Criminal [MINSUNG]

Capítulo 47: Chef Haneul

Alguns dias havia passado, Jisung sequer sabia o que era dormir em seu quarto desde então. Estava praticamente morando com o Lee e a garotinha depois do sábado onde passearam.

Ia do trabalho para a casa do namorado, vice e verso. E Minho ainda havia colocado na cabeça que o buscaria todos os dias no hospital quando seu turno acabasse. O Lee também estava trabalhando, investigando a retaliação que teve no bairro vizinho tentando entender o motivo.

Desde o dia dessa invasão ocasionada pela gangue o departamento tem recebido inúmeros chamados a respeito de delitos cometidos no lugar. Minho estava tentando saber se a gangue tinha algum tipo de ligação com Kang Taehyun ou não, talvez poderia ocasionar em pistas novas.

Naquela tarde específica eles estavam em casa, estava chovendo bastante nos últimos dias. Jisung havia feito um plantão noturno madrugada passada e graças a isso ganhou um dia de folga para descansar, Haneul não teve creche devido o temporal e Minho estava de férias — Segundo ordens de Namjoon que ainda permaneciam intactas.

O Lee estava deitado no sofá da sala assistindo de maneira desinteressada a um jogo de futebol, sentindo o calor do cachorrinho que estava deitado em sua barriga enquanto dormia. Enquanto isso, a dupla dinâmica dos Hannie's aprontavam na cozinha.

Jisung não tinha lá os melhores dotes culinários, mal sabia fazer o básico e Minho quem sempre cozinhava para eles, mas aquele dia resolveu tentar fazer um bolo de chocolate e Haneul o ofereceu ajuda, obviamente ele não dispensou.

— Aqui tá dizendo para bater os ovos. — Jisung comentou enquanto lia, vendo a garotinha correr até a geladeira e insinuar pegar a placa de ovos. — Apenas três, Hannie.

A pequena ajudante pegou os ovos com cuidado, fechando a porta da geladeira com o pé. Haneul novamente foi até a bancada onde Jisung estava, subindo na cadeira para ficar na altura ideal do balcão.

Jisung colocou a vasilha que mexeria os ovos na bancada, voltando a ler a receita completamente concentrado.

— Tem que quebrar? — Ela perguntou balançando um dos ovos com a mão pequena.

Jisung concordou com a cabeça de maneira distraída, se assustando ao ouvir a garotinha bater com força o ovo contra o balcão e a casca quebrar, sujando a mármore. Haneul fez careta devido o cheio forte e a sujeira, ouvindo o mais velho rir de si.

— Não é assim que faz. Veja só. — Jisung pegou outro ovo e a encarou, percebendo que ela prestava atenção, dando leves batidinhas na borda da vasilha de vidro fazendo o ovo rachar, logo depois o abriu com cuidado despejando logo depois no recipiente. — Viu como é? Tem que dar batidinhas.

— Batidinhas... — A garota resmungou mordendo levemente a língua, repetindo o que Jisung havia a ensinado com total concentração. — Consegui!

— Muito bem! — Jisung elogiou. — Vou terminar de preparar o bolo, enquanto isso você prepara as formas.

— O que faço, titio?

— Você vai pegar essa espátula e espalhar a manteiga por toda a forma assim. — Mostrou para ela. — E depois vai pegar um pouco da farinha de trigo assim. — Pegou a farinha e com calma e leveza espalhou dentro do recipiente. — E colocar na forma.

Haneul concordou com a cabeça e então Jisung se afastou, batendo os ovos por alguns minutos para que o bolo não ficasse com mal cheiro, logo depois foi terminar de preparar e fazer a massa.

Enquanto isso a garotinha tentava repetir o que o Han ensinou, fazendo certo a princípio, mas jogando mais farinha de trigo do que deveria. Haneul acabou utilizando metade do pacote nas duas formas, espalhando com os dedinhos.

Seu nariz coçou, provavelmente devido a leve "poeira" que subiu quando ela jogou a farinha na forma, fazendo-a espirrar e ter seu rosto juntamente a sua blusa rosa toda suja de farinha.

— Titio... — Choramingou.

Jisung se virou para olhar o que havia acontecido, começando a rir da garotinha que segurava o choro. O Han se desculpou por estar rindo, mas não conseguia parar. Ela estava parecendo um fantasma.

O Lee percebeu as gargalhadas exageradas e como bem conhecia aqueles dois resolveu ir ver o que estava acontecendo, recuando alguns passos enquanto levava a mão ao peito ao ver o estado da filha. Minho acabou rindo também.

Haneul acabou chorando por causa das risadas dos mais velhos, sentindo o pai a pegar no colo enquanto tentava acalma-la, sem conseguir parar de rir.

— Meu deus... Vamos tomar um banho, chef Haneul. — Minho falou entre risos.

— Agora você se sujou de farinha também. — Jisung comentou ao se recuperar da crise de riso, dando leves tapinhas no peitoral do namorado na tentativa de limpar a blusa preta que ele usava.

— E você também. — Minho falou ao sujar o dedo de propósito com a farinha e passar na testa do mais novo. — Vou dar banho nela.

— Certo, irei terminar isso aqui e limpar a bagunça.

Minho concordou e beijou a bochecha do Han, saindo da cozinha enquanto carregava a filha para o banheiro. O enfermeiro terminou de fazer o bolo, enformando e logo depois levando as duas formas ao forno.

Havia terminado de colocar o bolo para assar quando ouviu a campainha soar, arrastando os pés até a porta e a abrindo devagar, ficando envergonhado ao ver a mulher de meia idade o olhar de cima a baixo como se o julgasse.

A mulher adentrou a casa sem sequer pedir, observando rapidamente o cômodo silencioso percebendo que apenas ela e o Han estavam ali.

— Você ainda está aqui... — A mãe do Lee resmungou, desgostosa.

— É. Estou.

— Esqueceu o caminho da própria casa, querido? — Ela perguntou, rindo falsamente para si e jogando o cabelo liso para trás. —Você está distraindo demais o meu filho e minha neta, e não é de forma boa.

— Você não acha que se intromete muito na vida dos seus filhos? Eles são adultos. — Jisung falou com o tom de voz estável, encarando o rosto da mulher que rapidamente mudou para uma expressão irritada. — Além de que a senhora sequer me conhece e já está me julgando mal.

— Eu não preciso te conhecer bem para saber que você não presta. — Ela retrucou.

— Ah? E quem presta? A Jisoo que abandonou Minho e a própria filha recém nascida?! — Jisung questionou. — Ou uma lunática obsessiva que vivia correndo atrás dele e só parou por que morreu? Que Deus a tenha.

A mulher ficou calada o observando, suspirando pesadamente logo depois.

— O que estou querendo dizer Sra. Lee é que temos a oportunidade de nos conhecermos melhor, basta a senhora querer tentar. — O Han falou calmo. — Eu quero conhecê-la e quero que você me conheça também.

— Lee Minji.

— O que? — Jisung questionou confuso.

— Meu nome é Lee Minji, Jisung. — Ela resmungou, vendo-o concordar e sorrir minimamente.