Depois de um tempo Hyunjin finalmente terminou de cortar o cabelo do irmão, assobiando orgulhoso do resultado.
Minho encarou o próprio reflexo e então sorriu minimamente, agradecendo ao outro pelo seu novo corte. Era um corte curto e moderno, Hyunjin deixou apenas a franja do Lee um pouco grande, mas nada que o incomodasse.
Os dois então foram de encontro aos outros, sua mãe estava distraída usando o celular ocupando um dos assentos da mesa da cozinha e sequer notou a presença deles. Minho e Hyunjin se entreolharam e então foram a procura da garotinha.
Minho foi o primeiro a entrar no quarto da filha, vendo Jisung sentado no tapete rosa enquanto a garotinha estava em pé mexendo em seu cabelo tentando prender os fios castanhos com uma presilha. Os dois rapidamente notaram a presença dos outros e os olharam.
Jisung entreabriu levemente os lábios surpreso com a mudança de visual do Lee, enquanto Haneul soltou um gritinho alegre.
— Papa! Cortou. — A garotinha falou se referindo ao cabelo do Lee. — Ficou 'bunito.
— O papa ficou bonito com o novo corte? — Minho perguntou rindo, dando ênfase na palavra "bonito" que a garotinha pronunciou errado.
— Tio Jinnie faz milagres, princesa. — Hyunjin falou ao se intrometer, rindo.
Haneul riu e voltou sua atenção para o cabelo sedoso de Jisung, conversando embolado com ele.
— O que estão fazendo? — Minho perguntou, sentando na frente de Jisung.
— Tio Ji, cortar o 'babelo igual o Papa. — Ela respondeu enquanto corria pelo quarto em busca de mais presilhas.
— Haneul é a dona de um salão muito famoso e eu sou cliente dela, resolvi mudar meu visual também. — Jisung falou rindo, vendo Minho sorrir para si.
— Ah que fofo. — Hyunjin comentou. — Hannie quase nunca tem alguém para brincar, você faz bem a ela, Jisung.
— Ela também faz bem a mim. — O Han respondeu com um sorriso fechado, aparentemente envergonhado.
— Hannie gosta do tio Ji. — A garotinha voltou a falar. — Muitão.
— Muitão como, princesa? — Hyunjin a perguntou achando graça da situação.
— Assim. — Ela se afastou de Jisung e se abaixou, tocando no chão com as pontas dos dedos da pequena mão e logo depois suspendendo o corpo para ficar em pé enquanto abria os braços o máximo que conseguia.
— Uau, tudo isso? Assim eu fico com ciúmes. — Hyunjin resmungou fingindo estar emburrado, vendo a garotinha correr até si e o abraçar.
— Não fica 'titi, titio.
Minho riu enquanto encarava a garota com um olhar de pai coruja bobão, Jisung também sorriu com a cena. Haneul era uma graça.
— Eu preciso ir. — Jisung cochichou diretamente para o Lee. — Preciso passar no hospital, talvez eu consiga tirar o gesso hoje dependendo dos resultados do Raio-X.
O acastanhado suspendeu levemente o braço engessado o mostrando ao outro e só então Minho notou os rabiscos coloridos.
— Algum unicórnio vomitou nesse gesso? — O Lee brincou, rindo.
— Uma artista incrível mora com você. — Jisung respondeu, gargalhando fracamente.
— Tudo bem, vou te levar em casa. — Minho falou se levantando, ajudando o outro a fazer o mesmo. — A gente precisa conversar... — Cochichou.
Jisung o olhou concordando, retirou as presilhas da garotinha devolvendo tudo a ela e se despedindo com um abraço alegando que quando pudesse iria ir brincar com ela novamente. Haneul não queria que o Han fosse embora, ela começou a chorar pedindo que ele ficasse mais um pouco, mas infelizmente ele não podia.
Hyunjin se despediu do Han, alegando que havia sido muito bom ter conhecido ele. O rapaz havia dado ênfase no "muito" e sua voz estava carregada de insinuações. Minho revirou os olhos.
O Lee então saiu de casa depois de pegar suas coisas, sendo seguido em silêncio por Jisung ate o carro estacionado. Depois de entrarem no veículo, Minho finalmente deu partida.
— Sobre o que quer conversar? — Jisung perguntou desviando o olhar do rosto do Lee, movendo a mão levemente inquieto. — Olha Minho se foi pelo abraço ontem a noite, se eu te chateei com isso-
— O que? Não. Eu gostei... — Minho resmungou. — Bom... Eu tenho uma notícia ruim para te dar.
O Lee voltou a ficar em silêncio pensando em como poderia dizer aquilo a Jisung, sabia que o rapaz que havia sido morto ontem de alguma maneira foi alguém importante na vida do Han.
Como o trânsito estava livre e de fato os bairros eram bem próximos, não demorou para que Minho estacionasse seu carro na frente da casa de Jisung. O Lee então tirou o cinto e se virou para o outro que o olhava meio perdido.
— Jisung... Eu não vou enrolar pra dizer isso. — O Lee falou. — Ontem eu recebi uma ligação sobre um novo crime, por isso tive que sair daquele jeito. — Minho começou a falar, tocando receoso a mão de Jisung com as pontas dos dedos. O Han abaixou o olhar encarando as mãos próximas. — Foi um assassinato brutal e a vítima Choi Yeonjun. Meus pêsames.
Rapidamente o Han suspendeu o olhar pra o rosto do policial, seus olhos estavam arregalados em espanto com a notícia. Jisung sentiu um leve aperto em sua mão.
— Você... — Riu fraco. — Minho, se isso for uma brincadeira não tem graça.
— Infelizmente não é.
Jisung moveu o corpo inquieto, virando o rosto para a janela do carro enquanto fechava a mão com força. Seu olhar estava confuso, Minho conseguiu perceber que a notícia abalou o outro.
O Lee destravou o cinto de Jisung e então o puxou para um abraço, apertando levemente o corpo do rapaz contra o seu enquanto afagava as costas do Han em um carinho reconfortante.
— Eu acho que os dois assassinatos estão interligados. — Minho comentou baixinho. — Confia em mim, vou prender a pessoa que fez isso.
— Eu confio em você. — Jisung murmurou, apertando levemente a camisa do Lee.
Minho sorriu com o que ouviu, afastando levemente seus corpos e encarando o Han.
Jisung também o encarou, desviando o olhar ao se sentir envergonhado com a proximidade de seus rostos.— Obrigado por me dizer que é um sentimento mútuo. — Falou. — Eu fiquei feliz...
— Você merece ser feliz, Jisung. O peso da dúvida não é bom para ninguém. — Minho sorriu pequeno. — Já que confiamos um no outro, vamos fazer uma promessa?
— Sim. Qual?
— Sinceridade. Seremos sinceros e falaremos tudo o que estamos sentindo e pensando. — Minho falava enquanto segurava os dedos do Han, dedilhando a palma da mão do acastanhado. — Sem mentiras ou joguinhos.
— Está se referindo aos casos e o meu depoimento? — Jisung perguntou confuso, mas concordou com o Lee.
— Ahn, não. — Minho resmungou. — Estou me referindo ao nosso relacionamento.
— Temos um relacionamento?
— Bom... — O Lee suspirou. — V-Você disse que estava interessado, e bem... Eu tenho interesse em te conhecer melhor e talvez tentar. Eu gosto da sua companhia, Haneul também.
Jisung sorriu minimamente, concordando com a cabeça enquanto encarava o Lee.
— Eu também gosto de vocês. — O Han admitiu baixinho. — Temos uma promessa então? — Jisung perguntou erguendo o dedo mindinho na direção do Lee.
Minho riu e então entrelaçou seu dedo mindinho ao do Han, selando a promessa deles com um "beijinho" dos dedões. Os dois se encararam sorrindo sem graça e logo Jisung se despediu do policial, envergonhado demais para lhe dar um beijo na bochecha ou algo do tipo.
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Criminal [MINSUNG]
FanfictionLee Minho é um excelente policial e estava investigando o caso de Kang Taehyun, um jovem com um passado duvidoso e ações inclementes que morreu de maneira misteriosa. Durante sua investigação Minho conhece o ex companheiro de Kang, Han Jisung. Um r...