Procurando Problemas?

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Carla. Carla. O que você está querendo para a sua vida?.

Essa madrugada foi péssima, para variar eu não consegui dormir, tentei de todas as formas me satisfazer sozinha mas nada resolvia. Hugo estava na minha cabeça. Ainda sentia as mãos dele no meu corpo, ainda sentia o membro dele roçando em mim e isso era torturante. Ter ele próximo embaixo do meu teto e não poder fazer nada, era frustrante.

Quando fui para o andar debaixo, encontrei ele conversando com os meus pais, não fiquei surpresa por eles não terem passado no meu quarto para me avisar que já tinham chegado.

Helena: Bom dia, meu amor — Ela beija a minha testa.

Eu: Dia — Me jogo no sofá.

Helena: Que olheiras são essas?, não dormiu direito? — Nego com a cabeça — Está se sentindo bem, meu amor?.

Eu: Depende, você se importa? — Ergo a sobrancelha.

Helena: Por que eu não me importaria? — Vejo ela cruzar os braços.

Eu: Vocês viajam e nem se despedem de mim, não me mandam uma mensagem perguntando se estou viva, voltam e não vão nem me acordar. Eu deveria me sentir importante na vida de vocês?.

Márcio: Não começa uma hora dessas da manhã não, por favor, eu estou com dor de cabeça — Bufo — Não bufa para mim, Carla López!.

Eu: Então para de me tratar com descaso!.

Márcio: Olha sinceramente, hoje eu não estou para dramas. Mendonça, me passa o relatório da empresa e Carla, vai comer alguma coisa!.

Eu: Estou indo na casa dos Mendonça, preciso da minha amiga — Ele assente.

Vou até a cozinha para pegar uma maçã e depois passo por eles ignorando qualquer comentário sobre o meu trabalho de secretária. Sou recebida pela Marília assim que chego na casa da Luísa, converso alguns minutos com ela e depois vou ao encontro da minha amiga no quarto dela.

Luísa: E aí, gostosa, finalmente apareceu — Me jogo na cama dela.

Eu: Vim reclamar da vida, Luísa!.

Luísa: Me conta uma novidade — Jogo um travesseiro nela — Fala aí, qual foi dessa vez?, Márcio ou Hugo?.

Eu: Um pouquinho de cada. Meus pais chegaram hoje de viagem e eu já não aguento mais a presença deles — Vejo a Luísa rir — Como é ter pais que se importam com você, amiga?, os meus nem ligam se eu estou viva ou se estou morta!.

Luísa: Ah amiga, é muito bom. Apesar de ser adotada, eu nunca tive esses problemas com descasos, nunca senti na pele o que é ser rejeitada!.

Eu: Óbvio, você foi adotada quando era apenas um bebê e sempre recebeu muito amor e carinho — Ela concorda — Não me sinto filha do meu pai, sabe?, a gente não combina em nada!.

Luísa: Seu pai é revoltado com a vida, perder o único filho destruiu ele, não se preocupe porque você não tem culpa dele ser assim — Forço um sorriso.

Eu: Vamos falar do seu irmão agora — Mudo o assunto e vejo ela revirar os olhos — Seu irmão é um idiota, acredita que ele me deixou na mão ontem?.

Luísa: É o quê, menina? — Ela arregala os olhos.

Eu: Eu fui com tudo para cima dele ontem e quase rolou, sabe?, mas aí ele me afastou depois que perguntei se ele fez um contrato com a minha prima. Não tem lógica ele namorar com ela, amiga, ele nem gosta dela!.

O Fruto ProibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora