López: Supremos

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Como ele mandou, marquei a reunião para às duas e meia da tarde e cancelei todos os outros compromissos dele de hoje e remarquei para amanhã, como eu estou sem nada para fazer (já que o meu trabalho aqui é fazer nada porque o Hugo contratou uma secretária de verdade e eu só estou aqui por pura implicância do meu pai) resolvi ir dar uma volta na empresa para ocupar a mente.

Caminhei por todas as áreas e cumprimentei praticamente todos os funcionários que tem nessa empresa, uns gostam de mim e outros não, não sei o que acontece com aqueles que me olha como se eu fosse um extraterrestre. A empresa do meu pai é uma empresa de brinquedos, basicamente os produtos López são os melhores e mais resistentes do mundo, aqui se fabrica de todos os tipos de brinquedos, meu irmão e eu amávamos brincar por aqui quando éramos bem criancinhas.

O nome da empresa é López: Supremos. Bobo, não é?, mas não poderia ter nome diferente, meu irmão e eu que escolhemos, é bobo mas é sentimental, tão sentimental que até nomeei a minha equipe como supremos, para me fazer lembrar do meu irmãozinho sempre.

Nesse momento me encontro onde os brinquedos são testados, era o nosso cantinho favorito, a gente amava brincar com os produtos que saiam com falhas e os funcionários se divertiam com a nossa ingênua empolgação. Mesmo com defeitos, os brinquedos nos fazia feliz e o simples nos agradava. Sinto os meus olhos lacrimejar ao pegar um carrinho quebrado e andar com ele na mesa, deixo um sorriso escapar e seco a lágrima que escorreu sem a minha permissão.

Xx: O que está fazendo aqui? — Me assusto ao escutar a voz do meu pai e me viro na direção dele deixando o carrinho na mesa.

Eu: Me desculpa, eu estava passeando pela empresa. Como eu estava sem nada para fazer, achei que podia — Abaixo o olhar, não estava com clima para brigar com ele, não naquela sala.

Márcio: O carrinho está quebrado? — Pergunta depois de soltar uma lufada de ar e eu respondo que sim — Sabia que eu não jogo nenhum brinquedo quebrado fora?, coleciono todos!.

Eu: São muitos brinquedos, onde guarda todos? — Ele sorrir, pela primeira vez em tempos eu vejo o meu pai sorrir para mim. Okay, estou surtando por dentro, mas tenho que manter a postura.

Márcio: Ah, eu tenho um lugar nessa empresa que cabe perfeitamente todos eles — Ele pega um outro carrinho quebrado e se aproxima da mesa onde eu estava — Gosto de me lembrar que, mesmo com tantas coisas em perfeito estado, meus filhos se agradavam com o mínimo. Isso me mostra que apesar de tudo, eu acertei em colocar boas pessoas no mundo!.

Sinto o meu coração disparar e os meus olhos lacrimejar sendo impossível não deixar a emoção me dominar, me tirando a fala e fazendo o meu pai apenas sorrir para mim novamente.

Márcio: Leva esses dois carrinhos para casa e coloque-os na sala — Diz se referindo aos carrinhos que pegamos — Não vou me desfazer deles — Ele pisca para mim.

Eu: Aonde vai? — Seguro a mão dele impedindo ele de continuar andando, na esperança de ter mais alguns minutos aproveitando esse clima de paz.

Márcio: Vou voltar ao trabalho, estou fechando uma venda com uma empresa da Argentina — Ele me encara por alguns segundos e depois se aproxima de mim beijando a minha testa — É...peça ao Hugo para dispensar a Sophia, isso aqui é local de trabalho e não a casa da Maria Joana!.

Eu: Okay — Ele apenas balança a cabeça e sai da sala.

Fiquei por ali por mais alguns minutos tentando digerir o que aconteceu, por que o meu pai foi tão gentil comigo?, o que deu nele para me dar um beijo na testa?, coisa que ele nunca faz. Incrível como um pouquinho de atenção já mudou o meu dia. É tão bom sentir que ele se importa comigo, nem que seja por alguns míseros minutos.

Depois que os funcionários retornaram para a sala, eu sai dali e retornei a sala do Hugo, o relógio ainda marcava meio dia e provavelmente ele não esperava ver a minha cara agora. Bati na porta e ele me mandou entrar, Sophia estava sentada na cadeira a frente dele com uma cara nada boa, porém, assim que me viu, a feição dela mudou para uma carinha feliz.

Hugo: O que deseja? — Am deixa eu ver, você? — Ainda são meio dia, Carla!.

Eu: Sim eu sei, só vim dar um recado do meu pai — Ele me manda prosseguir — Ele mandou você mandar essa garota ir embora, disse ainda que isso aqui não é a casa da Maria Joana para você ficar recebendo visitas todos os dias, e sim um local de trabalho sério!.

Hugo: Ela já está de saída — Ele encara ela e pelo o olhar de raiva, sei que as coisas não estão nada boas por aqui — Preciso trabalhar, Sophia, tenho uma reunião daqui a pouco!.

Sophia: Você vive em reuniões, amor — Ela reclama.

Hugo: Não posso reclamar, é o meu trabalho — Ele se levanta da cadeira e abre a porta para ela — Amanhã a gente se vê, prometo — Reviro os olhos.

Sophia: Tá bem, boa reunião — Ela beija ele — Te amo!.

Hugo: Vai com cuidado — Ela assente e ele fecha a porta assim que ela vai embora.

Eu: Nossa, de longe se nota que esse relacionamento fracassado é um contra — Minha fala é cortada pelos lábios do Hugo que se juntou aos meus em um beijos veloz.

Ele me segurou pela cintura e me colocou sentada na mesa devorando a minha boca, uma de suas mãos bagunçava o meu cabelo enquanto a outra apertava a minha cintura de um jeitinho gostoso, nosso beijo foi cortado pela falta de ar que se fez presente, mas logo retornamos a nos beijar com direito a mão boba, por fim terminando comigo puxando o lábio inferior dele entre os dentes.

Eu: Uau, não esperava — Digo ofegante.

Hugo: Quero você — Sussurra beijando o meu pescoço — Quero você agora — Ele ataca a minha boca novamente, mas eu logo trato de me afastar.

Eu: Desculpa, mas agora não rola — Desço da mesa deixando ele confuso e excitado — Isso é por todas as vezes que eu te quis e você me dispensou, então, vai ter que esperar eu querer de novo — Pisco para ele e destranco à porta que eu nem sabia que ele tinha trancado.

Hugo: Carla López — Dou um sorriso sapeca — Faz isso comigo não!.

Eu: Quando der a hora da reunião eu venho te avisar — Ele reclama e eu fecho a porta sem me importar.

Doeu em mim negar uma super transa com esse homem na mesa dele, algo que eu sempre quis fazer e que é o meu fetiche com ele, mas, nada melhor do que uma vingança boa. Tanto quis e tanto fui negada, agora quem nega sou eu até a segunda ordem.

O Fruto ProibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora