado havia feito através de cortes profundos na pele de Dahyun. O Lee estava pasmo em como tudo aquilo aconteceu debaixo do seu nariz. Bastou ele abaixar um pouco a guarda para se deparar naquela situação, provável que Namjoon quem recebeu a noticia primeiro, mas devido a sua cabeça dura em querer deixa-lo de fora não o avisou.

— Isso foi hoje? — Minho questionou. — Os corpos estavam juntos? Digo, no mesmo lugar?

— Nessa madrugada. — Felix respondeu. — Sim. Estavam naquele mesmo galpão que o corpo de Choi Yeonjun foi encontrado na frente, estavam lá dentro. 

— Desgraçados...

— E Minho. — O Lee suspirou, retirando as luvas. — Um rapaz foi preso na cena do crime.

*

Depois daquela descoberta caótica, o policial se despediu rapidamente do cunhado e foi o mais rápido que conseguiu para o departamento. Minha estava com um misto de sensações aquele momento.

Ao chegar no departamento procurou pelo policial Kim ao redor, mas não o encontrou. Se aproximou então da mesa de Jimin, vendo-o parar de digitar algo para olha-lo.

— Onde Namjoon está? — Perguntou eufórico e o Park o encarou confuso.

— Ele está interrogando o suspeito na sala três. — Jimin respondeu. — Minho você está bem?

— Estou. Obrigado.

E com isso o Lee saiu correndo em direção a sala, adentrando ela e vendo pelo vidro a imagem de Namjoon e Beomgyu. Minho ficou estático ao ver o rapaz ali, fechando os punhos e os apertando.

Sem pedir autorização o Lee se aproximou da porta, ouvindo Christopher o chamar na tentativa de impedi-lo, mas ele o ignorou. Também tinha o direito de fazer perguntas. Quando os olhos de Namjoon se focaram na imagem de Minho ele suspirou cansado.

— O que ele disse? — Minho perguntou diretamente a Namjoon.

— Nada.

— Beomgyu, você matou seu irmão e Kim Dahyun? — O Lee perguntou encarando o rapaz.

— Isso não é óbvio? — Beomgyu respondeu, suspirando. — Pensei que policiais fossem mais espertos.

— Por que você os matou? — Namjoon perguntou, o rapaz apenas o olhou e o ignorou.

— Ele te fez uma pergunta, Beomgyu. — Minho se intrometeu. — Por que você os matou?

— Kim Dahyun era uma vadia que sabia apenas se drogar e ficar falando aos canas o que não deveria. — Beomgyu começou, rindo. — Vocês acham mesmo que a gente não iria descobrir que ela contou sobre o depósito? Informante de polícia morre cedo.

— Mataram ela por causa disso? — Namjoon perguntou em um cochicho, pensativo. Absolutamente ninguém além dele e Minho sabiam do interrogatório, tinha outra pessoa além deles dois na sala? Ele não conseguia lembrar.

— E quanto a seu irmão? — Minho questionou.

— Ele teve que pagar por um erro grave que cometeu... — Beomgyu falou, menos sorridente. — A morte dele foi apenas mais um aviso de que é melhor vocês pararem com essa investigação maldita.

— Por quê? — Namjoon questionou irritado. — Esses joguinhos psicóticos com a vida das pessoas! Se a gente parar isso nunca vai acabar!

Beomgyu riu forçado, se remexendo na cadeira que estava sentado. O rapaz puxou o bloco de notas do Lee e escreveu algo rapidamente, jogando para o policial novamente.

— "A gente sabe em qual hospital seu marido está, Namjoon." — O rapaz falou encarando o Kim. — Dessa vez não vai ser uma ameaça com torturas, se vocês não pararem, ele morre.

— Seu filho da-

Namjoon estava o xingando irritado, quando se calou e recuou ao ouvir o barulho da explosão e o corpo de Beomgyu cair no chão da sala. O Kim encarou Minho boquiaberto, assustado com a morte repentina do garoto juntamente a quantidade de sangue que sujou o corpo dos dois e o cômodo.

Minho estava sem reação alguma, encarando o corpo morto de Beomgyu. Mais uma jogada, outra fase anunciada. Mais uma derrota.

O Lee encarou o bloco de notas sujo com respingos de sangue. Guardou com cuidado para não sujar ainda mais as folhas, saindo da sala logo em seguida. Christopher estava desesperado do lado de fora com o celular na orelha enquanto parecia falar com Felix.

O Boss usava as pessoas como peças do seu jogo, sem remorso algum. Minho iria fazer pagá-lo.

——

Tiro a queima roupa é o tiro efetuado a curta distância da vítima. 

Os canas é uma gíria para se referir aos policiais.

Esquartejamento: A laceração (corte/separação) dos membros superiores e inferiores, divididos em quatro partes.

Decapitação/Degola: É a remoção da cabeça de uma ser vivo do seu corpo.

Criminal [MINSUNG]Onde histórias criam vida. Descubra agora