Alimentação correta?

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Quem disse que eu consegui dormir depois disso?, precisei da ajuda dos meus dedos para me aliviar, mas ainda sim não foi o suficiente. Como dormir sabendo que a razão da minha noite em claro está a poucos metros de distância?, como me satisfazer sozinha tendo Hugo Mendonça em um quarto na minha casa?, como?.

Meu corpo queima só de pensar o que ele faria comigo, a minha boca chega a salivar só de me imaginar passeando com ela pelo o corpo dele, a minha pele se arrepia da cabeça aos pés só de pensar nos toques e nos beijos dele. Meu sexo chega a latejar de tesão imaginando ele me chupando, imaginando ele me apertando, me enforcando, me pegando com força.

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Vi o dia clarear e minutos depois alguém bater na minha porta, era Silvia avisando que o Hugo me quer na sala em uma hora, então eu me levantei e fui para o banheiro fazer as minhas higienes matinais. Quando terminei, fiz uma maquiagem no meu rosto para tampar as olheiras, coloco um short saia cintura alta branco, uma blusa curta e um blazer da mesma cor, nos pés eu coloquei um salto e o meu cabelo acabei fazendo um coque mau feito.

Dessa vez eu não tirei foto nenhuma, apenas fiz uns storys para mostrar aos meus seguidores como estou hoje, e quando fui para sala, encontrei o Hugo olhando concentrado para uns papéis enquanto a filha dele brincava de boneca no chão. Que horas ela chegou aqui?, não faço ideia, mas assim que me viu, ela veio correndo me abraçar.

Xx: Carlaaaa — Me ajoelho e dou um abraço nela.

Eu: Oi, minha pequena Mendonça. Como você está? — Beijo o rosto dela.

Xx: Estou bem, vem brincar de boneca comigo — Ela me faz levantar.

Hugo: Melissa, a Carla vai trabalhar com o papai agora. Lembra o que eu te falei?, quando terminar, ela brinca com você — Vejo a pequena protestar — Mel?, chega de birra. Já disse que quando terminarmos, podemos fazer ou ir aonde você quiser!.

Melissa: Tá bom, papai, eu espero — Ele assente e ela volta a brincar com as bonecas.

Hugo: Sente-se, preciso que anote algumas coisas — Diz sem me olhar nos olhos.

Eu: Meus pais ainda não chegaram? — Me sento ao lado dele.

Hugo: Estão em outra cidade e não conseguiram voltar, foi agendada duas reuniões para hoje em cima da hora e por isso, só voltam amanhã!.

Eu: Você é o braço direito do meu pai, não deveria estar presente nessas reuniões?.

Hugo: Sim, deveria, mas parece que o seu pai está mais preocupado em me deixar como babá do que me levar em reuniões com pessoas importantes!.

Eu: Estou sendo um peso pra você, não estou? — Pergunto abaixando a minha cabeça e sinto o olhar dele em mim — Me fala o que é para anotar!.

Hugo: Você tomou café da manhã? — Digo que não — Então vai tomar, não pode trabalhar de estômago vazio — Reviro os olhos bufando — Vai, López. Parece até que estou falando com a minha filha!.

Todo mundo se meter na minha alimentação já virou modinha, todo mundo sabe que eu não sou de comer muito e que como apenas o básico. Salada, fruta e essas coisas. Estou acostumada a comer apenas isso, não sei porquê eles estão surpresos. Okay, pode até ser que às vezes eu fique sem comer absolutamente nada o dia inteiro e faço jejum não recomendável, mas quem liga?, para ter o corpo perfeito, às vezes é necessário fazer sacrifícios. Quem decreta o corpo perfeito?, nós?, gordinha, magrinha, tanto faz, ninguém tem o direito de julgar. O problema é que quem carrega o corpo magrinho ou gordinho nunca está satisfeito, enchemos a boca para dizer que o corpo feminino é esbelto, seja como for, mas no off sempre tem aquele julgamento contra si próprio, e eu sou assim.

Eu me olho no espelho e me vejo como o ser humano mais obeso do mundo, mesmo com todos ao meu redor me dizendo que pareço um palito de fósforo, eu não consigo enxergar essa magreza toda. Não, não tenho anorexia, pelo menos eu acho que não tenho. Bulimia?, isso sim. Todas às vezes que acho que comi demais, eu acabo enfiando o meu dedo na garganta e coloco tudo para fora, mas mesmo vomitando tudo, no espelho eu vejo uma Carla super acima do peso. Mas eu ignoro tudo isso, faço academia na minha casa, treino e tento ficar bem.

•••
Depois de ter sido obrigada a comer, voltei para sala e cumpri o meu horário de trabalho, hoje não tem treino com os supremos porque quero brincar um pouco com a filha do Hugo, a criança está entediada vendo a gente mexer em papéis e falar de trabalho. Melissa quis ir em um parque que fica a poucos metros da minha casa, ela decidiu que quer fazer um piquenique, então Hugo pediu a Silvia para preparar coisas para comer e depois saímos de casa.

Melissa: O que essa mulher está fazendo aqui, papai? — A pequena põe as mãos na cintura e fecha a cara vendo a Sophia vir em nossa direção.

Eu: Não acredito que você chamou essa sonsa para o nosso piquenique — Acabo fazendo o mesmo que a pequena, coloco as minhas mãos na cintura e fecho a minha cara.

Hugo: Se comportem e sejam gentis — Melissa olha para mim e revira os olhos, essa criança tem apenas sete anos e já é super geniosa, a minha cópia.

Sophia: Amor, que saudades — Beija ele.

Eu: Você viu ele ontem, Sophia — Digo entediada.

Sophia: Mas eu já estava com saudades, ficar longe do meu gatinho é ruim demais — Reviro os olhos e me sento — Oi princesinha, tudo bem?.

Melissa: Eu não sou uma princesinha, eu sou uma líder de torcida, igual a Carla — Meu sorriso foi de orelha a orelha, essa garota só me deixa orgulhosa.

Hugo: Mel, por que não vai brincar de bola com a Carla?, vai se divertir — Ela nega — Então você quer fazer o quê?.

Melissa: Quero brincar de pique-pega — Ela pega a minha mão e me faz levantar — Vamos, Carla, vamos brincar!.

Melissa saiu me arrastando e quando penso que não, ela começa a correr me mandando pegar ela, o que não foi muito difícil. A risada de criança encapetada era contagiante, apesar de ter uma presença que ela não queria no nosso piquenique, ela estava feliz. E eu também estava. Apesar da pouca idade, Melissa é uma ótima companheira, criança sempre deixa o ambiente mais leve e essa menina consegue fazer eu me divertir.

Não sei o momento exato, mas o Hugo entrou na brincadeira deixando a Sophia vigiando as coisas sozinha, corremos aquele parque inteiro e quando cansamos, paramos para tomar um sorvete.

Hugo: Deus, eu estou todo suado — Ele levanta a camisa para secar o rosto e eu acabo não conseguindo evitar de olhar aquela barriga bem definida — Carla, o sorvete — Pisco repetidas vezes voltando a realidade.

Eu: Desculpa, muito obrigado — Agradeço ao sorveteiro.

Melissa: Olha papai, um cachorrinho — Ela corre até ele fazendo a gente correr atrás dela — Oi amiguinho, que lindo que você é!.

Hugo: Filha, você nem perguntou ao rapaz se podia tocar no cachorrinho — O dono sorrir e diz que está tudo bem.

Melissa: Olha Carla, olha como ele é lindo!.

Eu: Ele é muito bonito mesmo — Faço um carinho no cachorro — Oi amiguinho!.

Hugo: Não sabia que você gostava de cachorro, nunca te vi chegar perto de um antes!.

Eu: Eu amo cachorrinhos, só nunca pude ter um. Meu pai nunca me deixou adotar um cachorro, segundo ele, eu não sirvo nem para cuidar de um animal — Vejo Melissa abraçar o animal e eu faço o mesmo.

O Fruto ProibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora